.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 28 ♪¸¸.•*¨*•.

1906 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde se pode amar duas pessoas ♪¸¸.•*¨*•. O céu era tomado pelas nuvens escuras que impediam até mesmo que a lua surgisse e brilhasse em seu total esplendor, mas Andrea em meio ao convés se assemelhava ao próprio astro, tomando toda a atenção daqueles a sua volta para si. Havia música, bebidas e todos ali festejavam tanto pela vitória contra os navios da frota tão temida de Fiesty quanto por Valkyries estar ali ao lado de Sírius mais uma vez. “O príncipe Beerin é aquele que não sai do lado de Riel?” Andrea se viu questionando para Cameron enquanto apoiava-se na borda de Sírius. O assassino que girava uma adaga entre os dedos sorriu largamente enquanto apontava em direção ao moreno de olhos bicolores que permanecia sentado em um barril com Renriel apoiada em seu ombro. “Está correto, aquele com heterocromia é Beerin Amarilis Angelov. O primeiro de seu nome, descendente da fênix e príncipe herdeiro de Asaph, assim como o noivo de Eilidh Frésia, isso não tornaria vocês dois quase... primos?” debochou “deveria dar os parabéns ao príncipe antes que ele volte para Asaph, afinal... até onde sei não foi convidado para o casamento real” Andrea riu baixo entornando sua bebida enquanto olhava outra vez para Beerin, como se analisasse sua personalidade e postura. “Ele parece... interessado em Riel” disse pensativo. Cameron riu “ele está de quatro pela capitã..., mas ainda parece... “apaixonado” por sua noiva. A ponto de defende-la em publico e de me ameaçar de forma ridula por falar seu nome” Andrea cuspiu a bebida ao mar e falhou miseravelmente em segurar o riso. “Ele o quê?” “Pois é” Cameron bufou uma risada de satisfação. “Quando amoleceu desse jeito?” Andrea o questionou “em outros momentos ele não passaria de um cadáver” Cameron deu de ombros “a princesa é ainda mais divertida quando está viva, com sangue correndo em suas veias e um rostinho bonito para a capitã corar” O capitão de Valkyries sorriu estendendo o copo para Cam sem cerimonias. “Acha que ele realmente ama minha prima?” Cameron bufou com deboche se jogando para trás “tanto quanto eu sou capaz de amar, meu querido”. “Ótimo. Seria triste para ele caso se apaixonasse por Eilidh” “Onde estão seus modos, capitão Andrea?” Cameron zombou “não sabe que não deve chamar uma rainha por seu nome? O que podem pensar?” Os dois riram recostados ao mesmo lugar, afinal – ambos concordavam que de longe aquela era a regra mais estúpida de toda a realeza. O código nobre era completamente inútil e i*****l, mas acreditar que desonraria sua rainha ao chama-la por seu nome – isso era certamente a coisa mais i****a que os dois já haviam escutado – e para Andrea que era capitão de um navio onde tantos marujos burros trabalhavam, isso era praticamente um achado. Um feito digno de aplausos. “Agora estou intrigado” Andrea murmurou e Cameron que conhecia aquele olhar se segurou para não engasgar com a bebida. “Cuidado, Riel é bem ciumenta quando se trata da princesa” advertiu. “Não pretendo pegar ele” Andrea acrescentou “mas gostaria de saber como ele se sente, é... curioso a forma como me olha” “Então você notou” Cam riu baixinho. “Tinha como não notar?” Andrea o questionou “ele me olhava como se eu estivesse roubando algo dele, como se arrancasse sua amada de seus braços, parecia querer me assar vivo e dar de comer para os Krakens” Cameron gargalhou. “Diria que ele te jogaria no lixo após assar, mas se você quer ser bondoso ao ponto de falar que ele te daria para algo comer, que seja. Todos podemos nos iludir de um jeito especifico” O capitão de Valkyries estapeou o assassino como quando crianças e Cameron fazia alguma piada impropria em frente a Lucien. “i****a” “Então... o que vai fazer?” Andrea abriu um longo sorriso “provoca-lo” O assassino assentiu “por isso senti sua falta, fora você... ninguém aqui parece saber se divertir” “Bom, nossa diversão sempre foi... diferenciada” Andrea tentou o confortar. “Somos sádicos” Cameron anunciou. “Sádicos e filhos da p**a” Andrea acrescentou sem receio. ✶✶✶ Beerin ergueu o olhar para cima enquanto afundava na banheira quente. Não havia machucados para curar dessa vez e ele sabia que Renriel estaria na cama o esperando quando acabasse ali, mas por alguma razão sentiu seu peito inquieto na calmaria daquele momento. Agora, sem o rosto da capitã a sua frente, ele lembrou-se de Eilidh, os olhos que se assemelhavam a flocos de neve caindo na primeira neve e os lábios frisados que pareciam dar ainda mais inexpressividade ao seu rosto praticamente imparcial. Elas continham belezas distintas, belezas tão distintas que se podia comparar uma ao inverno e a outra ao verão; então qual era o problema dele no fim das contas? Era possível que amasse ambas? Que sentisse algo pela capitã e algo tão intenso quanto por Eilidh? Não, ele sabia que era diferente, mas também sabia que se importava com a rainha que todos julgavam ser fria como a neve. Aquela mesma rainha que com tanta ternura e cuidado havia dito que em Fiesty... não havia dias de sol. O príncipe colocou a mão sobre o peito o sentindo pulsar e uma voz calorosa cantarolou como se tentasse o acalmar, mas tudo que lhe veio à mente foram as palavras de Renriel – não me olhe como se não fosse nada. Ele suspirou e erguendo-se da banheira, vestiu-se o mais rápido que pode. Para sua surpresa, a cabine estava silenciosa e Renriel dormia em sua cama com uma garrafa vazia de rum ao lado, no chão. Talvez fosse devido a quantidade de rum que já havia ingerido durante toda a noite ou talvez – fosse culpa da garrafa que parecia ter entornado enquanto ele tomava seu banho que parecia ter demorado quase uma hora. Lá fora, não havia mais música e Beerin sabia que isso queria dizer que o sol estava quase nascendo, mas ainda assim, se viu tentado a sair. Haveria apenas bêbados caídos ao chão, adormecidos pelos cantos – e por alguma razão, ele sentiu falta do sol como um filho sente falta de sua mãe. Com cuidado para não fazer barulho ele saiu e caminhou sozinho até a proa do navio – que agora parecia se tornar seu lugar favorito por ali. “Está pensando em Frésia?” Uma voz que ele desejava que não fosse tão familiar o questionou e Beerin suspirou voltando seu olhar para o capitão de Valkyries. “O fato de serem da mesma família significa algo quando se tornou um pirata?” Seu tom era ocioso, quase beirando o deboche. Andrea sorriu. “Não me leve a m*l, príncipe. Me importo com minha prima tanto quanto me importo com a prostituta de Águas serenas com quem dormi semana passada, na verdade... devo me corrigir. Me importo um pouco mais com a prostituta que possuía um sotaque tão gostoso de se ouvir ao gemer que certamente a procurarei outras vezes ao retornar” o homem disse enquanto se recostava a proa do navio ao lado de Beerin “mas... vejo a forma como olha para Riel. Na verdade, todos nós vemos e isso... é preocupante já que parece tão determinado a casar-se com Eilidh” Ouvir Andrea chamar a rainha de Eilidh o fez desejar socar o seu rosto tão forte quanto se era possível, mas Beerin sabia que inicialmente jamais conseguiria e para completar – certamente machucaria sua mão e a capitã o perguntaria do porquê havia feito tal coisa. - Não me olhe como se não fosse nada. As palavras se repetiam. Ele era algo para ela e se era algo, ele a magoava. “O que você quer?” Beerin se viu perguntando e Andrea que estava ao seu lado, sorriu arqueando uma sobrancelha. “Eu que deveria perguntar, príncipe Beerin. O que você quer? O que sente?” Beerin sentiu algo cutucar em seu peito, como uma leve pontada, como se até seu coração pedisse para que enfim ele se abrisse com alguém. “Não sei...” murmurou fechando seus olhos com dificuldades “me sinto culpado quando penso na rainha Eilidh e em como olho para a capitã, mas...” “Mas?” Andrea o incentivou. “Mas quando a capitã sorri... quando a vejo, me esqueço de meu título, de meus deveres e até do inferno em que vivi por alguns anos. Me esqueço que em algum tempo estarei de volta e Eilidh será minha esposa, me esqueço que sou um nada...” ele murmurou. O capitão que não esperava tanta sinceridade se viu quieto por um momento e então assentiu. “E não sabe como se sente ou quem ama?” “Não” Beerin respondeu “me pergunto... se não amo ambas, se isso... não é possível...” seus olhos voltaram-se na direção de Andrea quase como uma súplica para que ele desse ao príncipe a resposta que desejava, como uma criança em busca de certezas. Em busca de respostas. Andrea suspirou “príncipe Beerin, amar duas pessoas é possível. É plausível inclusive, mas me desculpe dizer... que não acredito que esse seja o caso. O senhor ama uma e apenas uma delas, mas acho que não está preparado para assumir isso”. Beerin afundou o rosto entre os braços e Andrea continuou. “Pense mais... pense sobre ambas e como se sente, eu sei que irá encontrar a resposta mais rápido do que imagina, mas... tome cuidado para não quebrar o coração de alguém enquanto procura por sua resposta. De alguém que costuma quebrar corações, não faz bem para sua saúde” o capitão brincou e antes que Beerin pudesse pensar a respeito, Andreas se foi. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Eilidh: Rainha de Fiesty, coroada a 3 anos e noiva do príncipe Beerin. Frésia: Família nobre situada no pais central do continente de Fiesty. A família Frésia é a primeira linhagem da família real, uma linhagem que é ensinada a ser fria como o inverno e exaltar a sua matriarca acima de qualquer coisa. Em Fiesty os descendentes da família real é ensinado a jogar para vencer independente de como iram vencer, o que importa são os resultados. No fim, eles são ensinados a criar e utilizar venenos e magias que possam destruir os seus oponentes. Valkyries: O navio lendário construído pelas antigas Valkirias que diziam só poder ser navegado por alguém de espírito livre. Atualmente seu capitão é: Andrea Frésia. Águas Serenas: Uma ilha localizada na parte superior Leste do mundo. Ela é protegida por inúmeras magias e artefatos, tendo sua entrada permitida apenas por aqueles que carregam os nove mares em seus corações. Heterochromia: Heterocromia ou heterocromia ocular causado por um fator genético no qual o indivíduo, humano ou animal, possui um olho de cada cor, ou um mesmo olho com duas cores distintas.
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