.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 48 ♪¸¸.•*¨*•.

1916 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde Lucien resolve treinar o príncipe ♪¸¸.•*¨*•. Por toda a noite, Beerin não conseguiu tirar as palavras de Andrea de sua mente, ao menos agora fazia sentido o que o pirata havia dito sobre amar duas pessoas. Beerin não amava Eilidh e Renriel. Mesmo que amar duas pessoas fosse possível, mesmo que amar mais de duas pessoas fosse possível, ele não sentia o mesmo por ambas. O que sentia pela rainha de Fiesty era a calmaria do inverno, o aquecido em seu coração por ter momentos felizes ao seu lado, já Renriel era a tempestade que havia trago pra sua própria vida. Era com ela que ele se descobria todos os dias, era ao seu lado que se sentia verdadeiramente vivo. Isso queria dizer que a amava? Era essa a resposta que Andrea o queria dar? E por que ele faria isso? A mente do príncipe não cessou um só segundo naquela noite. Nem mesmo para se irritar quando Andrea dançou com Renriel e a beijou quando se despediram chamando Lucien de papai e dizendo que voltaria para visita-los antes de Beerin conseguir sentir sua falta. Ele se incomodaria se visse outro ser beijando Eilidh como se incomodava quando Andrea beijava a capitã? Até onde diferia o que sentia pelas duas? Por algum motivo aquela opção não lhe parecia tão viável. “Venha” Renriel o surpreendeu ao chama-lo o tirando de seu transe “dance comigo” ela pediu e Beerin se perguntou se realmente algum dia conseguiria recusa-la ou se ao menos cogitaria a ideia, pois tão rápido quanto ela o havia chamado, ele havia estendido a mão para aceitar e dentro da melodia e dos minutos que se passaram no centro do convés onde os dois dançaram a luz da lua e das estrelas, ao som das risadas e das canções feéricas antigas – o príncipe se sentiu verdadeiramente vivo. Ele poderia até mesmo descobrir que não amava Renriel, poderia estar tão enganado quanto se era possível, mas algo em seu peito parecia pensar que se fosse Eilidh quem ele amava, se o amor fosse aquele sentimento que a ela ele destinava, bom, se esse fosse o amor, talvez não fosse tão magico quanto os livros e poesias faziam parecer. A noite para o príncipe se encerrou assim, com pensamentos demais em sua pobre cabecinha e certezas de menos para o seu triste coração. Para qualquer outro ser, seria fácil demais entender o que se passava na mente e no coração de Beerin, mas para alguém tão doce e com tão pouca experiencia na vida? Bom, era diferente. Era complicado. Para ele, Eilidh havia sido a primeira a lhe demonstrar afeto, a demonstrar o mínimo, o que poderia ser um futuro quase descente; então como poderia não confundir isso ao amor? Como não pensar que zelo e companheirismo não se assemelham ao amor que ele nunca sentiu? Talvez não fosse pelo sentimento avassalador que nutria pela capitã, o príncipe houvesse se casado pensando que amava sua doce e fria noiva. Mas tão cedo quanto o sol surgiu no céu, Cameron invadiu a cabine e arrastou o príncipe que havia se recolhido durante a madrugada para fora da cama. Era normal que estivesse emburrado e era ainda mais compreensível quando se recordava que a culpa de ter tido aquela maldita conversa com Andrea era de Cameron que o havia trago de volta ao navio. Então como diabos Beerin conseguiria controlar seu humor? Como resistiria a ideia de espetar o assassino mesmo que jamais houvesse conseguido? Talvez fosse o medo que o atrapalhava, a ansiedade de antecipar cada movimento que parecia paralisa-lo no lugar. Pregar seus pés ao piso n***o tanto quanto fazia a rapier suar em sua mão esquerda. “Sua postura continua aberta” Cameron zombou “não aprendeu nada em todo esse tempo?” Beerin investiu, tomando cuidado para que fosse derrubado como no começo. “Olha! Ao menos não caiu dessa vez” o assassino continuou. “Não consegue calar a boca?” O príncipe resmungou e Cameron se viu tentado a continuar. “Porquê eu deveria? Gosto de me ouvir falar” “Gosta até demais para o meu gosto” foi Ames quem interviu e com uma careta, Cameron a fitou. “O que foi agora, mulher?” Ele resmungou e Lucien que os acompanhava do leme o respondeu. “Você não o está treinando direito, Camzinho” “O que Cameron não treina, ele tortura” Ames corrigiu e o ruivo que se encontrava na sacadinha, simplesmente pulou para o convés, parando de pé em frente ao príncipe. “Então me deixe ver sua postura e o que aprendeu com o Cam” disse apontando para Beerin. “Por que?” Cameron resmungou. “Porque eu quero” Lucien respondeu com um sorriso debochado. Assim como o ruivo pediu, o príncipe o fez e com um olhar aguçado, o antigo capitão de Sírius se sentiu outra vez inspirado. “Você é ambidestro” ele disse sem rodeios e quando Beerin o questionou sobre o que queria dizer, ele jogou para o príncipe uma segunda rapier “quer dizer que sua postura sempre estará aberta a não ser que use duas armas” Os olhos de Beerin brilharam com a sensação das duas armas empunhadas. Eram como extensões de seus braços, como se ele finalmente tivesse conseguido equilíbrio. “Agora tente investir em direção a mim” o ruivo disse com ambas as mãos atrás do corpo e assim como ele disse, Beerin o fez. Diferente de Cameron que se divertia o derrubando e debochando, Lucien apenas desviou e segurando o ombro de Beerin o ajudou a melhorar sua postura. “Erga mais os ombros, posicione as pernas distantes uma da outra, não pode deixar que seus joelhos fiquem tão flexionados, mesmo que precise de apoio, se flexionar demais vai atrapalhar a movimentação. Isso gire o dorso, então... abaixe e movimente os braços com precisão” ele guiava e pela primeira vez, Beerin sentiu que realmente aprendia algo de verdade. Cameron por sua vez que assistia recostado a borda do navio suspirou sabendo que sua principal fonte de diversão havia sido tirado dele. “Ao menos me deixe dar a ele alguns venenos” resmungou e Beerin sorriu abertamente para o assassino. “Venenos não funcionam em mim” Cameron xingou baixinho ao ouvi-lo e Lucien que sorria enquanto arrumava a postura do príncipe, começou outro discurso sobre como Beerin poderia se defender usando ambas as armas. “É mais fácil segurar o ataque se unir as lâminas assim” ele demonstrava usando uma adaga e sua rapier. “Mas precisa treinar mais e de força em seus músculos dos braços e pernas” “Tudo bem” Beerin o respondeu, mesmo que ainda sentisse que lhe faltava confiança e habilidade, era bom ter alguém que parecia disposto a ensina-lo de verdade. Ele ainda se lembrava de como Renriel o havia ajudado a corrigir sua postura, mas também se lembrava de como havia ficado naquela ocasião; seu rosto era mais vermelho que seu sangue, e a capitã parecia se divertir o torturando. Não era atoa que ele havia recusado suas ofertas de ajuda. Após aquilo, Lucien assumiu os treinos de Beerin e todas as manhãs após tomarem café, o ruivo o levava para o convés e o ensinava a dar nós, limpar o convés, içar as velas e até mesmo subir pelos mastros e pular usando as cordas para saltar por todo o navio. De início Beerin havia ficado sem entender o proposito de parar o treinamento com espadas e ir para algo que lhe parecia tão aleatório, mas Lucien riu ao ver sua cara de confusão e então, explicou. “Não adianta dar duas espadas em suas mãos quando você m*l as consegue segurar. Preciso de força em seus braços, precisa de prática e nada te faz ganhar massa muscular e fortalece seu corpo como uma rotina de trabalho e exercícios. E além disso... é mais divertido quando se gosta do que faz e eu vejo como seus olhos brilham sempre que aprende algo sobre a vida de pirata” Era verdade e Beerin sabia disso, mas até então, até Lucien o dizer, ele não havia notado. Ele sonhava com aquela liberdade, sonhava enquanto estava preso na torre – sobre um mundo onde poderia navegar em um navio como Sírius e esquecer seu passado enquanto fugia com piratas. Era apenas um devaneio – é verdade. Um dos muitos que havia se permitido para tentar manter-se são dentro daquela loucura, mas agora isso já não era um devaneio e certamente não estava tão longe. Era sua realidade. Ele estava navegando no navio lendário – Sírius, a 13º embarcação. O garotinho que não conseguia erguer seus olhos para os generais de Asaph e não segurava uma espada de madeira sem derruba-la ao chão, agora pulava pelos mastros do navio e usava duas espadas enquanto fortalecia-se para aprender a maneja-las. As tardes ele lia sobre as bases da magia na biblioteca do navio e as noites, aprendia sobre cartografia com a capitã que deixava para aquele horário o traçar de rotas e o mapeamento de novos lugares encontrados. Muita coisa havia mudado. Só então, Beerin se deu conta: ele havia mudado. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Rapier: é um tipo distinto de arma branca, uma espada comprida e estreita, popular desde o período Medieval até a Renascença. são geralmente descritas como sendo espadas com a lâmina relativamente longa e fina, ideal para golpes de perfurações e uma proteção guarda-mão com complicados filetes de metal, o que a torna uma bela arma, podendo ser usada na esgrima artística (mesmo não sendo uma arma própria para o desporto). A lâmina pode ter largura suficiente para cortar a golpe, mas o poder da rapieira vem da sua habilidade de perfuração. Rapieras podem ter gumes com fio de corte só dum lado, com fio de corte dum lado só da ponta até ao meio (como descreveu Capoferro), ou podem ter gumes completamente cegos. Treinamento com veneno: alguns jovens nobres, eram envenenados com frequência e isso tornava seus corpos resistentes a algumas substâncias, portanto, nobres mais radicais, utilizaram isso como forma de melhorar a segurança de seus sucessores, dando pequenas doses de veneno aos herdeiros, para torna-los resistentes e impedir futuras traições e atentados. Nesse caso também é usada por Lucien, Cameron, Andrea e Renriel. Dentro da conversa onde Cam sugere que Beerin receba o mesmo treinamento que ele, Renriel e Andrea receberam, ele incluí o uso de venenos para tornar Beerin resistente. Renriel sugere que ele está pretendendo matar o príncipe e o assassino brinca, dizendo que não seria uma má ideia. Magia: a magia é uma força existente no mundo. Ela funciona como uma troca equivalente entre habilidades, força, energia e sacrifícios. Cada tipo de magia funciona de uma forma determinada e cada tipo de contrato mágico ou ligação requer um preço para ser utilizado. O preço é equivalente ao que se deseja realizar. Para lavar uma louça usando magia, se usa uma pequena porcentagem de magia, mas para teletransportar um grupo de aventureiros ou até mesmo um batalhão o mago deve ser experiente ou se cansará o suficiente para que seu corpo entre em exaustão.
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