.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 46 ♪¸¸.•*¨*•.

1224 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde Beerin desperta outra vez ♪¸¸.•*¨*•. Os fios foram estendidos e Lucien sentiu as correntes se desfazendo como se nada mais fossem que estrelas subindo para o céu outra vez e com todas as suas forças, agarrou-se aos fios que emanavam do garoto que ainda tocava a harpa. Seus dedos pareciam prestes a sangrar, mas logo ele sentiu que os fios se desfaziam no ar e a brisa do mar era gelada contra seu rosto. A melodia antiga que havia cantarolado para Renriel quando ela não passava de uma criança assustada com medo das tempestades parou, e Mark que ainda chorava, correu em direção ao rapaz que caia ao chão. “C-como?” Lucien se ouviu dizendo e agora, sua voz era outra vez sua. Seu navio continuava o mesmo e o mar... o som do mar fez seus olhos lacrimejarem. “Cameron!” Mark gritou e como um raio n***o o garotinho com olhar assassino invadiu o convés. Seus olhos esmeralda fixaram-se em Lucien e o homem sorriu para ele. “Você cresceu...” o ruivo se ouviu dizendo e por um momento, jurou que os olhos de Cam haviam vacilado, lacrimejado; mas o assassino apenas esboçou um meio sorriso. “Você envelheceu, capitão” “Chame Renriel” Mark disse antes que a conversa entre eles continuasse “Beerin está respirando e não está gelado, mas desmaiou e não consigo traze-lo de volta” Lucien estalou os dedos no ar “Sírius, o que houve com Beerin?” ele perguntou, mas diferente do que estava acostumado, nada aconteceu e o assassino riu. “Você já não é o capitão de Sírius, capitão” O ruivo piscou algumas vezes com certa incredulidade e então, aquela noite retornou. A noite de sua morte. “Riel...” ele murmurou sentindo a culpa lhe atingir “como ela está?” “Ela se culpou” Mark disse segurando o garoto que havia ressuscitado Lucien em seus braços “mas está bem, nossa menina cresceu e agora...” ele sorriu olhando para o garoto de olhos bicolores “agora ela está apaixonada” “Como é?” “E não é por Andrea” Cam brincou enquanto andava até a cabine e a invadia chamando Renriel com uma voz alta o suficiente para que Mark e Lucien pudessem ouvi-lo “sua princesa desmaiou outra vez, capitã, melhor acordar e... ah algo que você deve gostar de ver” ele cantarolava. Lucien estava parado ainda tentando entender o que Mark havia acabado de falar e o imediato andava em direção a cabine enquanto uma versão adulta de Renriel saia da cabine vestindo apenas uma camisa larga e com os cabelos tão bagunçados quanto quando ela era apenas uma menina. Ela havia crescido, Lucien se deu conta. Sua menininha havia crescido, sua pequena princesa, a garotinha de olhos verdes como vagalumes – que agora haviam se tornado uma noite estrelada. Isso trouxe aos olhos de Lucien – que haviam voltado a serem verde limão – um estranho ardor. “O que houve?” Ela perguntava em pânico ao ver Mark carregando o garoto de cabelos longos em seus braços “o que ele fez?” Lucien limpou a garganta andando em direção a Renriel. “Ele... me trouxe de volta” “Lu-...” ela engoliu suas próprias palavras enquanto lágrimas desciam copiosamente por seu rosto. Ele sorriu reconhecendo aquela expressão e a tomando em seus braços antes que a garota caísse ao chão; ela estava desabando outra vez. “Voc-você voltou...” “Sim” ele murmurou beijando sua testa “eu voltei, querida... e você... você cresceu tanto” as palavras de Lucien estavam repletas de afeto e um carinho do qual ela havia sentido falta durante todos esses anos. Agora, seu pai estava de volta. Lucien havia retornado ao lugar ao qual pertencia. ✶✶✶ Não surpreendeu a ninguém que uma semana se passasse e Beerin permanecesse adormecido, mas por graça divina, dessa vez não havia tido consequências tão severas. Seu corpo parecia bem, sua respiração era óbvia e tudo que parecia ter sido levado do príncipe era sua energia. “Ele fez um trato com Sírius” Lucien explicou em uma tarde “é o que imagino que tenha acontecido para que ele fique desse jeito. Afinal... parte da minha alma era dele e agora...” “Agora você está livre” Renriel entendeu e seu olhar recaiu sobre Beerin outra vez. Ele havia feito algo impulsivamente de novo e mesmo que ela não desejasse pedir a ele que o fizesse, parte sua era egoísta o suficiente para ficar feliz por ele o ter feito. “Ele parece... gostar muito de você” Lucien murmurou e Andrea que ainda acompanhava Sírius com Valkyries debochou. “O príncipe está apaixonado, mas nitidamente não sabe disso ainda” “Não acho que você possa falar de alguém” Mark disse rindo baixo ao lado de Lucien e Renriel assentiu. “Deveria se importar mais com o seu navio e menos com o meu...” ela parou notando o que estava prestes a falar, mas Andrea não era o tipo de pessoa que perdoava com facilidade, então provocou. “O seu?” ele sorriu “continue, o que exatamente o príncipe é seu, capitã?” “Crianças...” Lucien riu “não briguem” ele falou como quando todos eram crianças jogando sacos de areias uns nos outros enquanto corriam pelo navio. “Me pergunto onde errei” Mark choramingou e como resposta o ruivo beijou a bochecha dele com um sorriso gentil. “Você não errou, mi amor... você nunca erra” ele repetiu como sempre dizia durante todos os anos em que estiveram juntos. Foi na última noite do último dia da semana em que Lucien retornou; todos estavam conversando no convés após se despedirem de Andrea e a tripulação de Valkyries, e dado momento, Renriel sorria e no momento seguinte ela corria em direção a sua cabine. Mark e Lucien que se olharam ao vê-la agindo assim, sorriram sabendo o que havia acontecido (o príncipe finalmente havia acordado) e a capitã que praticamente atravessou a porta da cabine, respirou ofegante enquanto fitava o príncipe Beerin com uma mão segurando a cabeça enquanto calçava suas botas. Ele estava bem, estava intacto outra vez e mesmo que em seus pensamentos Renriel soubesse que estar ao lado de Beerin significaria passar por aquilo de novo e de novo, uma parte sua gritou que valeria a pena por todas as vezes em que ela o visse despertar. Tudo valeria a pena quando soubesse que ele estava bem. Sem pensar duas vezes ela fechou a porta atrás de si e antes que Beerin conseguisse reagir, se jogou em seus braços o beijando. Naquele momento nem mesmo adiantaria se a capitã tentasse negar – coisa que ela não faria –, já que ela estava perdidamente apaixonada pelo príncipe que havia sequestrado. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Valkyries: O navio lendário construído pelas antigas Valkirias que diziam só poder ser navegado por alguém de espírito livre. Atualmente seu capitão é: Andrea Frésia.
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