.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 25 ♪¸¸.•*¨*•.

1836 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde Andrea chega a Sírius ♪¸¸.•*¨*•. “As visões irão continuar, até que entenda o coração de todos os capitães que por aqui já passaram. Carregue em sua alma os grilhões que eles carregaram e se una a mim da forma como eles se uniram e todo o poder que contenho, será seu. Porque no fim, sempre existe um preço” “Estou disposta a pagar” Renriel respondeu em sua mente. Sírius que parecia esperar por aquela resposta tanto quanto uma mãe que espera longos nove meses para conhecer sua criança, riu alegremente antes de falar. “Então minha criança, tudo que o mar consegue alcançar, pertence a você e apenas a você. Tudo que precisa fazer é ir lá e pegar, mas saiba que ao fim, quando sua alma enfim se for, deixará para sempre um pedaço aqui, assim como os grilhões que ganhou, para que o próximo capitão os tome para si e tenha enfim a chance de conquistar tanto quanto você irá” Renriel tinha a impressão de que nem mesmo após milhares de anos ela se esqueceria do tom paternal com o qual Sírius a falou naquele momento. Por um momento o navio que sempre era orgulhoso e c***l a tratou como parte sua, como uma igual e Renriel pode sentir o laço se formando entre ambos. Um laço dourado, infinito e jasmim. Um laço entre almas – entre estrelas e constelações. Seus olhos então voltaram-se para cima, para as velas de céu estrelado que Sírius possuía e ela se deu conta de que as cantigas estavam certas. Aquelas cantigas antigas que diziam que o navio de velas estreladas as possuía por ser uma estrela que no fim, sentia falta de casa. A capitã por um momento sentiu que Sírius sorria para ela por finalmente entender sua dor. “Vocês têm almas tão parecidas” Sírius sussurrou e Renriel sentiu dedos quentes e gentis tocarem sua alma, acariciando como um pai que nina sua criança gentilmente ou a afaga após ela se machucar. Os marujos cantarolavam enquanto os navios de Fiesty eram deixados para trás e Mark que estava de pé ao lado de Renriel ao leme do navio suspirou finalmente aliviado. Os marujos cantavam alegremente. Aquele, seria o momento lembrado por todos como o dia em que Sírius retornou aos mares com toda a sua majestade. “Sírius” Renriel o chamou “encontre Andrea” Os olhos de Mark arregalaram-se. “Ren-ren...” Ela sorriu, sabia o que Mark diria tanto quanto Sírius que apenas suspirou como se a questionasse se sabia o que estava em jogo. “Andrea está em apuros, certo? Como poderia não o salvar?” Ela os questionou e Cameron que caminhava em direção a eles com as mãos nos bolsos da calça sorriu. “Concordo, capitã, precisamos salvar o nosso querido caçula antes que ele vire... picolé” Renriel sentiu seu peito formigar ao ouvir Cameron finalmente a chamar de capitã – não com o deboche usual ou o desrespeito continuo, mas da mesma forma e entonação com a qual chamava Lucien. O leme girou sozinho e as tatuagens de Renriel brilharam intensamente enquanto seus olhos se assemelhavam a uma nebulosa se expandindo. Era tão lindo que Beerin que permanecia parado a proa do navio se viu perdido em pensamentos. “Ela irá cair outra vez” a voz gentil que sussurrava a sua mente murmurou e Beerin piscou repetidas vezes procurando a sua volta, mas tirando Ames – não havia nenhuma outra alma próxima a ele. “Devo estar ficando louco”, ele pensou levando uma das mãos ao rosto para jogar os cabelos que lhe caiam ao rosto para trás, mas de alguma forma, sentiu-se ansioso de ver Renriel outra vez daquela forma ao leme de Sírius. “Talvez... eu deva ajudar” ele murmurou mais para si que para Ames, mas a garota rapidamente o fitou com certa descrença. “Príncipe...” “Você discorda” ele soube antes mesmo que ela continuasse. “Acho que deveria esperar” ela murmurou voltando seu olhar para Cam e Renriel que agora conversavam junto ao leme com o assassino inclinado em direção a capitã. Beerin sentiu seu peito pesar levemente com um incomodo que ele desconhecia até então. “Por que?” Ele murmurou “acha que ela agora me odeia...?” Ames virou-se para Beerin com um sorriso gentil que não costumava usar. A jovem não era habituada a ser gentil ou amigável – e o mais perto que havia tido de um relacionamento, havia sido as fodas ocasionais com Cameron entre uma missão ou outra –, não que ela esperasse que fosse de outra forma, na verdade era o ideal para ela – já que se importava tanto com relacionamentos quanto se importava com vestidos e bailes na capital –, mas algo em Beerin, o príncipe doce e meigo que parecia se apaixonar perdidamente por sua capitã, algo nele a fez desejar ser alguém levemente melhor. “Não acho que alguém seja capaz de odiá-lo, príncipe Beerin” Ames disse com certa convicção. Beerin ironicamente riu a fitando com quase descrença. “Acho que deveria dizer isso ao meu pai, senhorita Ames, se surpreenderia ao ver o quanto ele consegue me odiar” a resposta fez o coração de Ames palpitar e ela preferiu se calar. Não que a surpreendesse saber que um rei era um péssimo pai, mas o que Beerin parecia ter sentido – a rejeição que parecia ter tido era de longe algo que ela havia visto acontecer anteriormente. ✶✶✶ Beerin se pós em silêncio sentado a proa enquanto olhava para as ondas que batiam no navio de forma quase repetitiva. Era comum que coisas como mariscos e lodo grudasse ao casco do navio, mas para um navio mágico como Sírius, isso parecia imprescindível. Então sua atenção foi bruscamente tomada pelo barulho de canhões que prosseguia logo a frente. “Avistamos Valkyries” gritou um marujo antes que Beerin conseguisse se erguer da proa. “Sírius” Renriel chamou do leme “destrua aqueles que ousarem encostar em Valkyries” e junto a sua ordem os marujos gritaram em aprovação. O príncipe assistiu enquanto Sírius que ainda parecia invisível para todos se aproximava tão rápido que parecia impossível para qualquer outro navio evitar uma colisão ou ao menos tentar se afastar. Valkyries podia ser claramente notado – o navio de madeira de carvalho e grandes velas carmim. Era nítido a diferença entre ele e os dois navios que o encurralavam; navios construídos de gelo verdadeiro pelos magos de Fiesty. Navios poderosos, nutridos de munição mágica e física. Os poderosos navios de uma nação inigualável como Fiesty se tornaram nada dentro de minutos – quando das sombras do mar enuviado pelas nuvens escuras, Sírius surgiu. Suas velas de céu estrelado trouxeram o mau presságio que os marinheiro tanto diziam trazer e com tiros rápidos e movimentos repentinos estraçalhou o casco dos navios de gelo. Como? Beerin se questionou e quando olhou para baixo, viu o casco de Sírius revestido por magia, uma densa e escura névoa que rasgava os navios de Fiesty como folhas de papel. Os marujos gritavam animados e muitos saltavam para as embarcações que agora estavam destinadas ao fim. “Peguem todo o ouro” uns gritavam sem pensar duas vezes. “Matem qualquer um que encontrem” outros repetiam e Beerin que desejava impedi-los de um m******e sem sentido se viu ali, parado sem saber ao certo o que fazer até que uma flecha lhe atingir de raspão o rosto. “Reajam” ele ouviu um homem platinado com o brasão de Fiesty em seu peito gritar. “Matem seus capitães, cortem suas gargantas e tragam o herdeiro de Angelov de volta com vida”. Beerin enrijeceu e uma mão pousou em seu ombro sem avisar o fazendo ter um sobressalto que quase o jogou para fora do navio. “Você está machucado” Mark disse afastando-se assim que notou o que havia feito. O príncipe assentiu “uma flecha” murmurou, mas o tom de voz de Mark já não era frio como antes. “Deveria limpar, Fiesty é conhecido por seus venenos” ele disse parecendo preocupado. Venenos não funcionam em mim, Beerin quase disse enquanto olhava outra vez as embarcações, mas antes que houvesse chance, Renriel ordenou olhando para ele com uma expressão irritada. “Aniquile-os” A ordem foi dada com um dom te impiedade quase sobre-humano e assim como ela ordenou, Sírius agiu. Os olhos estrelados cintilaram e a explosão de pólvora e magia atingiu os dois navios em cheio. Havia sangue demais, o fedor da carne queimada e os gritos dos sobreviventes era tudo que restava. Marujos subiam por todos os lados com sacolas de ouro e Valkyries pareava ao lado de Sírius saindo vitorioso enquanto os restantes tripulantes da frota de Fiesty era engolidos junto ao seu navio por uma imensidão de sombras que se erguiam no mar. Cordas foram jogadas em direção a Sírius e Cameron que estava parado ainda ao leme, sorriu abertamente quando um homem de cabelos na altura dos ombros e olhos de um azul profundo e cinzento pousou quase aos pés de Renriel. Beerin não podia negar que ele era bonito, mas quando o homem se ergueu com perfeição e envolveu o quadril da capitã com uma das mãos a puxando para si – o príncipe sentiu seu sangue gelar. Antes que Beerin conseguisse ao menos respirar uma segunda vez, o homem de olhos azuis beijou Renriel sem cerimônias e a capitã envolveu os braços em volta do seu pescoço retribuindo ao beijo como se aquilo fosse natural para ambos. “Ah...” Mark suspirou “havia me esquecido disso” O príncipe o fitou em busca de respostas, mas tudo que recebeu do imediato foi um sorriso sem jeito e um olhar que ele preferiu acreditar ser de pena. "Andrea" Ames gritou e pulou em volta do pescoço do homem assim que Renriel o soltou. "Queridinha, como tem estado? Já deu seu coração de pedra a algum sortudo?" Ele perguntou em um tom doce demais para o gosto de Beerin. "Não, ainda me resta bom senso" Ames respondeu recebendo um beijo na bochecha do homem que atualmente - Beerin decidiu que odiava. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Fiesty: reino localizado no continente gélido ao norte. Governado por Eilidh. Em Fiesty é de conhecimento geral que apenas mulheres podem reinar. Sírius: Um navio pirata lendário – criado pela bruxa, que possuí o céu estrelado em suas velas. Atualmente seu capitão é: Renriel Callan Valkyries: O navio lendário construído pelas antigas Valkirias que diziam só poder ser navegado por alguém de espírito livre. Atualmente seu capitão é: Andrea Frésia.
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