.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 60 ♪¸¸.•*¨*•.

1724 Words
•*¨*•. ¸¸♪ Aquele onde o príncipe está de ressaca ♪¸¸.•*¨*•. Renriel quase não conseguia acreditar. Beerin praticamente se desfez depois da terceira taça, mas ouvi-lo dizer que foi drogado foi o ápice da sua noite. Ele não fazia ideia de como era estar bêbado e isso era adorável de certo modo. “Vamos... você precisa deitar” ela tentou dizer enquanto tentava tirar a taça de sua mão. “Nãooo...” ele choramingou se agarrando a quarta taça de vinho quase pela metade “você vai me deixar... e me ignorar de novo...” “Eu não vou” ela disse tentando tomar a taça e o príncipe fez bico como uma criança mimada. “Vai sim! Você vai me evitar... você é tão má...” Contenha-se, ela pensou. Não posso rir, não posso. Não é assim que se lida com uma criança mimada. “Por que você é má comigo?” Ele soluçou e Renriel aproveitou a chance para tomar a taça de sua mão e a colocar na mesinha. “Eiii... isso é meu...” disse com voz de choro. “Não, isso não te pertence mais” “Pertence sim!” falou com uma teimosia que fez Renriel se surpreender, mas ainda assim ela o puxou para longe da taça. “Não, você bebeu demais. Mais do que aguenta, então vamos, precisa descansar” “Eu não quero!” “Quer sim” “Não! Não quero! Odeio dormir naquele sofá!” A capitã suspirou e com uma mão no rosto dele, o fez olhar para ela. Não que adiantasse de algo – e ela sabia –, afinal ele estava tão bêbado que nem mesmo devia estar conseguindo ver ela direito. “Vai deitar se eu te fizer Sírius te dar uma cama?” Ele fez bico, os olhos cheios de lágrimas. “Não” Era adorável. Adorável demais. “Quero dormir com você” murmurou com a voz embargada “Cameron disse que eu sempre dormia com você” Cameron. Claro, por que ainda a surpreendia. “Você quer dormir na minha cama?” Perguntou tentando conter a vontade de sorrir. “Por que?... você não quer?” Se ela dissesse não, ele iria chorar. Renriel sabia disso. “Quero...” ela se ouviu dizendo enquanto arrumava sua postura e estendia a mão para ele “vem, vamos dormir” Os olhos bicolores brilharam como os de uma criança que finalmente havia ganho o que queria e ele a seguiu, cambaleando. A capitã deslizou um dos braços pelo quadril de Beerin e o ajudou a se manter de pé enquanto chegavam até o quarto, mas logo o sentiu jogar-se sobre ela com um rosto sonolento. “Você tem um cheiro gostoso...” murmurou afundando o rosto no pescoço dela. Ele era um bêbado sincero demais. “Não me evite...” pediu em um tom manhoso “eu fico triste quando me evita... e quando me olha como se não tivesse certeza se sou eu” Ela sentiu um nó se formar em sua garganta. “Mas... e se não for?” Ela deveria ficar calada, mas era sua chance, certo? Beerin não iria se lembrar de nada no dia seguinte. “E se tudo isso for minha culpa? Você não tinha certeza sobre o que queria... não sabia se queria voltar ou não para Asaph antes de perder a memória. E se por minha culpa você estiver assim e decidir algo que irá se arrepender depois?” Sussurrou “não quero arruinar sua vida. Eu...” “Você se importa” ele disse com um sorriso fraco enquanto sentava na cama. “Sim” a capitã disse se colocando de joelhos em frente a ele. Beerin bambeava mesmo sentado na cama. “Capitã...” ele limpou a garganta “não, Renriel... acha mesmo que eu estava indeciso antes de perder a memória?” Ela assentiu. “Você chamava Eilidh de minha noiva e a defendia” explicou “parecia sentir algo por ela” “Gratidão” ele murmurou se jogando para trás na cama “ela parece ter sido... um ser humano descente” Renriel bufou. “E acha mesmo que isso seria o suficiente para impedir que a matássemos?” “Eu fiz isso?” Ele perguntou com a voz embolada. “Sim” sorriu “você fez e... se irritou quando Cam disse seu nome” Beerin sorriu “Cameron deve ter adorado isso” “Adorou” “Queria algodão doce...” murmurou e Renriel ergueu uma sobrancelha. “Algodão doce?” “Sim...” resmungou “queria algodão doce” Ele estava bêbado, ela se recordou e deslizou uma das mãos pelo rosto. “Certo, posso preparar algodão doce pra você amanhã” O príncipe sorriu. “Algodão doce rosinha... não! Algodão colorido... como o arco-íris” murmurou com os olhos se fechando “fofinho... como as nuvens...” Renriel conteve o riso. “Algodão...” resmungou “quero dormir num algodão doce...” Como diabos se fazia algodão doce? Ela ergueu-se do chão e tirou os sapatos de Beerin aproveitando para cobri-lo e fazer com que ele se deitasse de forma descente na cama. O príncipe afundou a cara nos travesseiros e grunhiu enquanto se encolhia nas cobertas. Era como uma criança doce e meiga que havia brincado o dia inteiro. Renriel suspirou. “Sírius” ela chamou “existe alguma receita de algodão doce nos livros da biblioteca?” “Isso é sério? Está mesmo me usando pra isso?” Ela sorriu com a indignação na voz do navio. “Bom... é uma emergência” “Francamente, a que ponto eu cheguei...” resmungou o navio ainda assim, ele o fez. Três longos e pesados livros de receitas foram soltos por um buraco n***o sobre a mesinha de centro e Renriel sorriu. Demoraria a noite inteira para encontrar a receita, essa provavelmente era a vingança de Sírius, mas ela não se importava. Não quando o rosto sonolento de Beerin era tão adorável e quando ele ainda resmungava sobre algodão doce em seus sonhos. Então após uma longa madrugada ela desceu até a cabine de Mark e bateu a porta do imediato antes que o sol surgisse ao céu. Mark abriu a porta usando apenas uma calça larga e com os cabelos desgrenhados. “Riel?” Ele murmurou esfregando o rosto. “Quem é?” Lucien choramingou da cama enquanto chamava Mark para voltar a dormir. “Pode fazer isso quando for pra cozinha?” A capitã questionou entregando o livro com a página da receita marcada. “Posso?” Markel bocejou olhando para o livro sem entender nada. “Seja quem for, eu não ligo! Vai embora!” Lucien mandou ainda da cama com a voz rouca pelo sono. Mark suspirou. “Desculpe, mas... por que veio aqui a essa hora? Você podia me pedir de manhã...” murmurou entre bocejos. “Porque eu vou dormir agora” Renriel disse com um sorriso antes de beijar a bochecha do loiro e se afastar “agora vá e volte a dormir com Lucien, antes que ele me ataque com as adagas que deixa escondido embaixo do travesseiro” “Ele não faria isso” Mark disse com um sorriso gentil, mas Renriel sabia que ele faria. “Bons sonhos, Lucien” Renriel provocou e Lucien a fuzilou com os olhos entreabertos. “VAI EMBORA!” O ruivo gritou e antes que Renriel pudesse falar algo, a porta se fechou com força graças a uma lufada de poder. A capitã sorriu, Lucien ainda era Lucien. Algumas coisas jamais mudariam e essa seria uma delas. Com isso em mente ela retornou a cabine e se jogou na cama ao lado de Beerin, adormecendo como uma pedra. Quando seus olhos se abriram, Beerin ainda estava adormecido, um dos braços em volta do seu quadril e o rosto afundado em seu pescoço. Algumas coisas talvez permanecessem mesmo que ele não se recordasse. Ela sorriu. Renriel se desvencilhou e levantou. Ela precisava de um longo banho; restavam apenas 3 dias para que chegassem a águas serenas. Melhor não pensar nisso. “Melhor pensar nisso” Sírius disse com seu tom cínico de sempre. “Ele ainda está sem memórias e tomou uma decisão bem diferente do que se era esperado” “Então irei respeitar sua decisão” ela respondeu mentalmente. “E isso não te agrada nem um pouco, não é?” O navio perguntou com ironia e Renriel suspirou tirando suas roupas e entrando na banheira. “Não consegue ser amigável e dócil comigo, consegue?” “Ah! Eu consigo, mas não tem graça” admitiu “E você sempre age como uma adolescente burra quando se trata dele” “Se não soubesse que não é capaz, suspeitaria que está com ciúmes, Sírius” provocou “navios podem sentir ciúmes?” “Francamente, me poupe” Renriel sorriu sabendo que aquilo seria o suficiente para que ele se calasse e ela enfim aproveitasse seu banho. Como era esperado, aconteceu. Ela teve seu tempo de descanso e Mark preparou o algodão doce assim que levantou para ajudar o cozinheiro do navio. Markel era um dos únicos que o cozinheiro aceitava que entrasse em sua cozinha e Renriel sabia que se tentasse pedir algo a ele, era mais provável que fosse jogada para fora de seu próprio navio a ser ouvida. Então, nem mesmo tentaria, mas quando desceu para checar se estava do jeito que havia pedido a Mark, ouviu Lucien gritando na parte do convés. Não foi difícil adivinhar o que aconteceria e muito menos a reação de Beerin. Ela se viu tendo que se conter para não rir enquanto Mark e Lucien saiam da cabine e deixavam um Beerin constrangido para ela lidar, mas ainda assim ele mentiu na sua cara quando ela o perguntou sobre sua ressaca. Ele estava destruído e nitidamente não sabia como lidar com a própria ressaca; então ela aproveitou o tempo que ele demorou para tomar seu banho, para descer até a cozinha e pegar uma bandeja com suco, água, torradas e o algodão doce arco-íris que Markel havia feito. Aquilo era uma bomba de açúcar, mas certamente o deixaria feliz. ✶✶✶
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