.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 26 ♪¸¸.•*¨*•.

1884 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde o príncipe é importante ♪¸¸.•*¨*•. Andrea pousou ao lado de Renriel como de costume e assim como quando brincavam pelos mastros de Sírius ele a puxou para si com o braço entorno do seu quadril e a beijou. Por um momento a capitã sentiu que havia voltado no tempo. Voltado para anos atrás quando Andrea lhe roubou seu primeiro beijo e quando Lucien os via como um casal adorável que conquistaria os nove mares. Havia sido um sonho i****a da parte de Lucien – tanto ela quanto Andrea admitiam, mas os dois jamais haviam negado ou dito que não gostavam da ideia. Tanto para Renriel quanto para Andrea a ideia de estarem um ao lado do outro era agradável. A capitã envolveu os braços em torno do pescoço de Andrea e o puxou para si retribuindo o beijo de forma tão intensa quanto ele havia começado. “Bom te ver, docinho” ele disse selando seus lábios enquanto olhava fixamente em seus olhos “você aparentemente fica mais bonita a cada dia que passa. Renriel sorriu deslizando os dedos pela nuca de Andrea em um carinho que sabia que ele tanto gostava. “E você continua um dom Juan barato” ela devolveu. “Um belo dom Juan barato” Andrea replicou e antes que pudessem continuar Ames gritou se jogando sobre Andrea. Era fato que todos sentiram falta do rapaz, tanto quanto sentiriam se Lex ou Mark simplesmente se tornassem capitães e se fosse para longe da tripulação. Ames, Andrea e Renriel tinham idades próximas e não surpreendia que fossem assim tão ligados. “Sua princesa está a ponto de colapsar” Cameron sussurrou com a cabeça apoiada no ombro de Renriel de forma quase provocativa. A capitã virou-se em direção a proa onde Mark conversava com Beerin e então voltou para Cameron a sua atenção. “Por que você o atormenta tanto?” Se viu questionando. “Porque me diverte” Cameron respondeu e logo se colocou ao lado de Andrea, envolvendo os braços em torno do quadril do capitão e dizendo “tanto quanto me divirto na cama do Andrea durante as noites de lua cheia” A capitã revirou os olhos voltando sua atenção para Beerin e o machucado em seu rosto que parecia ainda sangrar. Não era fundo, mas provavelmente infeccionaria se ele não cuidasse. “Você precisa tomar cuidado” ela lembrou que Lucien sempre dizia quando ela lutava contra Andrea “Frésia é um povo que está acostumado a jogar baixo, a usar o que tem as mãos e isso incluí venenos. Muitos tipos de venenos. Então nunca subestime um assassino ou pirata que carregue o sobrenome Frésia” Era quase como pedir para morrer de forma lenta e dolorosa, ou assim como o velho Max, perder seu braço por idiotice após um duelo bêbado com o pequeno Andrea. Ela suspirou e virando-se para o capitão disse com certa rapidez “sinta-se em casa e leve alguns marujos para ajudar a consertar seu navio. Irei cuidar de algo importante agora” dando dois tapinhas no ombro de Andrea, ela se afastou ouvindo apenas um obrigado ao fundo. “Capitã” Mark sorriu. “Seu rosto está machucado” ela disse estendendo a mão para Beerin, mas ele virou o rosto rapidamente e Renriel pode jurar que viu um bico se formar nos lábios do rapaz. “Eu estava... falando para ele que deveria cuidar do machucado” Mark tentou dizer, mas Beerin logo o interrompeu. “Venenos não funcionam comigo, não precisa se preocupar” resmungou como uma criança mimada enquanto cruzava os braços sobre o peito. “Humm... então quer ficar com uma cicatriz feia no rosto?” A capitã o provocou “que pena, eu gostava de como o seu rosto era. Gosto de rostos bonitos e delicados como o seu”. Beerin a fitou o rosto levemente corado e os lábios entreabertos como se quisesse responde-la, mas ao ouvir a voz de Andrea ao fundo, rindo, ele novamente virou o rosto emburrado. “Eu cuido do meu próprio rosto” resmungou. “Tem certeza?” Renriel murmurou aproximando-se do príncipe e dando a******a para que Mark se afastasse dos dois, descendo dali para o deck. “Não cuidei bem do seu machucado ontem a noite?” Beerin a fitou incrédulo por ela jogar tão baixo e como se lesse seus pensamentos, a capitã sorriu, um sorriso curvado e nitidamente m*****o. “Eu sou um pirata, princesa. Eu sempre jogo baixo” ela estendeu a mão em sua direção e o príncipe que sentia sua bochecha arder enquanto o sangue escorria, a segurou mesmo que ainda olhasse para o outro lado. “Que fofo” Renriel o provocou enquanto ria “você fica ainda mais fofo quando é assim tão obediente”. “Você é injusta” o príncipe resmungou enquanto fechava a porta da cabine atrás dos dois, deixando para trás tanto os tripulantes barulhentos que festejavam a chegada de Andrea, quanto os restos dos navios de Fiesty que ainda eram consumidos. Por algum motivo, aquilo já não importava tanto. A capitã o levou até a cama e diferente da noite anterior, pegou gazes e um pequeno kit médico em uma maleta esverdeada. Com uma pinça grande, ela segurou as gazes em um montinho e desinfetou o machucado no rosto de Beerin o fazendo grunhir quando o remédio tocava o machucado. “Arde” ele reclamou e Renriel se recordou de como ele era antes, quando nem mesmo tinha coragem de falar. Isso de alguma forma deveria irrita-la, mas a capitã achou completamente adorável vê-lo reclamar daquela forma. “Arde?” Perguntou como se pergunta a uma criança emburrada. “Sim” ele respondeu ainda evitando olhar para ela. Com cuidado, ela colocou a pomada na gaze e passou delicadamente em sua bochecha antes que Beerin se desse conta e em seguida beijou o queixo do rapaz de surpresa. O rosto de Beerin se tornou tão vermelho quanto os cabelos de Renriel e a capitã que o fitava com um sorriso, acariciou sua outra bochecha enquanto o fazia olhar para seu rosto. “O que houve? Está chateado porque matei os seus futuros súditos? Se importa tanto assim com eles?” Beerin abriu a boca para falar, mas parte sua não queria admitir que na verdade ele odiava o fato de que Andrea estava no navio e que aquele maldito beijo o havia deixado incomodado, um incomodo que subia do seu peito para o esôfago e depois voltava para seu peito como uma serpente que se aninha dentro de seu corpo prestes a rasgar sua garganta e atacar. Ele odiava a ideia de admitir que sentia algo assim, ainda mais após Cameron ter dito que ele quebraria o coração de Renriel; se ele não era bom para ela... – algo que ele já pensava não ser –, então que direito tinha de não gostar de alguém que ela beijava com tanta familiaridade? Sim. Alguém como Andrea. Alguém que até o assassino impiedoso e esnobe aprovava. Alguém que Ames abraçava – mesmo sendo tão absurdamente afastada de todos, incluindo até o Mark que parecia ser querido por todos no navio. Que direito Beerin – um prisioneiro, uma moeda de troca –, tinha de sentir algo como aquilo? Nenhum. Essa era a única resposta e se admitisse a ela... bom, talvez ela finalmente o odiasse tanto quanto ele pensava que ela deveria odiar. Tanto quanto todos os outros odiavam. “Não” ele murmurou “eles queriam te matar...” Os olhos de Renriel brilharam como se as estrelas que existiam naquele céu escuro tomassem um impulso e se tornassem ainda mais próximas. “Então porquê está me evitando?” Ela o questionou agora com o rosto tão próximo ao dele que Beerin se questionou se ainda seria capaz de pensar corretamente. Ele podia sentir o hálito quente dela em seu rosto, o cheiro de menta misturado ao álcool de forma quase entorpecente. “Não gosto da ideia de que te machuquem” ele admitiu fechando os olhos brevemente “mas Cameron disse...” A capitã grunhiu. “Cameron? Não o escute, ele só fala bobagens” murmurou com os lábios roçando contra os dele “se quer saber algo... me pergunte. Eu nunca menti para você, menti?” Não. Ela não tinha – mesmo que pudesse, mesmo que devesse. Até mesmo segredos ela o havia contado, ainda que ele fosse nada mais que um intruso, nada mais que um prisioneiro. Para a capitã e para Mark – ele era confiável. Beerin sentiu seu rosto corar com vergonha. Vergonha por ter sentido ciúmes de alguém que nem mesmo havia se envolvido em um relacionamento, vergonha por ter acreditado em tudo que Cameron lhe dizia e vergonha de ter pensando que alguém como Renriel se importasse com ele o suficiente para sofrer, para chorar ou se machucar. Sim, assim como ela havia dito a Cameron, ela gostava de cachorrinhos obedientes. Para ela, ele era apenas isso. Nada mais que isso. O rosto de Renriel se tornou imparcial, os olhos fixos nos dele como se conseguisse ver através de seus olhos bicolores a dor que Beerin sentia naquele momento. “Está pensando demais” ela disse segurando o rosto dele entre suas mãos “está pensando bobagens...” Ele forçou um sorriso olhando para baixo. “Não” “Não minta para mim” “Desculpe...” A capitã suspirou e com cuidado se colocou de pé entre as pernas do príncipe de cabelos negros. Com ambas as mãos ela o fez erguer o rosto para ela e com cuidado, tirou as mechas do seu rosto o olhando com tanta atenção que seria capaz de lembrar-se de cada linha do seu rosto mesmo que anos e anos se passassem. “Beerin... você é importante” ela disse com uma voz calma, serena e suave “eu me importo com você e gosto da sua presença tanto quanto gosto de navegar. Gosto quando me beija, gosto quando sorri e quando age como uma criança em busca de atenção. Gosto da forma como seu rosto cora sempre que te provoco e gosto ainda mais quando me olha com tanta devoção que me faz pensar se sou digna desse sentimento. Então... não me olhe novamente como se não fosse nada” O príncipe que até agora estava quieto, mordeu o lábio com força tentando conter as lágrimas que brotavam em seus olhos, como se ao mantê-las, mantivesse também aquele momento. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Frésia: Família nobre situada no pais central do continente de Fiesty. A família Frésia é a primeira linhagem da família real, uma linhagem que é ensinada a ser fria como o inverno e exaltar a sua matriarca acima de qualquer coisa. Em Fiesty os descendentes da família real é ensinado a jogar para vencer independente de como iram vencer, o que importa são os resultados. No fim, eles são ensinados a criar e utilizar venenos e magias que possam destruir os seus oponentes.
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