.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 55 ♪¸¸.•*¨*•.

1863 Words
•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde Beerin parece diferente ♪¸¸.•*¨*•. Os dias se passavam e para total surpresa de Renriel, Beerin parecia tratar tudo com uma normalidade absurda. Toda a insegurança e o medo que o príncipe parecia possuir, se foi por completo e agora ele ria ao lado dos marujos e até ameaçava Cameron durante os treinos com Lucien como se ambos fossem grandes amigos. O príncipe – que já não gostava de ser chamado de príncipe –, permaneceu aparecendo em todos os treinos e a sua postura que antes era precária e preocupante, agora parecia quase perfeita, como se ele houvesse nascido para aquilo. “Continue assim” Lucien dizia cada vez mais animado quando o via lutando contra um de seus clones, até que a ponta da espada de Beerin tocasse o clone de Lucien e ele por fim se desfizesse. “De novo” Lucien gritava como uma criança empolgada e Beerin que suava após tanto esforço, apenas continuava com um sorriso no rosto. Ele estava diferente. De certa forma, já não era aquele Beerin. Não era o príncipe de Asaph que havia sido abusado, torturado e tratado como um ser que nem mesmo era considerado humano. Ele era um garoto que parecia desejar desbravar o mundo e mesmo que não fosse aquele Beerin, ainda era o Beerin. “O que foi?” Cameron provocou se aproximando da capitã “enfim notou que sua paixão é uma tolice e decidiu devolve-lo e se tornar uma pirata reconhecida e renomada? Seu nome está na boca de todos a essa altura... todos os olhos estão em você” Renriel sabia disso. Era o que havia esperado desde o início, mas ainda assim, sua decisão não havia mudado. Ela sorriu, um sorriso franco que foi dirigido especialmente a Cameron. “Não. Pelo contrário...” disse com uma calmaria que a muito não a pertencia “apenas estava... observando e tendo a certeza de que mesmo sem memórias... ele ainda é o Beerin” O assassino voltou seu olhar para Beerin que agora investia em direção a Lucien com uma postura quase perfeita. “Bom, ele realmente melhorou, antes teria tropeçado nos próprios pés...” “Já te falaram que você é detestável?” “Já, você me fala isso todo dia quando acordamos” disse jogando um beijo no ar “mas o que faremos em águas Serenas? E se desejarem ele de volta independente do que ele quiser? E se uma guerra começar? Já vi guerras surgirem por muito menos” murmurou e nos olhos de esmeralda, Renriel pode ver algo que se assemelhava a sentimentos humanos. Preocupação. Ou o mais perto que Cameron chegaria de tal coisa. “Pode me achar burra, mas... acho que por ele, eu estaria disposta a entrar em uma guerra” a capitã se ouviu dizendo e o assassino riu. Um riso frouxo, sincero. “Eu realmente te acho burra” admitiu “mas acho isso de 90% dos seres que respiram. Não é nada pessoal” Por mais que fosse i****a, Renriel sabia que era verdade. Aos olhos de Cameron, o mundo inteiro era insignificante e burro. Sentimentos eram superestimados e apego, amor e compaixão eram perda de tempo. Não era como se o assassino fosse incapaz de amar, mas certamente ele não seria aquele que propagaria a palavra do amor ao próximo. Para Cameron, amar ao próximo era um erro. Quase um pecado que não deveria jamais ser cometido. Era uma sentença de morte. ✶✶✶ Para Beerin tudo parecia vivo, claro e brilhante demais. Seus ferimentos se fechavam tão rapidamente quando se abriam e graças a ajuda de Mark seu desenvolvimento mágico agora alcançava o nível 3. Era uma grande evolução para alguém que estudava a tão pouco tempo, mas quem poderia adivinhar que além disso, ele ainda se superaria em seus treinos ao lado de Lucien? O ruivo – que Beerin descobriu ser o antigo capitão de Sírius (o navio onde se encontrava) –, parecia uma criança empolgada sempre que o treinava. “Você evolui tão rápido!” Ele dizia com os olhos verdes brilhando de empolgação e mesmo que sentisse seus músculos doerem, Beerin sabia que não conseguiria dizer para Lucien que diminuir a intensidade dos treinos. Não quando ele parecia tão empolgado com seu novo desenvolvimento. “Vamos tentar mais coisas amanhã” o ruivo disse com as mãos juntas como se planejasse um novo itinerário capaz de deixar Beerin no chão, arrasado ao fim do dia. “Está tentando me matar?” Beerin murmurou soltando as armas sobre um barril “se estiver... saiba que está quase conseguindo” “Eu ouvi matar?” A voz de Cameron vinha de trás dele e Beerin sorriu antes de virar-se para o moreno. “Acho que Lucien na verdade quer me ver morto” murmurou com os lábios formando um leve bico e o ruivo riu. “Eu jamais ousaria” “Esse trabalho é meu” Cameron refutou “ninguém além de mim pode te matar” disse envolvendo um braço em volta do ombro de Beerin. “Isso foi uma declaração?” o príncipe zombou envolvendo um braço em torno do quadril do assassino e pela primeira vez Lucien – que estava parado os observando com os braços cruzados –, não viu Cameron hesitar ou desvencilhar-se. Ele inclinou sobre Beerin e apoiou o queixo em seu ombro. “Desse jeito todos irão confundir o nosso relacionamento” Cameron ronronou e Ames que estava mais ao canto observando tudo, zombou. “Se continuarem assim, eu juro que vou vomitar” Algo em Beerin se viu rindo, mas aquilo de longe seria o suficiente para distrair Lucien de seu verdadeiro objetivo: deixar o rapaz completamente quebrado após o treino. “vamos, quero que tente outra vez” ele disse fazendo surgir dois de seus clones dessa vez “tente defender os ataques de ambos” Com um pulo, Cam se afastou de Beerin e Ames deu alguns passos para trás, assim como os clones deram passos para frente, em direção ao rapaz. “Eu realmente não tenho saudades disso” Ames murmurou. “Bom, isso era melhor que os venenos” Cam sussurrou dando de ombros e a garota de cabelos curtos o fitou com uma sobrancelha erguida. “Você tinha resistência a praticamente todos...” “Esse não é o ponto, o gosto era horrível” Sem querer, Beerin riu e aquilo foi o suficiente para que Lucien colocasse mais um clone em sua cola. “Parece com tempo para se concentrar em coisas demais” o ruivo brincou e em seus lábios havia um sorriso sádico “então defensa os ataques de três” Estou completamente fodido, foi tudo que Beerin conseguiu pensar e a voz de Kendra – que havia surgido em sua mente alguns dias atrás, surgiu com certo conforto. “Estará bem ao fim do treino, sua regeneração se torna cada vez melhor”. Ele sabia que o intuito da Fênix era ajudar, mas ainda assim, aquilo de longe o acalmou o consolou e assim como esperava, seu corpo estava completamente quebrado ao fim do dia. Seus movimentos eram mais rápidos, sua defesa foi quase perfeita por 5 minutos, mas quando se deu conta, estava vacilando. Seu braço tremia devido ao esforço e sua postura se descuidou pela dor e o cansaço. Era complicado demais e ouvir Lucien dizer “concentre-se” enquanto os clones o forçavam ao seu limite, não ajudava. O príncipe se jogou no convés, cansado demais para se mexer e esperando que o “melhor” que havia sido dito por Kendra, finalmente chegasse. Ele queria se sentir melhor. Felizmente para ele, Kendra praticamente nunca estava errada e após minutos, as dores diminuíram ao ponto de se tornarem quase impossíveis de serem notadas e o cansaço que ainda persistia, deveria ir-se de vez após um banho. Um banho longo e demorado que teve após entrar na cabine. O quarto estava fechado – o que queria dizer que Renriel estava lá dentro e Beerin apenas se jogou a banheira sem muita demora. Seria ridículo se ele dissesse que se recordava quanto tempo havia passado no banho – quando claramente se desligou e apenas aproveitou a sensação gostosa da água morna em seu corpo, relaxando seus músculos e os curando. Junto ao cansaço, seu sono pareceu ir embora e o príncipe se viu girando no sofá durante duas longas horas. Era como se uma corrente elétrica passasse pelo seu corpo, como se precisasse se cansar outra vez, como se precisasse de algo que não sabia bem o que era, mas... todos dormiam – exceto aqueles que ficavam de vigia –, e Beerin sabia que procurar por Cameron ou Lucien seria desperdício de tempo, já que um se encontrava sobrevoando Sírius e o outro mataria qualquer um que tentasse tira-lo dos braços de Markel a essa hora da noite. Vencido pela falta de sono, ele enfim saltou de sua cama improvisada e caminhou para fora da cabine. Ao menos lhe restava a beleza da noite no mar. As velas de Sírius uniam-se ao céu estrelado com uma perfeição que era impossível se saber onde ele se iniciava e a noite terminava, assim como a madeira escura que parecia nublar-se brevemente com o céu n***o que tomava alguns lugares do alto mar. Assim como nas lendas que Markel o havia mostrado, o navio lendário era certamente incrível. Ele tinha ficado tão surpreso quanto agora, ao notar que estava em Sírius pela primeira vez? O olhar do príncipe vagueou pelo longo convés que estava perfeitamente limpo. Ele não sentia falta de suas memórias, mas certamente era curioso sobre elas. “Vai treinar a essa hora da noite?” A voz suave de Renriel o fez virar-se rapidamente para fita-la. Ela estava parada, apoiada na escadinha que levava para o leme. Os cabelos ruivos estavam soltos, bagunçados ao vento e Beerin – que já havia notado a muito a beleza da capitã que dizia tê-lo sequestrado no dia de seu casamento –, se viu brevemente sem folego ao reparar que seus olhos de céu estrelado, pareciam brilhar tanto quanto as estrelas naquele céu escuro. “Não conseguia dormir..." murmurou sem conseguir tirar seus olhos dela e a capitã sorriu, um sorriso tão simples que Beerin jurou ter sentido seu coração errar uma batida. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Níveis de magia: os níveis de magia são divididos em 9. O primeiro e mais básico é utilizado até mesmo por camponeses, é usado para coisas simples como consertar itens, cuidar de plantas e animais, curar pequenos machucados. O segundo consiste em coisas mais complexas como feitiços de ataque, um raio que saí de seus dedos, manipulação natural, surgimento de chamas. O terceiro se baseia em proteção e, portanto, se torna um dos mais complexos e também a porta para os outros 6 níveis. Beerin se encontra no terceiro nível.
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