.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 41 ♪¸¸.•*¨*•.

1550 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde existe um olhar de esperança ♪¸¸.•*¨*•. “O que quer dizer com isso?” A pirata questionou e Cameron que ainda observava Beerin ao canto, apenas sorriu abertamente jogando a cabeça para trás de forma demorada e teatral. “Que existe um alguém que pode usar a harpa para trazer Lucien de volta” o assassino cantarolou e a capitã seguiu o olhar de Cam até parar sobre Beerin. “Não” ela disse de imediato “nem mesmo pense nisso” O príncipe que ainda estava quieto, ergueu a mão como uma criança que espera a sua vez de falar. “Eu sinto que perdi alguma coisa” ele disse com a voz levemente embargada pelo constrangimento e Renriel por sua vez fez questão de fuzilar Cam para impedi-lo de falar. “Apenas ignore, princesa. Não é nada demais” ela disse enquanto empurrava o assassino para dentro da sala de tesouros “vá” disse sem rodeios “pegue Rao e me deixe aproveitar um pouco do seu sofrimento” Cameron riu. “Acha mesmo que Rao irá me negar? Resistir a mim?” Os lábios da capitã se curvaram em um sorriso m*****o e carregado da crueldade que apenas o fato de crescer em alto mar podia trazer a uma alma. “Não” ela ronronou “não é Rao quem n**a aqueles que se aproximam, Rao é solitária, é uma alma que busca amor acima de qualquer coisa. Ela está sozinha, abandonada e convive com sua própria dor da mesma forma como os mortais estão destinados a conviver com seus demônios ao morrer” de alguma forma, aquelas palavras pareceram surpreender o assassino, já Beerin que havia segurado Rao contra sua vontade certa vez durante a noite, se viu finalmente compreendendo o que tinha acontecido. Assim como Ren havia feito muitos anos atrás, Cameron adentrou a sala de tesouros e caminhou em direção a Rao com passos firmes e decididos. “Me segure” era como se a espada dissesse e o assassino que sentia cada uma de suas palavras, sorria em concordância até que seus dedos longos e pálidos tocaram o punho da arma e os olhos esmeralda de Cameron se tornaram brancos como duas grandes opalas. “O que houve com ele?” Beerin se apressou em perguntar, aproximando-se da porta tão rápido que a capitã quase não conseguiu pará-lo. “Beerin” ela o chamou “Cam está conversando com Rao” explicou simplesmente, mas a verdade era um pouco mais complicada. Tanto a existência quanto a forma de operação da espada era parecida com a de uma criança que aos poucos tenta amadurecer. Séculos, milênios haviam se passado desde que Rao tinha tido 13 anos, mas ainda assim, em sua mente e alma aprisionadas na lâmina n***a, ela não passava de uma pobre menina que sentia o gosto de sangue em seus lábios e assistia enquanto pessoas brutalizavam as outras, absorvendo suas almas e as condenando a eterna inexistência. Para qualquer alma existente aquele seria um final doloroso e c***l, um final capaz de destruir a alma e torna-la nada mais que um fragalho, mas Rao – que era a filha primogênita de um rei feérico – resistiu, não somente ao choque e aos massacres, mas também a completa solidão. Era fato que ela os seduzia, que arrastaria qualquer alma que fosse para que não tivesse mais que estar sozinha nem mesmo por um segundo, mas agora, quando Cameron havia caminhado em sua direção por vontade própria, foi Rao quem havia aberto a porta. A porta para um contrato. Agora o que restava saber era se Cam – o assassino conhecido pelo submundo de águas serenas como o temível demônio esmeralda –, estava disposto a pagar o preço de sua existência, de sua dor e de seu poder. “Ele ficará bem?” Beerin a questionou e Ren que segurava em sua mão, apertou os dedos contra os dele. “Cam sempre fica bem” foi o que ela respondeu para ele e com os olhos voltados para o príncipe ouviu Sírius murmurar. “Peça, peça a ele e Lucien pode voltar” “Não!” “Mas ele pode fazer, ele pode realmente traze-lo de volta, então por que não pedir?” Riel engoliu em seco sentindo seu corpo suar frio. “Porque ele desmaiou, porque está fraco, porque seria pedir demais”. Ela não esperava que Sírius a entendesse ou muito menos que concordasse, mas quando seu peito afundou com o peso que sentiria ao pedir algo como aquilo ao príncipe – Sírius apenas se calou. “Que assim seja” foi tudo o que findou a dizer. ✶✶✶ Renriel queria manter tudo em segredo e Cameron sabia disso, sabia que ela não pediria a Beerin para usar a harpa mesmo que fosse ela a pessoa a ser ressuscitada e o assassino também sabia que a capitã jamais pediria para que ele utilizasse qualquer habilidade da fênix outra vez – ao menos até que ele soubesse com que estava lidando. Havia tempo – foi o que tentou se convencer enquanto sua mente era nublada por uma neblina cinzenta e uma voz infantil parecia chamar-lhe ao longe. Não me deixe... ela murmurava com uma voz chorosa e Cam se recordou de quando assim como aquela criança, implorou para não ser abandonado. Os olhos esmeraldas – que brilhavam tanto quanto os seus –, haviam o fitado com desprezo. Não me deixe sozinha... ela continuava, por favor, faça parar... faça parar... Rao. Ele chamou e a criança que parecia soluçar continuava como se não fosse capaz de ouvi-lo. Faça parar, eu não aguento mais o cheiro... eu não aguento mais. Por favor... faça parar... por favor... não me deixe sozinha... ela soluçava entre as palavras ditas. Por favor... aqui está escuro. Rao, eu estou aqui. Cameron sussurrou estendendo a mão para a escuridão a sua frente, a imensidão sem fim que parecia cada vez mais gélida e tomada pelo cheiro pútrido de corpos se decompondo. Não vai... me abandonar? Ela o questionou como se ainda tivesse medo de acreditar. Não, Rao, não irei te abandonar. O assassino murmurou com a mão ainda estendida e para sua surpresa, dedos gélidos como a morte tocaram sua mão; eram dedos frágeis, pequenos e quase esqueléticos. Estou aqui, Rao. Eu farei parar. Os dedos da garota envolveram os seus e da escuridão sem fim, ele viu uma pequena garotinha de 13 anos surgir. Orelhas pontudas, olhos de uma imensidão esverdeada – sem pupila –, a pele pálida parecia ser beijada pela morte e era marcada pela escuridão que manchava sua alma. O vestido que anteriormente devia ter sido branco, estava completamente manchado com um sangue que não parecia pertencer a ela. Não vai... me deixar? Ela perguntou com os lábios rachados movendo-se o mínimo possível, como se tivesse medo de falar. Cameron sorriu com o rosto jogado para o lado. Eu não minto, Rao. Não irei a lugar algum... não sem você. Suas palavras m*l haviam sido ditas e Cam pode jurar que os olhos esverdeados brilharam com algo que pareceu esperança. Seu brilho foi tão intenso que ele teve que fechar os seus próprios para evitar a luz, mas quando seus olhos voltaram a se abrir, era a espada que segurava em mãos e não a pequena mão de Rao – e ele havia voltado para a sala de tesouros. “Você conseguiu” ele ouviu Ren falar ao fundo soprando uma risada de surpresa “mas qual foi o preço, Cameron?” O assassino jogou a cabeça para trás com certa incredulidade. “Menos do que eu estaria disposto a pagar” ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Lâmina amaldiçoada: são armas feitas com magia n***a – magia que precisa de um sacrifício. Desde almas, corpos ou itens muito raros. Essas armas prejudicam seus usuários e normalmente, causam suas mortes. Rao: Rao é uma lâmina amaldiçoada que possuí alma e consciência. Ela está viva, como espada e se tornou imortal graças a isso. Feéricos: Seres poderosos e considerados como os principais abençoadas pela Deusa. São criaturas magnificas e com uma inteligência superior. Variando entre fadas, duendes, unicórnios, bruxas e Eladrins. Um dos seus traços principais são as orelhas pontudas e olhos sem pupila - traço esse que parece remanescente mesmo naqueles que são apenas parcialmente feéricos, como cria de feéricos e mortais. A harpa de Apollo: Conhecida por muitos como a primeira harpa ou a harpa de Apollo - foi um presente dado a ele por Dionisyous. Uma harpa feita pelo próprio feérico e dada ao rei Apollo como pedidos de desculpas por suas travessuras. O rei que tanto amava a música quanto a arte acima de qualquer outra coisa, tomou para si aquele instrumento e a tocava com tanta suavidade e carinho que pouco de sua essência fundiu-se ao instrumento a tornando capaz de - assim como seu primeiro portador -, trazer almas de volta a vida, curar ferimentos mortais e encantar qualquer ser que seu portador desejar.
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