.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 36 ♪¸¸.•*¨*•.

1249 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde Beerin acorda ♪¸¸.•*¨*•. Escuro. Estava escuro outra vez, não havia o costumeiro barulho dos marujos ao fundo ou os resmungos diurnos de Renriel em busca de consolo ou carinho, reclamando tanto quanto se era possível antes de enfim levantar com o rosto ainda amassado. Escuro. Então foi um sonho, ele se viu pensando com uma tristeza que pesou tão fundo que parecia o levar para lá, o fundo do mar. O que havia acontecido dessa vez? Outra droga? Outro experimento? Ou sua mente apenas havia achado divertido pregar-lhe uma peça? Ele não queria verdadeiramente saber a resposta. Não importava qual fosse, não sei satisfatória, porque no fim, ele estaria ali de novo. Estaria no maldito lugar escuro e frio, jogado aos cantos com roedores guinchando e o sonho de liberdade tão longe quanto se era possível. Foi desejar demais para alguém como eu, ele murmurou para si mesmo e então, uma voz gentil surgiu o acalmando. “Não foi um sonho” Kendra dizia com a calmaria que apenas uma fênix poderia possuir “sua capitã ainda te espera do outro lado... e o seu corpo ainda aguarda que retorne a ele e desperte” Despertar? “Sim” Ela sorriu “não se lembra, criança?” Ele tentou se forçar, mas apenas uma luz dourada lhe vinha a mente. Era quente, quente demais – e brilhava como jamais ele havia visto algo brilhar. “Você os ressuscitou” Kendra o explicou “você curou os corpos e puxou as almas de volta para os recipientes agora intactos. Refez os fios que os prendia e tornou seu momento de morte quase inexistente na linha do tempo” Como? Ele se questionou, afinal, como poderia ele fazer algo tão incrível? Kendra riu achando encantador a forma como Beerin parecia ainda não entender as suas verdadeiras capacidades. “Eu sou o seu poder, Beerin, sou parte da sua alma e a linhagem que corre por suas veias” ela decretou e como um pequeno pássaro de fogo, flutuou em torno da consciência do príncipe “quando deseja que algo seja feito... eu realizo” O príncipe se sentiu confuso, como se tudo não passasse de uma peça sendo pregada novamente. Qualquer coisa? Kendra sorriu “Bom, qualquer coisa que uma fênix consiga fazer, mas saiba... a magia tem um preço” A espinha de Beerin congelou e então ele lembrou dos corpos caídos no chão e de Renriel e Andrea falando que os sacerdotes e dragões os matarias se houvesse uma chance – tudo estava escuro desde então. Não! Eu a larguei sozinha com eles! O desespero começou a toma-lo, mas Kendra que agia com ele como uma mãe agiria com sua criança que começava a lentamente engatinhar, suspirou. “Não se preocupe, criança. Os deixei adormecido e me preocuparia mais com o preço que lhe custou a me preocupar com o bem estar de alguém como a herdeira de Erwan” Isso queria dizer que ela estava bem? Queria dizer que no fim ele não havia feito nada para machuca-la? Ou que apenas Kendra não se importava? A fênix riu, um riso baixo, contido. “Se está tão ansioso para saber, tente abrir seus olhos”. Ele abriria, caso conseguisse – foi o que pensou, mas logo que a fênix o disse, Beerin sentiu o calor das cobertas sobre seu corpo e a escuridão que parecia tão densa e completa, se tornou aquele cinza puxando os tons lentos para o branco, em um momento preguiçoso e ameno. “Acorde” Kendra murmurou “ela já te esperou demais” e como um filho obediente, os olhos de Beerin enfim se abriram. Foi doloroso no início, quando a luz direta invadiu sua visão e pareceu queimar suas orbitas oculares, mas logo que se acostumou o baque surdo de uma porta se abrindo bruscamente fez o príncipe desejar se mover para olhar. A pessoa com respiração ofegante parou em frente a porta do quarto e quase como se não acreditasse, observou Beerin que se movia como uma criança pequena que acabará de acordar. Era Renriel – ele notou quando seus olhos conseguiram focar. Os cabelos rubros estavam bagunçados – provavelmente por ela ter corrido de forma tão desesperada, os olhos estavam marejados e suas mãos vermelhas por algum motivo que ele ainda desconhecia. “Você...” ela murmurou “você acordou...” Beerin sorriu, um sorriso fraco e culpado. “Sim...” foi tudo que conseguiu responder, mas ao ouvir sua própria voz se assustou pela rouquidão que o assolava. Sua voz parecia horrível, foi tudo que ele conseguiu pensar, mas antes que conseguisse limpar a garganta a ruiva jogou-se em sua direção o abraçando enquanto sentava-se na cama ao seu lado. “Você acordou... você realmente acordou...” ela repetia com o rosto enfiado em pescoço “você acordou, não é? Não é outro dos sonhos, certo?” Sonhos? Ele queria perguntar, mas sentiu que se o fizesse, Riel choraria compulsivamente. Agora a fitando de perto, Beerin se deu conta das olheiras que marcavam os olhos estrelados da capitã e que seu rosto parecia levemente mais magro. “O que aconteceu?” Ele murmurou preocupado importando-se pouco com sua própria voz, e Ren que o fitava com lágrimas prestes a cair de seus olhos, sorriu segurando o rosto dele entre suas mãos. “Você acordou...” ela disse como se aquela fosse a única resposta que ele precisava, então, a voz irritante de Cameron veio ao seu resgate, acompanhada – infelizmente –, dos passos largos e quase silenciosos do assassino. “Fazem duas semanas desde que desmaiou em Agreste” Os olhos de Beerin piscaram de forma longa e demorada. “Duas... semanas?” Ele olhou para a ruiva em busca de negação, procurando nela uma risada frouxa e um xingamento dirigido para Cam por tentar outra vez assusta-lo, mas tudo que havia era o sorriso bobo que Riel o dava, o sorriso de quem o havia esperado acordar por longas duas semanas. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Fênix: uma criatura fabulosa, única de sua espécie. Suas chamas douradas eram capazes de curar toda e qualquer enfermidade. A lágrima da fênix era capaz de tornar imortal aquele que a bebe e suas penas são consideradas como itens maravilhosos, capazes de potencializar feitiços e poções. Kendra: Nome antigo vindo do Élfico Antigo. Significa nascida do fogo e era dado a elementais do fogo com a força de uma divindade. Em toda a história do mundo, esse nome foi usado por apenas 3 elementais em toda a existência e um deles é Kendra Angelov, a fênix que possuí a alma ligada a de Beerin Amarilis Angelov. Magia: a magia é uma força existente no mundo. Ela funciona como uma troca equivalente entre habilidades, força, energia e sacrifícios. Cada tipo de magia funciona de uma forma determinada e cada tipo de contrato mágico ou ligação requer um preço para ser utilizado. O preço é equivalente ao que se deseja realizar. Para lavar uma louça usando magia, se usa uma pequena porcentagem de magia, mas para teletransportar um grupo de aventureiros ou até mesmo um batalhão o mago deve ser experiente ou se cansará o suficiente para que seu corpo entre em exaustão.
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