.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 21 ♪¸¸.•*¨*•.

1837 Words
.•¨ •.¸¸♪ Aquele onde Beerin encontra uma lâmina amaldiçoada ♪¸¸.•¨ •. Era escuro simplesmente escuro, por um momento ela não conseguiu entender o que estava acontecendo, mas então como uma brisa suave da primavera tudo começou a mudar. Haviam olhos brilhando na escuridão, olhos distintos como estrelas cadentes. ela jamais imaginou ver algo tão lindo, o que realmente era aquilo? eram passos o que ela começou a ouvir. Ainda estava escuro, mas ainda assim, ela podia sentir o tremor em suas mãos. era doloroso, era sufocante. Era como afundar em um imenso e obscuro vazio. Dói, ela pensou. dói sorrir, dói respirar, dói pensar que eu ainda preciso acordar, dói continuar levantando, levantando, levantando e então cair. Cair para o fundo do poço onde parece o único lugar onde eu devo estar. Por que eu? Uma voz perguntou. Ela não se lembrava de quem era aquela voz, mas por algum motivo era familiar. a escuridão também era familiar de certo modo, então porque aquela voz parecia tão assustada? o mundo pode ser assustador, ela se recordou. Como uma brisa suave, um rosto doce gentil surgiu em sua mente; ele tinha longos cabelos ruivos, presos em um r**o de cavalo, seus olhos era radiantes e parecia um lindo céu estrelado. Olhos de joias ela lembrou de ter pensado. homem de cabelos ruivos a observava com delicadeza e ternura, então como uma voz igualmente gentil, ele murmurou: está tudo bem, você já pode descansar agora. Então, o silêncio que parece familiar, se foi e ela pode ver dentro da sala que se colocava atrás da terceira porta de sua cabine. Lá dentro estava uma figura de cabelos negros e pele pálida, a iluminação era mínima, mas o suficiente para que ela reconhecesse. E quando o sangue de Beerin tocou a lâmina, a capitã soube que teria alguns problemas. Seus olhos se abriram por impulso e mesmo que sua cabeça ainda latejasse, ela ergueu-se com dificuldade. Seus pés se moviam automaticamente, mas quando se deparou com a porta aberta, a pouca iluminação remanescente no quarto - dada por uma simples vela -, mostrava Beerin, assim como em seu sonho. Os cabelos ainda molhados, caindo por suas costas e encharcando a camisa que ainda estava desabotoada. Seus braços descobertos e pálidos, erguiam-se e em suas mãos, uma espada longa se encontrava. Os olhos de Renriel se arregalaram, quando ela se deu conta de que sangue descia pelo braço esquerdo do príncipe. A lâmina o havia cortado. ✶✶✶ Beerin sentiu sua mão formigar enquanto segurava a arma, mas a vontade de continuar com ela, era maior que a preocupação por continuar sangrando. Como podia ser tão linda? Parecia quente… tentador. "Não te ensinaram a não mexer nas coisas dos outros?" A voz suave de Renriel o fez vacilar. Quando ela havia entrado? Por que ele não ouviu seus passos? O rosto do rapaz, virou-se delicadamente e com certo receio, ele sorriu. "Bom… considerando que você é uma pirata, não sabia que essa regra ainda era válida". Renriel bufou. “Uau, quanta ousadia, princesa, mas por que está aqui?” A atenção do príncipe, retornou a lâmina, que agora, causada uma dor fina em sua mão que sangrava. As gemas, incrustadas no cabo da lâmina, brilhavam de uma forma enevoada e a lâmina que antes refletia seu rosto, agora, se tornava um misto de luminosidade carmim. “Eu estava curioso e agora... não sei o que está acontecendo...” ele disse virando o rosto na direção de Renriel, em busca de uma explicação. A capitã cruzou os braços sobre o peito e deu de ombros. “Solte a espada, princesa. Ela não combina em nada com você.” O tom de brincadeira de Renriel, fez os ombros de Beerin relaxarem, mesmo quando seus instintos, diziam que ele deveria correr, mas assim que tentou largar a lâmina, o príncipe sentiu dedos gélidos esgueirarem-se por sua espinha dorsal. “Ahm... capitã...” ele chamou engolindo em seco. Renriel suspirou, massageando as têmporas. “Largue.” O príncipe abriu a boca para falar que estava tentando, mas a mão que sangrava, apertou-se contra o fio da espada, tornando o corte maior. Ele gemeu baixinho, sentindo uma dor fina envolver seu braço e então, gritos estridentes irromperam em sua mente. “Merda” Renriel resmungou, aproximando-se com cuidado. “Beerin, você precisa solta-la.” Ela disse, mas sua voz parecia longe. Ele ergueu os olhos para o rosto delicado que a capitã possuía, mas naquele momento, ele parecia turvo, os olhos amendoados da garota, pareciam nublados e suas sobrancelhas estavam franzidas. Ela estava preocupada? Isso certamente não era um bom sinal, assim como os gritos de dor e agônia que continuavam a ecoar em sua mente. “Eu estou tentando...” ele respondeu, sentindo a dor fina espalhar-se por seu corpo, como uma corrente elétrica, mas assim que seus instintos o mandavam soltar, seu corpo ignorava. “Eu não consigo... faz parar...” ele pediu, fechando os olhos com força. Seu corpo parecia fraco, suas pernas estavam prestes a ceder. Faz parar!! Me salve! Me salve! Eu não quero mais matar!! Me salve!! Me salve!! Faz parar!! Faz parar!! “Faz parar!!!” Ele pediu grunhindo de dor, sua mente parecia mais e mais escura, sua cabeça doendo enquanto a voz estridente implorava e gritava. Faz parar!! Faz eles pararem!! Não é minha culpa, eu não queria... eu não queria!! Eu não queria mata-los!! Não é minha culpa!! Me salve!! Me salve!! Faz parar!! Faz eles pararem!! “Beerin.” Renriel o chamou, os olhos fumegantes o fitando. Ele engoliu em seco. Os dedos gélidos, deslizaram-se outra vez por sua espinha, como se estivessem prestes a abraça-lo, mas o calafrio dessa vez, se intensificou. Ele sentiu seu corpo tremer e então, uma mão quente e um toque familiar, pousou-se sobre a mão machucada. “Solte” Renriel disse com certa firmeza, mas a voz continuava a gritar e gritar. “Por favor... faz parar!!” Ele gritou “Eu não queria mata-los!! Não é minha culpa!! Faz parar!!!” A capitã rosnou em uma língua que ele não conhecia e então, respirou fundo antes de tocar novamente sua mão, aproximando o corpo do seu. “Beerin, não é você. Solte-a. Abra seus olhos.” Ele sentiu que todos os seus ossos se quebrariam, como se uma linha os prendesse e ele estivesse prestes a quebra-la, mas com a voz da capitã, tão próxima, ele apenas afirmou. A respiração dela estava praticamente em sua nuca. “Solte” ela repetiu, e junto com a dor que envolveu todo o seu corpo, Beerin largou a lâmina, sentindo os dedos de Renriel entrelaçarem-se com os seus e então o barulho da espada, caindo no chão após ser jogada para trás, foi ouvido. O corte em sua mão, parecia não estacar e o sangue corria mais e mais forte. “Você é realmente problemático, princesa”. “Não foi a intenção...” ele gemeu, sentindo sua cabeça latejar. “Eu sei que não” ela respondeu, com um sorriso de canto. ✶✶✶ A lâmina amaldiçoada, era como era conhecida. Rao, a lâmina viva. Haviam milhares de histórias e lendas sobre sua criação, mas uma em especifico, tinha partido o coração de Renriel. A lenda dizia que uma criança ilegítima de um rei feérico, era o produto por trás da lâmina. Sua mãe, uma jovem de sangue nobre, nascida em um dos cinco reinos, se apaixonou perdidamente pelo príncipe Vardan, mas assim que Vardan se tornou rei, ele foi forçado a se casar com alguém diferente do desejado e o seu grande amor, pela jovem humana, teve de ser deixado para trás. O que nenhum dos dois sabia na época, é que a humana estava grávida. Quando a criança nasceu, seus olhos brilhavam com o poder que parecia não ser suportado por seu pequeno e frágil corpo. Estranhos símbolos, continuavam a surgir nos braços e pernas da criança, conforme ela crescia e suas orelhas levemente pontudas, mostravam que Rao, era tudo, menos uma criança humana. Não demorou para que a rainha feérica, descobrisse sobre a verdade. A verdade sobre as recusas de Vardan antes de seu casamente, assim como a insistência do rei para manter paz entre feéricos e humanos. Com medo de que Vardan pudesse tira-la de seu posto e acabar casando-se com a humana, a rainha a perseguiu. Para salvar sua vida e da sua filha, a mulher que foi o grande amor de Vardan, usou magia n***a para transformar Rao – sua filha de 13 anos –, em uma lâmina amaldiçoada. O que a mulher não sabia, era que a magia era irreversível e que Rao, com seus 13 anos e mente inocente, quebraria ao ter sangue em suas mãos. A lenda dizia que a mulher marchou sobre todos que tentaram enfrenta-la e Rao, rasgou a garganta da rainha feérica, como um aviso: os humanos não podem ser subestimados. Vardan, que ainda amava a mulher humana, casou-se com ela, mas ao saber que sua filha não poderia retornar, a mulher cometeu suicídio e Vardan, que se recusou a comer, beber ou sair do lado do cadáver de sua amada, morreu, tempos depois. As histórias sobre Rao, eram muitas, mas ainda assim, todas tinham algo em comum: todos morriam no final e a lâmina amaldiçoada, era deixada para trás e esquecida no tempo. “Venha, precisamos sair daqui.” Renriel diz, ajudando Beerin a se levantar. “O que era aquilo?” Ele questiona, olhando para a espada, caída no chão. “Uma lâmina amaldiçoada.” Explica a capitã, suspirando pesadamente “Ela foi feita com magia n***a e precisamos lidar com seu ferimento primeiro”. Diz olhando para o corte na mão do rapaz, que agora era pressionado por suas mãos. Beerin assentiu, com o rosto corado. “Sim...” ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário ♪¸¸.•*¨*•. Espada longa: A espada larga, espada de lâmina larga ou espada longa era uma das maiores espadas medievais ocidentais, perdendo somente para a espada montante. Em geral pesavam entre 1 kg e 1,5 kg e sua lâmina media em torno de noventa centímetros. A maioria das espadas longas da Alta Idade Média tinha dois gumes e ponta rombuda, servindo apenas para cortar, mas no caso de Rao, existe uma ponta. Lâmina amaldiçoada: são armas feitas com magia n***a – magia que precisa de um sacrifício. Desde almas, corpos ou itens muito raros. Essas armas prejudicam seus usuários e normalmente, causam suas mortes. Rao: Rao é uma lâmina amaldiçoada que possuí alma e consciência. Ela está viva, como espada e se tornou imortal graças a isso. Feéricos: Seres poderosos e considerados como os principais abençoadas pela Deusa. São criaturas magnificas e com uma inteligência superior. Variando entre fadas, duendes, unicórnios, bruxas e Eladrins.
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