.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 56 ♪¸¸.•*¨*•.

1798 Words
•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde piratas jogam sujo ♪¸¸.•*¨*•. “Vai treinar a essa hora da noite?” ela havia questionado e tão rápido quanto se era possível, ele virou em sua direção. “Não conseguia dormir” ele respondeu, ainda olhando para ela como se não conseguisse desviar o olhar. Renriel sorriu, os dedos deslizando pelos cabelos e os jogando para trás a favor do vento. “Problemas para dormir? Achei que depois de todo aquele treino iria desmaiar” “Bom... acho que essa é uma das desvantagens de se ser o herdeiro da fênix” ele murmurou olhando para cima, os olhos fixos no céu estrelado. “Oh... então se curou rápido demais?” “Algo assim” admitiu “mas o banho também ajudou, meus músculos parecem perfeitamente bem, acho que provavelmente bem o suficiente para suportar outro dia de treino com Lucien” “Ele adorava nos deixar estirados no chão. Querendo ou não, ele ainda é um sádico” “Pude notar” Beerin sorriu “ele continuava cada vez mais feliz sempre que me ouvia reclamar” Renriel se aproximou, uma das mãos apoiada no quadril. “Então... por que não testamos o que aprendeu hoje?” Os olhos de Beerin voltaram-se rapidamente para ela, o semblante delicado da ruiva a tornava quase uma senhorita de uma corte distante, mas com aquele sorriso quase diabólico em seus lábios, ele podia jurar que ela iria o destruir. “Está querendo... lutar comigo?” Perguntou esperando sinceramente que a resposta fosse não, mas o sorriso de Renriel se tornou mais amigável. “Não chamaria de luta, chamaria de treino... e não seria a primeira vez que faríamos isso” Mas ele não se lembrava. “Não seria?” Beerin a fitou, os lábios entreabertos enquanto esperava por uma resposta. “Não, quando começou... eu te ensinei algumas coisas” Renriel admitiu “em grande parte porque gostava de te ver... bom... sem jeito” Ele bufou. “Ficou me provocando no lugar de me ajudar? Que crueldade” “Bom... você ficava encantador sempre que eu me aproximava” “Talvez eu ainda fique”, ele insinuou e Renriel então sacou sua espada. “Quem sabe? On guard” ela sibilou e sem pensar duas vezes, Beerin puxou suas rapieiras e se posicionou. A perna levemente inclinada enquanto observava seu oponente. O oponente mais bonito que ele já havia tido. Renriel não se moveu, era como se esperasse que ele agisse, mas Beerin sabia que se agisse, seria seu fim, então, tentou distraí-la. Afinal era sua única chance. “Você é sempre tão má, capitã?” A ruiva sorriu, um sorriso arqueado de canto e um olhar carregado de malicia. “As vezes mais que o normal e provavelmente bem mais do que você imagina” “Isso parece muito c***l” ele continuou a rondando lentamente, tomando cuidado com cada passo, cuidando para que não desse a ela a a******a que precisava para joga-lo ao chão e encerrar o combate. “E ainda assim você parece interessado” Renriel provocou “isso é o que chamam de desejar algo que teoricamente não pode ter?” “Não posso ter?” Beerin questionou, os lábios levemente arqueados. “O que você acha?” “Acho que está com medo de se aproximar e sentir que está abusando de alguém sem memórias” ele jogou “mas ainda assim, continua me observando de longe. Ainda sorri quando me vê e seus olhos...” ele parou, tentando decidir se realmente falava até o final. “Meus olhos?” Ela questionou e para total descrença de Beerin, ela não estava surpresa, m*l havia reagido as suas tentativas de distraí-la – embora grande parte fosse apenas coisas que realmente desejava falar. “Eles refletem sua alma” Beerin murmurou “refletem o quanto está disposta a dar e o brilho deles me diz que daria tudo para mim, ou a minha versão pela qual se apaixonou” A ruiva sorriu, uma das mãos ainda parada em suas costas, sua postura perfeita e os cabelos sendo cada vez mais desgrenhados ao vento. Talvez se tentasse pinta-la em algum momento, Beerin usasse como referência chamas que subiam pelo céu estrelado. “Você tem razão” disse simplesmente, o trazendo de volta para a realidade e o tomando de surpresa, e aproveitando o momento, ela atacou em sua a******a. Seu movimento foi rápido, simples e limpo, mas graças aos diversos treinos com inúmeros clones de Lucien, Beerin conseguiu pará-lo se colocando quase de joelhos ao chão. “Mas se esqueceu de algo, docinho. Eu odeio perder” Naquele momento, não havia como voltar atrás. O embate havia começado e o som das lâminas se chocando era tudo que era escutado naquele momento, fora a respiração de ambos. O ritmo lento e fluído de Renriel e a respiração ofegante de Beerin que se tornava cada vez mais complicada. Ela era agressiva. Incisiva. Cada um dos seus ataques era direto e fatal. Era quase como se ela desejasse matá-lo e tudo que Beerin conseguia fazer, era se defender. Ele girava e abaixava enquanto fugia das investidas, mas ao seu ver, não havia nada mais bonito do que a forma como ela sorria enquanto tentava acerta-lo. “Você foge muito bem” ela elogiou com um tom felino e Beerin se viu rindo. “Preciso fugir ou sinto que serei feito em pedaços” “Eu jamais faria isso” Renriel disse parando brevemente a investida e jogando os cabelos para trás, os olhos de céu estrelado brilhavam intensamente, um brilho malicioso “eu sou completamente contra cortar um rostinho tão bonito” “Pode me cortar em pedaços sem cortar o meu rosto” ele retrucou, girando ambas as espadas ao mesmo tempo. “Não é o meu tipo” a capitã zombou “gosto de fatias bem pequenas”. Beerin sorriu, mas antes que conseguisse responder, ela estava atacando outra vez. Seu corpo parecia ser impulsionado pelo ar com uma maestria quase sobre-humana, era como se ela dançasse com a brisa do mar que a rodeava. Um pequeno descuido e o sangue descia pelo pescoço de Beerin, não havia sido um corte profundo, mas ainda assim ardia enquanto ele esquivava para o lado. Renriel que ainda o perseguia com um sorriso, zombou. “O que foi? Sou bonita demais para que se concentre?” Sim, Beerin quase respondeu, mas se contendo, mordeu o lábio com força. “Está tentando me matar, capitã?” “Se eu estivesse tentando, você estaria morto, docinho” Renriel o provocou, o apelido soando tão doce em sua voz quanto se era possível. Beerin titubeou, as espadas se unindo para parar outro ataque de Renriel, os pés pressionados contra o chão; ele não podia vacilar. Com um leve impulso, ele a jogou para trás e a ruiva aceitou se reposicionando. Um..., dois..., três..., agora! Ele pensou e quando Renriel investiu, ele pulou. Um salto alto e asas surgiram de suas costas. O príncipe sentiu os músculos de suas costas doerem, ardendo como se fosse difícil demais se manter no ar. Como diabos Cameron conseguia? Por sorte ele não precisaria saber, apenas estava feliz que tivesse dado certo, mas sabia que não aguentaria ficar no ar por muito tempo. “Que feio” Renriel o provocou “está tentando trocar o alcance de nosso combate?” Ele riu. “Apenas usando o que tenho a meu favor, capitã” se defendeu e antes que suas asas cedessem, ele pousou, a espada de Renriel bateu de frente com sua rapieira e em seguida, ele contra atacou com a mão livre. A capitã desviou com maestria e sorriu com o corpo próximo ao de Beerin, os braços colados um no outro. “Você fica bonito quando sorri assim” ela sussurrou, os olhos fixos em seus lábios e Beerin sentiu o ar suspender-se de seus pulmões. “Não jogue tão baixo...” murmurou, a voz carregada de uma mistura de desejo e manha. Renriel girou, as espadas se cruzaram outra vez e outra vez, o barulho de metal contra metal se misturando a respiração mais e mais ofegante, então as velas de Sírius se tornaram mais infladas e Beerin suspirou, um suspiro de admiração quando os olhos de Renriel brilharam com a mesma intensidade que as estrelas nas velas do navio. Em um movimento limpo, a capitã o desarmou jogando uma rapier para um lado e a outra para o outro e então sua bota enroscou-se nos pés do príncipe e ele foi ao chão. O Baque surdo do corpo do príncipe no convés foi singelo, simples e familiar. “Eu sou um pirata, docinho. Eu sempre jogo baixo”. Mesmo caído, o príncipe ainda a fitava com o mesmo olhar admirado e Renriel estendeu a mão em sua direção. “O que foi?” Perguntou inclinando o corpo em sua direção, mas para sua surpresa, Beerin sorriu. “Nada... é só que... seus olhos são o céu estrelado mais bonito que eu já vi”. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Sírius: Um navio pirata lendário – criado pela bruxa, que possuí o céu estrelado em suas velas. Atualmente seu capitão é: Renriel Callan e seus desejos e sentimentos alteram a forma como Sírius age. Ele reage como uma extensão de seu coração, sendo capaz de proteger e atacar aqueles que ela considera como aliados e inimigos. Rapier: é um tipo distinto de arma branca, uma espada comprida e estreita, popular desde o período Medieval até a Renascença. São geralmente descritas como sendo espadas com a lâmina relativamente longa e fina, ideal para golpes de perfurações e uma proteção guarda-mão com complicados filetes de metal, o que a torna uma bela arma, podendo ser usada na esgrima artística (mesmo não sendo uma arma própria para o desporto). A lâmina pode ter largura suficiente para cortar a golpe, mas o poder da rapieira vem da sua habilidade de perfuração. Rapieras podem ter gumes com fio de corte só dum lado, com fio de corte dum lado só da ponta até ao meio (como descreveu Capoferro), ou podem ter gumes completamente cegos. Kendra: Nome antigo vindo do Élfico Antigo. Significa nascida do fogo e era dado a elementais do fogo com a força de uma divindade. Em toda a história do mundo, esse nome foi usado por apenas 3 elementais em toda a existência e um deles é Kendra Angelov, a fênix que possuí a alma ligada a de Beerin Amarilis Angelov.
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