.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 23 ♪¸¸.•*¨*•.

1776 Words
.•¨ •.¸¸♪ Aquela onde Sírius se torna invisível ♪¸¸.•¨ •. “Preciso de você” Renriel murmurou esperando por uma resposta assim que sua cabine se esvaziou outra vez, qualquer uma que fosse só precisava que Sírius a ajudasse. “Venho suportando as dores... então por que não me ajuda? Me ensine o que preciso”. “Acha que está pronta para isso?” Sírius a questionou, sua voz imponente como sempre havia sido. “Não sei se estou, mas preciso” a capitã afirmou dando-se conta pela primeira vez de que seu ego precisava enfim ser posto de lado. “Vejo que não é tão i****a quanto pensei que seria” o tom do navio era claramente ofensivo, mas não havia tempo para isso e vendo que a capitã que prontamente o atacaria não fez, Sirius se sentiu levemente orgulhoso pela criança que parecia crescer e como agradecimento, lhe disse. “Tome, minha criança, uma linda flor em seus cabelos deve colocar e quando a estrela mais brilhante do seu céu encontrar, nenhum outro ser será capaz de nos encontrar” Enigmas. Enigmas e mais enigmas. A capitã desejava xingar, mas apenas suspirou notando que pela primeira vez o tom usado pelo navio não havia sido deboche ou aquele tom de desprezo usual. Sírius estava tentando ajudar. ✶✶✶ “De novo” Cameron ria. “Você é um i*****l” Ames resmungava recostada a lateral do navio enquanto assistia Cameron derrubar o pobre príncipe de novo e de novo. “Vamos princesinha, não deve ser tão difícil” o assassino zombava. “Sádico” Ames continuava. “Eu aposto 10 moedas de ouro que a princesa desiste antes de uma semana” um marujo brincou. “Uma semana? Espera demais de um nobre” outro zombou. “Acho melhor que calem a boca antes que a capitã arranque suas línguas” Ames os advertiu, mas até mesmo ela concordava que o príncipe não duraria muito treinando com alguém como Cam. “De novo” Cameron repetiu pela milésima vez e Beerin que antes era apenas uma criança assustada levantou-se enfurecido. “Não precisa me dizer o que fazer, principalmente se for algo e******o e simples como levantar” “Uhhh... a princesa está bravinha” Cam debochou. “Quem disse que você pode me chamar assim?” O príncipe rosnou e por um momento, Ames que estava recostada em Sírius pode jurar que sentiu o navio estremecer quando o olhar de Beerin fixou-se em Cam. Aquele era o olhar de um verdadeiro governante. O olhar de superioridade e realeza que poucos reis haviam possuído. “Ora, ora... que rostinho irritante” Cam sibilou “será que a capitã vai ficar muito brava se eu acabar fatiando ele? Ou deveria me preocupar mais com a nossa rainha de Fiesty? Qual era seu nome?... eh... Eilidh” As palavras m*l haviam saído da boca de Cam e Beerin investiu em sua direção com tudo, o ódio em seus olhos bicolores era inegável. “Tire o nome da minha noiva da sua boca” ele rosnou. Cameron que desviou com uma facilidade quase cômica riu de forma debochada enquanto se curvava para frente deixando o rosto próximo ao de Beerin enquanto o desarmava. “E eu aqui pensando que seria a capitã que quebraria seu coração... vejo que você é bem mais traiçoeiro do que eu pensei, princesa” o assassino sussurrou baixo o suficiente para que apenas Beerin o pudesse ouvir e o príncipe que finalmente entendeu as palavras de Cameron desabou ao chão com o rosto vazio. “Chega por hoje” Cameron declarou rindo baixinho “eu não treino com traidores”. “Do que você está falando?” Ames o questionou e Cameron como sempre, apenas riu abrindo suas asas e voando para longe. ✶✶✶ A capitã estremeceu e as palavras ecoaram em sua mente. “Tire o nome da minha noiva da sua boca” era Beerin quem havia dito isso e havia tanta raiva em seu tom, tanto zelo que por alguma razão a capitã sentiu seu coração pesar. “Claro” ela tentou se lembrar enquanto voltava pra dentro de sua cabine “eu o sequestrei, sou uma pirata... o que estava esperando?” Mas ainda que suas palavras fossem essas, seu peito doía como se milhares de agulhas o estivessem espetando sem dó. Era como estar largado ao mar, preso por correntes que a puxavam para o fundo sem a menor pena. Era difícil de respirar. “Foi apenas um beijo” ela tentou falar mas até mesmo sua voz parecia desejar abandona-la. “Não significa nada, nenhuma dessas coisas significa” murmurou enquanto a imagem do rosto de Beerin sorrindo para ela volta a sua mente, as expressões que ele parecia mostrar apenas para ela, assim como a expressão em seu rosto na noite anterior. “Ao menos não foi longe demais” uma voz murmurou em sua mente, não a voz de Sírius, mas uma voz amena, melancólica. “Ao menos não terá um erro a mais para se arrepender. Vocês dois são diferentes como água e óleo, como terra e mar. Estão destinados a não permanecerem juntos, querida”. Sim, ela sabia disso. Tinha em mente desde o primeiro segundo e nem mesmo antes havia pensando em permanecer ao lado ou com Beerin. Era tudo parte de um negócio, mas agora, por alguma maldita razão, doía. “Você se apaixonou” a voz dizia. “Não” Renriel negou. “Sim, se apaixonou perdidamente pelo príncipe de alma brilhante e olhos bicolores. Fez dele o seu sol sem mesmo se dar conta e agora entendeu que jamais poderia tê-lo” Ela não queria ouvir. Havia risadas lá fora, alguém tocava um instrumento desafinado e os marujos brincavam e trabalhavam como sempre, mas tudo parecia longe demais. “Isso não é verdade” “Então me diga que não doeu quando ele disse para não matar a rainha. Diga que agora não sentiu que estava sendo esfaqueada quando ele a chamou de minha noiva” “Não posso...” “Por que não?” A voz insistiu mesmo que conhecesse a resposta e Renriel se questionou sobre quem poderia ser tão c***l a esse ponto. “Porque seria mentira” ela admitiu com a mão apertando seu próprio peito com força. Suas pernas cederam enfim e a capitã se viu ao chão com lágrimas que não a pertenciam caindo por suas bochechas “porque...” “Porque a noite estrelada se apaixonou pelo sol que brilhava durante o crepúsculo e trazia as manhãs” a voz completou e as tatuagens e runas pelo corpo de Renriel brilharam intensamente. ✶✶✶ Cameron que sobrevoava o navio gritou e sibilou dos céus ao ver Sírius desparecer. Ele ria alegremente enquanto rodopiava entre as nuvens, Renriel enfim havia conseguido, o navio lendário que era lindamente dominado por Lucien agora estava realmente aos comandos da capitã. Ele sabia o que havia acontecido, sabia como Renriel havia conseguido – afinal não existia algo que Cameron não soubesse –, mas ainda assim ele pulou em direção ao mar onde Sírius agora deveria estar e quando enfim pousou na proa do navio ele sorriu para Ames e Mark que o fitavam sem entender. “Sírius está invisível” Cameron anunciou. Os olhos de Mark brilharam com uma felicidade que a muito Cameron não via surgir e Ames atirou-se em direção ao assassino o abraçando. “Como conseguiu pousar?” Ela questionou com os braços em volto de seu pescoço e com o sorriso debochado de sempre, Cameron a respondeu com um beijo em sua bochecha. “Sírius reconhece sua tripulação” “Onde está Renriel?” Mark perguntou enquanto olhava por todo o navio a sua procura. “Cabine” foi tudo que Cameron respondeu e por não ter lhe dado uma de suas respostas usuais o semblante de Mark se enrijeceu. “Pare” Mark disse se dirigindo a cabine ao ver Beerin prestes a abrir a porta “melhor que não entre ai, príncipe Beerin” o seu tom não era o comum e ele não pretendia amenizar para que o príncipe se sentisse a vontade. “Eu...” “Eu não me importo” Mark murmurou “minha filha está ai dentro e quero falar com ela. Você deveria voltar para o deck e esperar como o resto da tripulação”. O rosto melancólico de Beerin contorceu-se, mas no fim ele apenas assentiu. “Sim, senhor” disse antes de se afastar. “Renriel” Mark murmurou batendo gentilmente na porta da cabine e um soluço foi tudo que teve como resposta. “Querida, me deixe entrar”. “N-não” ela praticamente pediu. “Ren-ren...” Mark a chamou “você o tornou invisível, Sírius está camuflado para todos e a frota de Fiesty não será capaz de nos ver” Silêncio foi toda a resposta que recebeu e Mark pela primeira vez entendeu que sua criança estava finalmente crescendo. “Ren... vamos conversar” ele pediu como pedia para ela tentar não se machucar durante os treinamentos quando criança, e assim como antes, a porta da cabine se abriu. Renriel estava no chão, os olhos vermelhos de tanto chorar e uma de suas mãos rasgava seu peito ao ponto de agora sangrar. “Dói” ela disse pulando nos braços de Mark assim que ele entrou. Mark a abraçou e a porta de Sírius fechou-se como um lacre que não parecia desejar ser aberto. “Eu sei, meu amor” Mark suspirou. “Dói tanto...” ela chorou “eu não quero...” “Eu sei que não” “Por que? Por que eu preciso sentir dor?” Ela o questionou “eu sou assim tão desprezível e c***l?” “Sim” Sírius respondeu “Tão desprezível e c***l quanto todas as almas que sofreram antes de você. A dor que nos une é o que nos torna os vilões, Renriel” “Não” foi Mark quem disse “você é apenas a minha linda garotinha, a minha princesinha que entendeu o que o amor significa da pior forma possível...” ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Eilidh: Rainha de Fiesty, coroada a 3 anos e noiva do príncipe Beerin. Sírius: Um navio pirata lendário – criado pela bruxa, que possuí o céu estrelado em suas velas.
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