.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 47 ♪¸¸.•*¨*•.

1940 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde Andrea dá a resposta para Beerin ♪¸¸.•*¨*•. Ela se atirou em seus braços e Beerin sorriu sentindo os lábios da ruiva contra os seus. Ela estava feliz por vê-lo acordar. Não triste, não abatida, não brava... ela estava feliz. Ela estava sorrindo enquanto o olhava com aquela imensidão estrelada. “Você foi imprudente” ela murmurou contra seus lábios “e eu poderia... algo poderia ter acontecido...” O príncipe apenas continuou a sorrir enquanto correspondia ao seu beijo, os braços em volta de seu quadril e os cabelos ainda desgrenhados por ter acabado de acordar. “Valeu a pena” “Imprudente” ela sussurrou, deslizando uma das mãos por seu rosto como se acariciasse cada uma de suas linhas faciais, como se tentasse deixar aquela imagem gravada em sua mente para sempre. “Não pode ouvir tudo o que alguém como Cameron te diz pra fazer... não pode agir assim. Pode acabar se machucando, pode... morrer.” “Não irei” disse com convicção “sou uma fênix” A capitã negou com a cabeça. “Ainda não é... mas ao menos dessa vez dormiu por apenas uma semana” Uma semana? Os olhos de Beerin arregalaram-se em surpresa. “Estive dormindo por uma semana?” A capitã assentiu. “Ao menos... deu certo?” Os lábios de Renriel arquearam-se em um longo sorriso. “Sim... eu nunca te pediria isso, mas... obrigada por tê-lo o feito mesmo assim. Obrigada por ter trago ele de volta” sussurrou com os olhos fechados enquanto recostava a cabeça ao ombro do príncipe “não importa o que eu faça, ainda não será suficiente para devolver o favor” Beerin sorriu tocando a bochecha da capitã com a ponta dos dedos e com cuidado, acariciou seu rosto e o ergueu para fita-lo. Ele amava aqueles olhos estrelados – se deu conta ao vê-los brilhar tão intensamente. “Valeu a pena. Seja uma semana, duas ou quem sabe um mês. Vale a pena se isso for tudo que preciso fazer para te ver sorrindo assim. Você fica absurdamente linda quando sorri, capitã” As palavras que pegaram a capitã de surpresa fizeram seu rosto ser tomado por um rubor nada familiar. A tonalidade de sua pele agora assemelhava-se ao ruivo dos seus cabelos. “Quando aprendeu a falar coisas assim?” Ela resmungou afundando o rosto em seu peito. “Quem sabe?” Ele riu “acho que tive uma ótima professora” “Criaturinha c***l” “Agora sabe como me sinto, docinho” ele sussurrou ao seu ouvido, beijando demoradamente o pescoço da garota. Por um momento não existia lugares para onde se voltar, nem lembranças desagradáveis que o fizessem duvidar do que realmente queria ou de quem realmente gostava. No fim, Beerin se questionava se ele apenas não era medroso demais para admitir a verdade, se não estava com medo de arriscar por uma vida que pensou que nunca poderia ter; mas naquele momento, existia apenas um garoto qualquer, que brincava de pirata e parecia ter conseguido para si o coração de uma capitã lendária. ✶✶✶ As coisas haviam finalmente se acertado e como Beerin havia desperto outra vez, Lucien sugeriu que uma festa fosse dada. Isso – o príncipe havia notado –, era algo que piratas adoravam fazer. Arrumavam motivos todos os dias para festejar, dançar, cantar e gritar enquanto bebiam pelo convés. Eles viviam suas vidas como se não houvesse um amanhã e considerando tudo que havia acontecido desde o momento em que embarcará naquele navio, ele via o porquê de fazerem isso. A festa começou antes mesmo que o céu fosse tomado pela lua e provavelmente duraria até que o sol estivesse alto no céu; era o que costumava acontecer. Mas diferente de todas as que haviam ocorrido até agora, Beerin viu uma festa de verdade acontecer. Havia música – alta e clara, com instrumentos que tocavam sozinhos e uma voz melodiosa e gentil. Havia comidas, tantas e tantas variedades que ele se questionava de onde tudo aquilo vinha surgindo e em taças e copos por todo o convés, era distribuído rum, vinho e whisky. As velas negras de Sírius pareciam brilhar intensamente naquela noite e enquanto Mark e Lucien dançavam junto aos marujos, o príncipe se viu abismado com como tudo parecia mais colorido com a volta do antigo capitão. Tudo aquilo, ele soube depois, era resultado do que Lucien havia ensinado a Renriel durante sua semana em coma. Ele a havia contado sobre como controlar Sírius com facilidade e havia mostrado até mesmo como faze-lo funcionar quase que por conta própria – tornando a vida de todos ali, milhares de vezes mais fácil. “Sírius é capaz de navegar apenas com o seu capitão a bordo” Mark havia lhe dito uma vez e agora, quando via tudo isso acontecer, Beerin tinha certeza de que ele não havia falado por falar. “Fico feliz por ter acordado” a voz de Andrea fez Beerin desejar vomitar todas as comidas maravilhosas que havia provado durante a festa. “O que faz aqui? Seu navio não havia ido embora?” O príncipe perguntou a contra gosto, sem ao menos tentar esconder o ciúme em sua voz. “Bom, ele foi. Valkyries está a dois dias de distância agora, mas por sorte temos Cam, não é mesmo? Eu odiaria perder essa festa” Andrea o provocou “já dançou com Riel? Deveria experimentar, era o que mais gostávamos de fazer quando crianças” “O que você quer?” O príncipe resmungou. Andrea riu, era sempre satisfatório ver ele entrar na defensiva apenas por citar o nome de Renriel. “Bom, nada demais, só fiquei curioso... por acaso, já sabe o que sente sobre Riel?” Beerin sentiu um nó se formar em sua garganta, aquela resposta era algo no qual ele estava evitando pensar. Evitando desde o momento em que despertou, evitando desde que a viu fita-lo com tanta felicidade e abraça-lo com tanta facilidade. Era como se o muro que parecia existir entre os dois, as linhas de limites traçados desde o momento em que pisou no navio, houvessem sido jogadas fora e agora... agora Andrea queria traze-las de volta. “Eu não sei...” Beerin murmurou e o capitão suspirou pesadamente jogando a cabeça para trás. “Não sabe? Você arriscou sua vida em um ritual para abrir o véu e trazer Lucien de volta sem que ela te pedisse nada... e ainda assim me diz que não sabe?” o pirata sorriu, mas não era um sorriso convidativo ou até mesmo amigável, era um sorriso tomado por certa irritação e maldade “a quem está tentando enganar, príncipe Beerin?” Beerin estremeceu. “Realmente não sei...” murmurou “mas eu sei que faria qualquer coisa por ela, repetiria tudo outra vez se fosse para ver ela sorrir como hoje” disse olhando para Renriel, o rosto iluminado por uma alegria quase contagiante enquanto dançava de braços dados com Lucien e Mark. Andrea bufou. “E faria as mesmas coisas por Eilidh?” Pego de surpresa pela pergunta, Beerin vacilou. “Eu...” “Não sabe?” “Não sei...” Andrea inclinou-se em direção ao príncipe e com o rosto próximo ao seu ouvido, falou. “Então deixe-me mudar a questão...” seus olhos azuis se tornaram quase felinos naquele momento “disse que faria qualquer coisa por Riel... isso incluiria matar Eilidh se fosse necessário?” Os lábios do príncipe permaneceram entre abertos e ele se questionou. Ele não queria que Eilidh morresse, não desejava que a rainha de Fiesty tivesse um fim tão cedo. Ela era jovem e até mesmo gentil para uma filha do inverno. Ela era como um floco de neve em meio a primeira neve. Era pura, simples, delicada. Era a calmaria eterna, uma base sólida. Ela havia tocado para ele durante dias, havia passeado ao seu lado e tomado chá enquanto compartilhavam de conversas simples e reais. O mundo com Eilidh não era uma grande fantasia, não era como uma aventura sem fim, era prático, real. Era o mundo de alguém que se casaria e teria filhos, que comandaria um reino, que viveria por seu povo; era real. Então seus olhos procuraram Renriel outra vez pelo convés e na capitã de pele clara e cabelos ruivos ele viu o inverso a tudo isso. Renriel era tempestade, era ventania, temporal; era impulsiva, perigosa, era uma criança do mar, tão fácil de se lidar quanto um gato e tão adorável quanto um filhote. Ao lado da capitã a vida parecia como um conto de fadas, uma grande aventura em aberto com um mundo inteiro para ser desvendado. Renriel era tudo que ele não esperava, o que não havia sonhado o que nem mesmo ousará imaginar. Ela era como um devaneio sem fim, o melhor entre os devaneios e sonhos já existentes. Então como ele poderia escolher? Como escolher entre sonho e realidade? Como... Seu peito pesou e sem uma resposta, Andrea sorriu segurando o rosto de Beerin entre as mãos. “Se não sabe me responder ainda assim, irei te ajudar. Pense em Eilidh morta, em seu cadáver no chão e em como tudo se encerraria, pense em como seria toda a sua vida sem ela, sem tê-la ao menos conhecido” Beerin sentiu seu corpo gelar. Ele estaria naquele lugar outra vez, ele não poderia ver o céu e ainda estaria apanhando todos os dias, mas embora seu peito pesasse e ele se sentisse triste pela rainha, nem mesmo uma lágrima escapou. “Agora” Andrea sorriu, um sorriso quase maligno enquanto descrevia “pense em Riel. Pense em como teria sido se na noite em que Lucien morreu, fosse ela quem foi decapitada e não ele. Pense em seu cadáver no chão, a cabeça separada do corpo e o fato de que jamais a teria conhecido, que ela jamais surgiria em sua vida” Beerin vacilou, ele sentiu que estava prestes a cair e Andrea prontamente o segurou. Antes que notasse as lágrimas desciam por suas bochechas de forma quase copiosa e o seu peito parecia afundar. A dor de imaginar que Renriel não existiria em um algum mundo onde ele existia fez tudo parecer tão cinza quanto aquela torre havia sido escura. “Não...” ele murmurou e Andrea sorriu alegremente beijando sua bochecha. “Você tem sua resposta, majestade. Se vai conseguir lidar com ela ou não, já não é problema meu”. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Sírius: Um navio pirata lendário – criado pela bruxa, que possuí o céu estrelado em suas velas. Atualmente seu capitão é: Renriel Callan e seus desejos e sentimentos alteram a forma como Sírius age. Ele reage como uma extensão de seu coração, sendo capaz de proteger e atacar aqueles que ela considera como aliados e inimigos. Valkyries: O navio lendário construído pelas antigas Valkirias que diziam só poder ser navegado por alguém de espírito livre. Atualmente seu capitão é: Andrea Frésia. Eilidh: Rainha de Fiesty, coroada a 3 anos e noiva do príncipe Beerin. O véu: também conhecido como limbo, a grande imensidão ou purgatório. O véu é o plano que coexiste entre o plano espiritual e o plano mortal. Todos que possuem uma alma e acabam por morrer, passam pelo véu para que chegue ao outro lado e reencarnem outra vez.
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