.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 40 ♪¸¸.•*¨*•.

1555 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde Rao é parte do acordo ♪¸¸.•*¨*•. Ele não sabia e tudo estava bem, ou ao menos era o do que Renriel tentava se convencer. Talvez a uns meses atrás ela o xingasse, gritasse e mandasse joga-lo do navio por responder de forma tão vaga ou por fazer seu coração pesar daquela forma, mas se parasse para pensar, a uns meses atrás, o príncipe herdeiro de Asaph – Beerin Amarilis Angelov jamais faria seu coração pesar. A capitã suspirou decidindo ser madura por ambos os lados e respeitar o espaço de Beerin tanto quanto se era necessário. No fim ela estava feliz por ele ter despertado, assim como estava feliz pelas mudanças que agora até mesmo o permitiam se impor de tal forma que quase a vazia duvidar se aquele homem de cabelos negros, pele pálida e olhos bicolores era realmente o garotinho assustado que estava chorando na prisão de Sírius. “Certo” Riel murmurou e seus olhos ergueram-se para o teto de sua cabine, era hora de focar em outras coisas, como na harpa que havia conseguido a duas semanas em Agreste e friamente esquecido no fundo de sua sala de tesouros quando seus pensamentos persistiam apenas em torno do príncipe adormecido. “Sírius, chame Cameron” ela ordenou e Beerin que ainda estava de pé a fitou como se questionasse se a conversa entre ambos apenas terminaria assim. Ren sorriu. “Você já comeu?” Ele assentiu olhando para o chão “comi com Mark enquanto ele me explicava sobre as linhas de energia e os fios de mana” Mark adorava falar sobre conhecimentos mágicos e em toda a sua vida – particularmente curta –, Ren jamais havia visto algo deixar Mark tão feliz como poder ser ouvido com atenção quando falava sobre cada mísera gota de conhecimento teórico sobre magia. Agora que Beerin parecia decidido a aprender sobre o universo mágico, o imediato parecia cada vez mais alegre, andando de um lado para o outro em torno do príncipe, tagarelando e tagarelando sobre teorias, teoremas e fatos importantes a serem lembrados. Nenhum deles obviamente faria real diferença para que Beerin conseguisse ou não conjurar, mas não se podia negar que de certa forma todas aquelas informações ajudavam. O conhecimento era a arma principal de qualquer que fosse o usuário de magia. Era o que diferenciava um bom feiticeiro de um mediano, era o principal fator por trás de Andrea – um descendente do inverno, um homem (e por assim dizendo um ser com menor probabilidade de sucesso como usuário de magia antiga) ser tão talentoso e habilidoso com magia ancestral e magia de anulação quanto Linne, a segunda princesa de Fiesty e a segundo na linha de sucessão. A porta de madeira da cabine foi aberta sem ao menos ser batida uma única vez e sem surpreender nenhum dos dois, o moreno de olhos esmeralda adentrou o recinto e se jogou de forma descuidada – porem ainda assim elegante – sobre o sofá. “Queria me ver, capitã?” Ren sorriu. “Sim, preciso saber de todas as informações existentes sobre a harpa de Apollo” Cameron bufou. “Me confundi por acaso com uma espécie de glossário ou sumário ambulante?” Seu deboche deixou o sorriso no rosto de Ren ainda maior. “Não, meu querido. Eu apenas sei que se existe um ser capaz de saber cada mísero boato, cantiga, canção ou lenda a respeito da harpa que pode trazer os mortos de volta a vida – sem precisar ao menos de um corpo –, esse alguém é o demônio esmeralda” O belo rosto do assassino se contorceu em uma expressão de descontentamento enquanto ele a ouvia chamar de tal forma e Cameron jogou-se para trás de forma quase teatral. “Me odeias tanto a ponto de me compara a um demônio?” “Não fui eu a responsável por te dar tal título, querido” Ren ronronou dando de ombros enquanto caminhava em direção a sala de tesouros. “Então porque não me poupa do falso teatro e me diz o que eu quero saber?” Cam estalou a língua no céu da boca. “Porque ai não teria graça alguma, meu bem” A capitã bufou abrindo a porta da sala. “Me dê a informação, Cameron e eu te darei o que tanto me pediu durante todos esses anos” Os olhos do assassino brilharam com hesitação e desejo. “Rao?” Riel sorriu. “Se consegui-la segurar, se conseguir faze-la te aceitar, deixarei que fique com Rao” Cameron que estava deitado, ergueu-se tão rápido que Beerin que ainda assistia aos dois do canto da sala se surpreendeu. “Não está preocupada com minha segurança, Ren-ren?” O rosto de Renriel se contorceu em uma careta ao ouvi-lo a chamar de tal forma, mas ela apenas bufou em resposta. “Como se você não soubesse do que Rao é capaz, sei que está tão disposto a pagar seu preço quanto eu estive ao adquiri-la” ela disse lembrando-se do quão irritado Mark havia ficado ao ver Rao em suas mãos. Aquela havia sido a primeira vez que Ren havia assistido a Lucien e Mark discutirem com expressões tão sérias. “Ela pode escolher por si mesma” Lucien defendia. “Não! Ela é uma criança, Lucien! p***a! Você não deixa uma criança escolher algo assim!!” Mark esbravejava passando a mão pelos cabelos em um nítido sinal de ansiedade. “Mark, Riel agora já tem 13 anos, ela pode escolher o preço que deseja pagar” Lucien murmurava em um tom baixo e ameno. Essa era outra de suas características. Não importava o quanto gritassem ou tentassem discutir, Lucien jamais aumentava o tom e jamais havia gritado com o único que verdadeiramente amou – Markel Camellia. Deixando as memórias para trás, Renriel voltou seu olhar para a sala de tesouros e pode ver a lâmina almaldiçoada vibrar. Rao era solitária, ela se recordou. “Temos um acordo?” Ela questionou olhando para Cam uma última vez. O assassino afirmou com a cabeça caminhando até estar ao seu lado. “Temos um acordo, capitã” os olhos de Cam se fixaram em Beerin e como se já soubesse o que ele ia perguntar, Riel afirmou “pode falar”. “Certo...” Cameron recostou-se a porta da sala de tesouros e com os olhos fixos em Rao, murmurou “existem diversos boatos a respeito da harpa, mas entre eles existe um traço em comum. Tanto os boatos quanto as canções, cantigas e histórias perdidas dizem que apenas Apollo consegue extrair da harpa todo o seu potencial. O item que é capaz de reescrever a própria criação certamente é poderoso e perigoso, mas também é inútil para qualquer um que não for a ele compatível. Dizem que isso foi parte do presente de Dyon” Os olhos de Cam sorriam enquanto os de Riel se viam cada vez mais perdidos. “E como... como se usa a harpa?” A capitã o questionou “se apenas Apollo consegue extrair seu poder...” Cam sorriu “bom, existem outros capazes de manipular a harpa, não com a perfeição de seu verdadeiro e único dono, mas existem aqueles que são descendentes de Apollo ou aqueles que possuem o sangue celestial em suas veias. Os dotados pela energia pura e magia de cura, assim como aqueles que carregam os fios brancos entrelaçados a sua alma” O rosto de Renriel se fechou ao ouvir cada uma de suas palavras. “Eu não posso...” ela murmurou segurando-se a parede e Cameron que assim como ela sabia que os fios de Renriel eram tão escuros quanto a própria noite, assentiu. “Não, Ren-ren. Você não é compatível com a harpa” o assassino virou o rosto em direção ao príncipe parado no canto da sala, ainda em silêncio e então esboçou um sorriso. Não o seu sorriso usual, mas o sorriso malicioso e cheio de renuncias que parecia guardar apenas para Beerin “mas existe alguém que pode”. ✶✶✶  .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Lâmina amaldiçoada: são armas feitas com magia n***a – magia que precisa de um sacrifício. Desde almas, corpos ou itens muito raros. Essas armas prejudicam seus usuários e normalmente, causam suas mortes. Rao: Rao é uma lâmina amaldiçoada que possuí alma e consciência. Ela está viva, como espada e se tornou imortal graças a isso. A harpa de Apollo: Conhecida por muitos como a primeira harpa ou a harpa de Apollo - foi um presente dado a ele por Dionisyous. Uma harpa feita pelo próprio feérico e dada ao rei Apollo como pedidos de desculpas por suas travessuras. O rei que tanto amava a música quanto a arte acima de qualquer outra coisa, tomou para si aquele instrumento e a tocava com tanta suavidade e carinho que pouco de sua essência fundiu-se ao instrumento a tornando capaz de - assim como seu primeiro portador -, trazer almas de volta a vida, curar ferimentos mortais e encantar qualquer ser que seu portador desejar.
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