.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 62 ♪¸¸.•*¨*•.

1680 Words
•*¨*•. ¸¸♪Aquele onde Águas Serenas surge♪¸¸.•*¨*•. Beerin se surpreendeu já que nos dias subsequentes Lucien pareceu voltar ao normal. Era como se nada daquilo houvesse acontecido, como se ele jamais houvesse ficado irritado ou mesmo contrariado. Para Beerin era algo curioso, mas não o suficiente para fazê-lo arriscar a ideia de trazer aquele contra tempo de volta aos pensamentos do ruivo. Os dias foram calmos até a chegada a Águas Serenas e Beerin não podia negar que estava gostando de ter a presença de Renriel ao seu lado. Ela agora não o evitava, nem fingia não olhar para ele durante os treinos. A noite, quando estavam sozinhos na cabine, ela sentava ao seu lado e conversavam sobre o dia, e por alguns momentos Beerin se esquecia de toda a loucura que tinham lhe contado. Se esquecia que antes de perder sua memória, havia sido um príncipe e que Renriel era uma capitã pirata (embora dessa parte em específico ele gostasse). Ela sorria de uma forma meiga e falava sobre como águas serenas era bonito, ela contava sobre tantas coisas incríveis que Beerin achava difícil acreditar que realmente existisse algo mais incrível que o brilho nos olhos de Renriel. Mas Águas Serenas surgiu e o rosto de Beerin pode brilha naquela mesma intensidade. Era lindo. Uma ilha escondida por névoa e magia, carregada por uma imensidão esverdeada onde até mesmo os navios pareciam surreais. Era como adentrar um outro universo, o porto era cercado de cristais e pedras coloridas, havia música em toda parte e o príncipe não pode deixar de notar que as pessoas pareciam felizes ali. Uma felicidade que uma parte dele sabia que não encontraria em Asaph. Havia tantas cores ali, tantos orbes flutuantes e lanternas. As lanternas eram certamente a parte mais bela, carregadas de energia espiritual e dos desejos daqueles que as soltavam, elas levavam suas preces aos deuses e Beerin sentia a energia existente em cada umas. Agora ele entendia o que Renriel havia lhe dito e além disso, conseguia ver a verdadeira beleza do nome. Águas Serenas não era uma ironia. Era a realidade daquele lugar. Uma ilha calma, delicada e bela como nenhuma outra. Para Beerin era engraçado pensar que foram pessoas como Cameron e Lucien que tornou aquele lugar possível. "É lindo, não é?" Markel perguntou e seus olhos brilhavam enquanto o navio se aproximava do porto. "Uma das coisas mais lindas que já vi" Beerin respondeu, m*l notando que esperava com ansiedade para que seus pés tocassem o solo daquele lugar. Para correr pelas tábuas escuras do porto em direção as ruas e vielas que se estendia pela ilha. Parte da alma de Beerin, uma parte quase minúscula, sentia saudades. Saudades daquele lugar, daquela imagem, saudades de Águas Serenas. Era como se ali houvesse um chamado. "Lembro de me sentir em casa pela primeira vez em minha vida" Mark murmurou "eu estava desacordado quando Lucien me trouxe..." seus dedos tocaram a enorme cicatriz em seu rosto "me senti perdido e infeliz. Sentia que tudo havia sido arrancado de mim da pior forma possível e a raiva estava quase me consumindo" Era difícil de acreditar, Beerin o fitou. Mark realmente era o tipo de pessoa que seria consumido pela raiva? Não. Algo de muito r**m havia sido feito, mas ele sabia que não era certo perguntar. Embora ainda assim, Mark tenha continuado. "Mas quando me acordei... quando olhei pela janela para Águas Serenas..." suspirou "era como se tudo começasse a se dissipar. Era lindo. Perfeito e Lucien..." Mark limpou a garganta sorrindo. "Ele me olhava como se eu fosse todo o seu mundo e Águas Serenas fosse a nossa casa" "Ela é e sempre será" a voz de Lucien completou vindo de trás de ambos e Beerin observou enquanto o ruivo envolvia Mark em um abraço apertado. "Estamos de volta em casa, querido" "Estamos de volta, Anusha..." Mark respondeu com os olhos fechados e o rosto recostado ao de Lucien. Beerin nunca havia invejado algo em sua vida, ao menos não desde que suas memórias o haviam abandonado, mas quando viu Lucien e Mark abraçados daquela forma, ele os invejou. Não pela dor que compartilhavam, ou pela longa história de espera, mas por terem feito um do outro o seu verdadeiro lar. Markel e Lucien não eram um casal, eles eram uma só existência. Mesmo que ambos fossem capazes de brilhar como lindas estrela no céu, eles eram capazes de se tornar o próprio sol caso estivessem um ao lado do outro. Beerin se questionou se um dia, sentiria algo assim por alguém. Se algum dia teria uma casa. "Quem sabe?" Kendra sorria se projetando ao seu lado. De alguma forma, ele sentia que se alguém era capaz de saber, Kendra era esse alguém. Não pense demais, ele disse a si mesmo. Havia um lugar lindo a ser explorado e muito tempo para se viver. ✶✶✶ Beerin ergueu seu rosto quando Sírius enfim chegou ao porto e ancorou. Era comum que houvesse o fedor de peixe no ar ou a podridão de corpos em decomposição. Era o que se esperava de um porto pirata, mas não ali. Não em Águas Serenas. O príncipe lançou o olhar sobre os globos brilhantes que pareciam rodear o navio e com uma mão erguida aos céus, tentou tocar um deles, mas Ames o impediu. "Melhor não fazer isso se ainda desejar ter uma mão ao fim do dia" ela advertiu. "Por que?" Beerin questionou e a moça suspirou como se fosse óbvio demais, ao menos até se recordar que o príncipe havia perdido suas memórias. Então, Ames limpou a garganta. "Certo... bom, essas luzes são círculos mágicos evocados por toda a ilha, eles guardam em si a magia que protege todos os navios em Águas Serenas e impossibilita que ataques, danos e invasões sejam realizadas. Aqui é uma zona neutra" explicou. Zona neutra... Beerin ergueu uma sobrancelha. "Então nenhum pirata pode atacar o navio?" Ames sorriu. "Exato" "Então todos estão em paz em Águas Serenas?" A garota bufou. "Somos civilizados, não pacifistas" os olhos dela se voltaram para as vielas "lá fora... somos presas e dependemos apenas de nossas capacidades, mas dentro do navio, todos estão seguros" Beerin assentiu. Aquilo era um aviso, certo? Era como se Ames dissesse: não saia do navio, para o seu próprio bem. "Chegamos" Renriel falou e o olhar de Beerin se voltou apenas para ela, o rosto delicado, os olhos de céu estrelado e os trajes carmim que pareciam perfeitos em sua pele de porcelana. Renriel naquele momento se parecia a uma obra de arte vanguardista e Beerin desejou tê-la em sua parede por toda a eternidade, mas a capitã sorriu. "Estamos em terra firme, marujos. Aproveitem" Beerin jamais havia visto tantos homens correrem tão rápido para fora de um lugar. Eles riam, cantavam e levavam consigo tanto ouro e objetos valiosos que ele se questionou se não seria perigoso, mas Renriel apenas riu de sua expressão. "O que foi, docinho? Não gostou de Águas Serenas?" Ele negou. "Não é isso, apenas... me surpreendi" Não era mentira, sua mente estava completamente cheia pelas surpresas. "Então porquê não desce?" Ela questionou e o príncipe olhou em volta, até mesmo Markel e Lucien estavam descendo e Cam parecia esperar mais atrás. "Você... também vem?" Perguntou esperando que a resposta fosse sim, Mas Renriel apenas sorriu antes de inclinar a cabeça para cima. "Eu vou..., mas antes preciso resolver algumas coisas. Existe muito a se tratar antes de ir a mansão... e antes de... bom, podermos descansar". Cameron havia lhe falado sobre a mansão, havia dito que em Águas Serenas havia um lugar bem próximo ao topo das montanhas, esse lugar era guardado por criaturas ancestrais e também era o lar de Renriel e de Lucien. Ele não podia negar, queria conhecer a mansão, mas principalmente as ruas. "Deixe que eu te acompanho" Cam disse de braços cruzados próximo a escada que levava para fora do navio. "Não faça nada imprudente" Renriel advertiu. O assassino sorriu. "Eu? Imprudente? Jamais" "Alguém mata ele antes que se reproduza" Lex resmungou já quase em terra firme e Beerin sorriu. Seria divertido andar por aquela ilha com Cam, mesmo que parte sua preferisse a companhia de Renriel. "Vamos, princesa?" Beerin fez uma careta. "Oh, certo, apenas a Riel pode te chamar assim" zombou. "Apenas preferia que não me chamasse assim" "E eu preferia estar flutuando em um lago com mulheres e homens exuberantes dançando enquanto me servem com bebidas exóticas e deliciosas, mas não se pode ter tudo que se quer, não é mesmo?" Beerin bufou. "Você não presta" "Nunca disse que prestava" Sorrindo ao lado de Cam, ele se deu por vencido e deixando Renriel para trás, eles saíram do navio. Se Sírius era magnífico quando se estava a bordo, era ainda mais surpreendente quando se olhava de longe. Suas velas pareciam surreais mesmo que toda a magia existisse, era quase como se pudesse tocar as estrelas que habitavam nelas e Beerin suspirou admirando tal beleza. "Eu te entendo" Cameron disse "jamais me canso de olhar para Sírius. Isso sempre me faz questionar o quanto os outros 12 navios lendários não devem ser bonitos" Os outros 12. Beerin se viu pensando, se Sírius era real, então toda a lenda em torno dele também era? ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Águas Serenas: Uma ilha localizada na parte superior Leste do mundo. Ela é protegida por inúmeras magias e artefatos, tendo sua entrada permitida apenas por aqueles que carregam os nove mares em seus corações. Sírius: Um navio pirata lendário – criado pela bruxa, que possuí o céu estrelado em suas velas. Atualmente seu capitão é: Renriel Callan e seus desejos e sentimentos alteram a forma como Sírius age. Ele reage como uma extensão de seu coração, sendo capaz de proteger e atacar aqueles que ela considera como aliados e inimigos.
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