.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 24 ♪¸¸.•*¨*•.

1857 Words
.•¨ •.¸¸♪ Aquela em que o assassino atormenta o príncipe ♪¸¸.•¨ •. Mark desejava poder acalmar o turbilhão no coração de Renriel tanto quanto desejava que Lucien estivesse ali naquele momento. Sim, Lucien saberia o que fazer, o que dizer. Lucien sempre sabia. Ele a olharia com toda a calma existente no universo e então a beijaria calmamente na testa e faria que tudo ia ficar bem, que o mundo não podia ser tão turbulento quanto parecia, que a dor fazia parte de sua vida e que logo ela conseguiria lidar melhor com tudo aquilo. Mark sentia falta de Lucien tanto quanto sentia que seu corpo não sobreviveria sem o ar, mas em momentos como aqueles, ele sentia que Lucien faria total diferença, sentia que o amor de sua vida era o único que poderia impedi-lo de sentir a dor que estava sentindo e de sentir que era incapaz de cuidar da criancinha que ambos haviam adotado. “Querida” ele a chamou “lembra do que Lucien dizia?” Renriel o fitou com os olhos ainda encharcados. Sírius que naquele momento se sentiu condolente com a pirata, fez uma imagem invadir sua mente. Lucien sorria com os olhos de céu estrelado “você é uma Callan” Lucien dizia sempre que algo machucava Renriel. Sempre que ela caia, que não conseguia utilizar um golpe ou quando perdia para Cameron. “Você é uma Callan, Riel. Sabe o que isso significa?” “Um Callan... nunca está sozinho...” ela murmurou se segurando a Mark como uma criancinha assustada. Como se outra vez tivesse 10 anos. “Um Callan nunca está sozinho” Mark repetiu a abraçando e acalentando “porquê somos uma legião”. Renriel chorou, compulsivamente. Ela chorou de novo e de novo até que seu peito enfim parasse de pesar, até que seus pensamentos se estabilizassem e enfim, ela se ergueu. Os olhos de céu estrelado brilhavam como jamais haviam brilhado e Sírius enfim dizia “você finalmente está aceitando os seus sentimentos, criança” “Porque sempre existe um preço” Renriel murmurou. “Sempre existe um preço” ele completou como se cantarolasse. Mark que ainda a tinha em seus braços, acariciou o rosto da garota, não da capitã temível que Renriel desejava ser, mas da criança que ele cuidava desde que pisou naquele navio. “Obrigada” ela disse entrelaçando seus dedos aos dele. Mark sorriu. “Não me agradeça, Ren-ren” ele beijou o topo de sua cabeça “você é a nossa criança, nossa criancinha. A criancinha que eu e Lucien vimos crescer e que amamos acima de qualquer coisa, jamais irá precisar me agradecer por qualquer coisa que eu venha a fazer”. Mark a viu sorrir, um sorriso como quando a criança havia acabado de chegar, como quando Lucien a ensinou que precisava arrumar seu cabelo toda manhã. Não importava se Renriel agora tinha idade o suficiente para viver sua vida da forma que desejava ou se era uma criancinha de 4 anos. Não importava se agora ela bebia todas as noites para adormecer ou se havia seu primeiro coração partido, a capitã era apenas sua filha nesse momento e para Mark ela sempre seria. Seria sua menininha que precisava de colo e carinho, de amor, atenção e cuidados; porque no fim, assim como Cameron fingia que tudo estava bem, Renriel era frágil como um cristal prestes a quebrar. Todos os Callan eram, todos, assim como seu querido Lucien. Os Callan eram seus cristais e Mark cuidaria de cada um deles. ✶✶✶ “Ficou preso do lado de fora, princesa?” Cameron provocou e sentiu um baque em sua nuca “Ai!” Ames o fuzilou com os olhos. “Isso não é hora, seu m*l caráter” “Ué, o que eu fiz? Foi o nosso querido príncipe quem foi deixado de fora por Mark. Você viu como Mark estava bravo com ele? Por que mesmo eu que estou apanhando?” O assassino questionou com uma das sobrancelhas erguidas. Ames suspirou olhando para Beerin que ainda olhava para baixo. “Não ligue para ele, príncipe” ela tentou dizer “no fim, Cameron é só um i****a sádico que não tem nada o que fazer da vida” Beerin sorriu, um sorriso fraco que nem chegou aos seus olhos. “Ele não está errado. Mark... estava bravo” Ames assentiu. “Sim... Mark estava, mas...” “Ele sabe que eu...” Beerin abriu a boca, mas não conseguiu continuar. “Que você?” Ames o questionou, esperando que ele continuasse. “Que ele machucou a capitã” Cameron cantarolou rindo “que ele está prestes a quebrar seu coraçãozinho de pedra e a tornar numa bruxa do mar c***l e sem sentimentos” “Cala a p***a da boca” Ames resmungou dando outro tapa em Cameron. “Por que eu deveria?” Cameron a questionou “eu estou certo” disse sentando na proa do navio e apontando para frente “inclusive, aquela não é a bandeira de um navio de Fiesty?” Ames ergueu o rosto e suspirou assentindo. “Sim” “Então agora será a nossa prova” Cameron murmurou. “Vai funcionar” Beerin disse com a voz baixa. “Eu sei que vai” Cameron riu “eu vi funcionar, acho que até mesmo deveríamos te agradecer” provocou. “Chega” Ames resmungou. “Concordo, mas...” ele olhou novamente para o navio que se tornava cada vez mais próxima “eles não nos veem, certo?” “Certo” Ames concordou. “Então porquê não aproveitamos?” “Está pensando em...” “Eu amo como você entende cada palavra minha” Cameron ronronou segurando o queixo de Ames com a ponta das unhas e selando os lábios da moça. “Mas por que?” Ames o questionou tentada a aceitar. “Porque estou com tédio” Cam admitiu “e são só pessoas do reino de gelo... existem tantos lá. Não seria r**m diminuir a população” brincou. Beerin arregalou os olhos ao ouvi-lo. “Por que quer mata-los? Eles não nós veem, não é necessário!” Cameron arqueou os ombros. “Já disse, estou entediado vendo sua história de amor que jamais irá dar certo.” Beerin se posicionou a frente de Cameron. “Não. Você não pode fazer isso.” O assassino de olhos esmeralda sorriu “o que irá me impedir? Você? Faça me um favor” “Não irei te deixar matar pessoas inocentes!” Beerin esbravejou. “De onde tirou tanta confiança, princesa?” Cameron ronronou pressionando Beerin contra a proa do navio. Colocando ambos os braços um de cada lado do corpo do príncipe. Ao contrario do esperado, Beerin não tentou se desvencilhar, ele encarou o assassino de frente com o rosto próximo ao de Cameron. “Por que eu não estaria confiante? Você é apenas um assassino e não pode me machucar” o príncipe disse seguro de si. Cameron sorriu “sério? Você tem razão... eu não posso te machucar, princesa, mas você... você anda machucando a capitã, não é? O quanto acha que ela ficaria machucada se te visse sendo tão cuidadoso com seu futuro povo?” ronronou com os lábios roçando a orelha de Beerin. “Isso...” “Não é verdade?” O assassino murmurou “tem certeza?” A porta da cabine abriu-se em um estrondo. “Oh... talvez nossa querida capitã nos mostre o quanto está machucada” Cameron provocou beijando o pescoço de Beerin antes de se afastar e andar com as mãos enfiadas no bolso da calça em direção a uma Renriel que tinha tatuagens tão brilhantes quanto as de Lucien quando se preparava para uma batalha. ✶✶✶ “Não precisa fazer isso” Mark disse acariciando seu rosto outra vez enquanto Renriel se olhava no espelho – agora vestida adequadamente como a capitã de um navio. “Preciso” ela disse sorrindo para ele, um sorriso que ele conhecia bem dada a quantidade de vezes que o havia visto nos lábios do amor de sua vida. Mark suspirou. “Então?” “Então o quê?” “O que fará com o príncipe?” questionou mesmo sabendo que aquilo a faria sentir seu peito pesar. Renriel novamente sorriu, um sorriso que m*l durou alguns poucos segundos. “Irei ensina-lo a se proteger. Irei... beija-lo enquanto puder... e então” ela engoliu em seco como se segurasse o choro “então irei deixa-lo escolher seu próprio futuro” ela murmurou colocando as armas em seu coldre. “Não está brava?” Mark a questionou sentindo sua garganta engasgar com as palavras. Renriel olhou para ele com o mesmo olhar que Lucien o olhava quando Mark se desculpava. “Por que eu estaria? Ele... ele...” ela voltou a olhar-se no espelho “ele foi mantido preso durante todo esse tempo, ele nem mesmo sabia como é natural ser tratado e se culpava por tudo que o fizeram passar, então... por que eu deveria culpa-lo? Se ele não puder... corresponder” os olhos de noite estrelada voltaram a se encher com lágrimas prestes a cair, mas ela continuou com um sorriso quase verdadeiro em seus lábios “acho que... valerá a pena mesmo assim” Mark sentiu um nó se formar em sua garganta. “Eu queria tanto que estivesse aqui, Lucien”, ele pensou enquanto beijava o topo da cabeça de Renriel. “Você é idêntica a ele” murmurou para a capitã. Renriel sorriu e segurando sua mão caminhou até a porta da cabine. “Abra” ela disse a Sírius e o navio o fez, em um grande estrondo, a porta se abriu e na proa ela pode ver Beerin e Cameron conversando intimamente. Renriel olhou para os marujos e os navios de Fiesty que se aproximavam. “Mantenham silêncio. Eles não conseguirem nos ouvir não significa que precisem gritar e dançar enquanto estamos em meio a frota inimiga” ela disse alto o suficiente para que todos escutassem. Mark assentiu e gritou para todos “andem bando de inúteis. Trabalhem! Precisamos chegar a Agreste em 5 dias!” Os marujos gritaram em concordância e logo a barulheira deu espaço para as cordas, mastros e esfregões que deixavam o convés limpo e o navio mais rápido. Renriel sorriu com os braços cruzados sobre o peito. “Prepare os canhões, Sírius” Renriel ordenou e ela pode ver o sorriso dos marujos se expandir ao ouvi-la ordenar ao navio como Lucien fazia. “Nós vamos ao encontro de Andrea” ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Fiesty: reino localizado no continente gélido ao norte. Governado por Eilidh. Em Fiesty é de conhecimento geral que apenas mulheres podem reinar. Sírius: Um navio pirata lendário – criado pela bruxa, que possuí o céu estrelado em suas velas. Agreste: Um reino localizado no continente mais ao oeste.
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