.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 52 ♪¸¸.•*¨*•.

1805 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde a capitã se culpa ♪¸¸.•*¨*•. "Posso te ajudar a saber" Kendra murmurou e Beerin que ainda fitava Lucien, virou-se rapidamente em direção a voz da fênix. "Se desejar, posso te ajudar a descobrir se a ama de verdade" "Como?" Se viu questionando em voz alta, embora parte sua parecesse desesperada para aceitar qualquer que fosse a oferta de Kendra. "Deixe-me apagar sua mente, posso livra-lo de suas memórias e então dar a você a chance de se apaixonar outra vez" a fênix ofereceu. “Por que?” Beerin perguntou e Lucien que via os olhos do príncipe tomarem uma tonalidade dourada, apenas esperou em silêncio enquanto ele falava. “Porque odeio vê-lo sofrer” Kendra respondeu “porque quero que saiba a verdade sobre amar ou não amar a criança de olhos estrelados. Então me deixe apagar de você tudo que pode te influenciar, será como uma linda folha em branco para que possa marcar. Contar a sua nova história” Quantas vezes ele não havia desejado aquilo? Quantas vezes não esteve desesperado para que tudo se desfizesse e ele simplesmente se esquecesse? Os pesadelos iriam embora junto as suas memórias? Ele conseguiria outra vez respirar sem sentir seu peito pesar quando as luzes fossem apagadas? Talvez conseguisse ver cigarros sem tremer sentindo a sensação deles sendo apagados em sua pele. Talvez... o guinchar dos ratos não mais o assustassem. Ele não se importava de perder suas memórias, Beerin nunca havia tido memórias pelas quais valesse a pena se preocupar, mas de repente se recordou do sorriso de Renriel, do primeiro beijo que lhe roubou e da forma como ela o abraçou quando ele acordou após Agreste. Ele odiaria esquecer-se daquelas coisas para sempre. “E o que irá acontecer as minhas memórias?” Se viu preocupado. Uma preocupação que nunca antes o havia ocorrido. “Eu as guardarei” Kendra sussurrou com uma voz quase infantil que de certa forma, acalmou seu coração, “então quando em seu peito o amor despertar a ponto de que entenda seu significado, suas memórias irão voltar e seu eu de agora e o eu antigo se unirão em um só” Certo, ele pensou. Quando acontecesse... suas memórias voltariam, mas... ele se recordou das palavras de Lucien e sua voz saiu quase tão falha quanto seu coração que parecia errar batidas demais para mantê-lo vivo. “E se eu não a amar?” murmurou sentindo seu peito pesar. “Então dentro de três meses, suas memórias irão voltar, ou quando decidir qualquer outra, amar” Beerin engoliu em seco. Ele queria amar Renriel. “O que a fênix disse?” Lucien o questionou e Beerin só então se deu conta de que o capitão o esperava pacientemente durante todo esse tempo. Ele poderia se questionar sobre como Lucien sabia sobre a fênix ou como sabia que era ela aquele com quem Beerin falava, mas no fim, não era isso que importava. “Ela me fez uma proposta...” sussurrou “como um teste” “Que tipo de teste?” “Um teste para provar que realmente amo a capitã, que a amaria mesmo que perdesse minhas memórias...” disse com uma calmaria que não sabia se pertencia a ele. Ele estava preparado para ouvir de Lucien que aquilo era uma grande loucura, mas o ruivo pareceu pensativo enquanto o fitava. “Entendo” Lucien murmurou “então ela quer apagar suas memórias?” “Sim” Beerin engoliu em seco, mas o ruivo, sorriu. “Aceite” Lucien disse sem pensar duas vezes e Beerin o fitou quase incrédulo. “Mas... não causaria problemas a capitã?” Lucien sorriu “não causaria ainda mais problemas se acabasse sem saber se a ama ou não? Confie em seus sentimentos, meu caro príncipe. Se amar Riel de verdade, tudo ficará bem. Esteja você com ou sem memórias” Beerin sentiu algo em seu peito aquecer. As palavras de Lucien estavam certas, não havia nada para temer. “Irá aceitar, minha criança?” Kendra o questionou, parecendo a muito uma mãe carinhosa e gentil. “Eu aceito” Beerin murmurou e assim que as palavras saíram por seus lábios, um grito alto foi ouvido por todo o navio. Um grito de dor e desespero, acompanhado do baque de um corpo frágil e pálido ao chão. ✶✶✶ Não havia uma única cicatriz. Nem mesmo o menor dos sinais que pudesse dizer que aquele corpo era o mesmo corpo do príncipe Beerin ao entrar no navio. O corpo do príncipe que era coberto de marcas que demonstravam todos os abusos que havia sofrido. Renriel simplesmente não conseguia entender. “Diga outra vez” murmurou “me diga outra vez o que aconteceu” Cameron suspirou pesadamente. “Ele estava com Lucien, descansado. Então seus olhos ficaram dourados, ele disse algo e gritou tão alto que quase estourou meus tímpanos” o assassino resmungou. “Lucien” ela chamou e o antigo capitão de Sírius se aproximou com um rosto gentil e uma expressão despreocupada. “O que Beerin disse?” Lucien sorriu. “Eu não sei, Riel... foi em um idioma antigo, provavelmente élfico. Não me recordo direito, sabe como os idiomas funcionam na minha cabeça” ele suspirou de forma quase teatral “mas deve ter falado algo com a fênix, já que seus olhos ficaram dourados como na noite em que falou comigo sob o véu” “Francamente” Lex resmungou ao fundo na cabine “quantas vezes ele caiu ao chão? Não devíamos estar acostumados?” Renriel fuzilou o mestre de armas com os olhos. Não havia paciência restando em seu corpo, mente ou alma. Em um momento, Beerin ria e limpava o convés junto a outros marujos, em outra, ele gritava flutuando no convés enquanto uma aura dourada o envolvia e algo parecia ser arrancado de sua alma. A capitã implorou para Sírius que fizesse alguma coisa, mas o navio se manteve em silencio. Um maldito e longo silencio. “Alguém... qualquer de vocês, qualquer um...” resmungou “vocês têm que saber algo...” Mark segurou em seu ombro. “Ren-Ren... não sabemos o que houve, mas os sinais vitais de Beerin estão bem” “Mas por que?” Ela fitava o corpo de Beerin deitado em sua cama outra vez com preocupação. “Por que outra vez? O que houve? Foi minha culpa? Foi por ele usar a harpa? Foi por que não tomei cuidado? Ele entrou na sala do tesouro outra vez? Cameron!” Ela virou para o assassino com os olhos quase o fuzilando “fez algo a ele?” Cameron riu, um riso de escarnio. “Acha que não tenho nada melhor pra fazer? Francamente. Não! Okay? Não fiz nada a doce princesa. Nem mesmo encostei nele esses dias, graças a Lucien” resmungou “e estive ocupado fazendo o meu trabalho” “Você trabalha?” Ames zombou, mas Renriel apenas ignorou levando as mãos a cabeça. O que havia acontecido dessa vez? “Não se preocupe tanto” Lucien disse ficando ao seu lado “ele logo deve despertar” “Como pode saber?” Ela se viu questionando como uma voz rouca e falha “eu vou mata-lo, não é? Se ele continuar ao meu lado... eu vou... condena-lo...” Seus olhos queimavam com as lágrimas que queriam cair. “Cale a boca” Cameron resmungou “acha mesmo que o mundo gira em torno de você? Até parece que uma fênix vai morrer só por estar ao seu lado” O peito de Renriel parecia um redemoinho, mas de alguma forma as palavras de Cameron a confortaram. “Então por que?” “Por que ele é um fodido” Cameron disse dando de ombros “é normal” Lucien tentou segurar o riso abafado cobrindo a boca. “Bom... ele é uma fênix. Irá despertar” o ruivo concordou e tão rápido quanto ele falou, Beerin grunhiu, mexendo-se na cama. “E a bela adormecida acorda outra vez” Lex resmungou lá atrás enquanto andava em direção a porta da cabine para sair “me chamem de novo para um chá quando ele desmaiar pela 4º vez. Na 5º podemos comemorar um marco” O deboche do mestre de armas passou despercebido, porque a capitã estava atenta demais aos olhos bicolores que se abriam com dificuldade. "Onde... onde estou?" A voz falha de Beerin a fez sorrir. "Na cabine" Renriel sorriu "você desmaiou e Lucien te trouxe pra cá... sua cabeça dói?" O príncipe a fitou com certa confusão. "Não..., mas... quem é você?" ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Heterochromia: Heterocromia ou heterocromia ocular causado por um fator genético no qual o indivíduo, humano ou animal, possui um olho de cada cor, ou um mesmo olho com duas cores distintas. Agreste: Um reino localizado no continente mais ao oeste. Sírius: Um navio pirata lendário – criado pela bruxa, que possuí o céu estrelado em suas velas. Atualmente seu capitão é: Renriel Callan e seus desejos e sentimentos alteram a forma como Sírius age. Ele reage como uma extensão de seu coração, sendo capaz de proteger e atacar aqueles que ela considera como aliados e inimigos. Fênix: uma criatura fabulosa, única de sua espécie. Suas chamas douradas eram capazes de curar toda e qualquer enfermidade. A lágrima da fênix era capaz de tornar imortal aquele que a bebe e suas penas são consideradas como itens maravilhosos, capazes de potencializar feitiços e poções. Eilidh: Rainha de Fiesty, coroada a 3 anos e noiva do príncipe Beerin. A harpa de Apollo: Conhecida por muitos como a primeira harpa ou a harpa de Apollo - foi um presente dado a ele por Dionisyous. Uma harpa feita pelo próprio feérico e dada ao rei Apollo como pedidos de desculpas por suas travessuras. O rei que tanto amava a música quanto a arte acima de qualquer outra coisa, tomou para si aquele instrumento e a tocava com tanta suavidade e carinho que pouco de sua essência fundiu-se ao instrumento a tornando capaz de - assim como seu primeiro portador -, trazer almas de volta a vida, curar ferimentos mortais e encantar qualquer ser que seu portador desejar. Kendra: Nome antigo vindo do Élfico Antigo. Significa nascida do fogo e era dado a elementais do fogo com a força de uma divindade. Em toda a história do mundo, esse nome foi usado por apenas 3 elementais em toda a existência e um deles é Kendra Angelov, a fênix que possuí a alma ligada a de Beerin Amarilis Angelov.
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