Princesa Do Mar

.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 39 ♪¸¸.•*¨*•.

.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde não se odeia o suficiente ♪¸¸.•*¨*•.

Haviam sido dias complicados, a capitã tinha que admitir; mas quando se deparou com seu próprio reflexo em frente ao espelho, se viu assustada com o quanto realmente havia sido atingida.

“Não parece você, não é mesmo?” A voz de Andrea a fez vacilar, virando o rosto de lado para fita-lo além de seu quarto, sentado na poltrona mais afastada da mesinha do centro. Os cabelos de Andrea estavam desgrenhados e Ren sabia que isso significava que provavelmente ele havia se esgueirado da cama de alguém direto para sua cabine.

“Ainda sou eu” ela disse pigarreando e Andrea bufou pegando do chão uma garrafa de rum pela metade.

“Uma versão menos gostosa de você”

A sinceridade com a qual se tratavam não era algo da quão Renriel havia sentido falta. Mesmo que houvesse perdido peso e tivesse olheiras agora, ainda era tão bonita quanto havia sido antes e permaneceria daquela forma por muito, muito tempo.

“O que você quer?” Ela perguntou com uma cara de poucos amigos se segurando para não mandar Andrea ao raio que o parta.

“No momento? Quero ir a águas serenas e quero me deitar em uma daquelas grandes camas na casa de madame Delandour, e você?” Ele provocou com um sorriso malicioso.

Ren caminhou até Andrea em passos largos e sem rodeios, pegou de sua mão a garrafa de rum.

“Não recomendo que você beba, querida. Está parecendo um zumbi e desse jeito vai acabar como uma bruxa do mar” ele continuou a provocar, mas diferente do que Andrea esperava, ela derramou o rum da garrafa em seu rosto ao invés de beber.

“Eu quero que você cale a p***a da boca” ela sibilou apoiando as mãos em cada braço da poltrona enquanto o fitava, cogitando se deveria soca-lo, dar uma cabeçada forte o suficiente para quebrar seu belo nariz ou arrancar um de seus olhos com a faca que ainda tinha escondida em sua bota.

“Por que não me faz calar?” Andrea a questionou e antes que Ren pudesse responder ele a puxou pela camisa e a beijou como costumava fazer. O beijo de Andrea ironicamente não tinha gosto de álcool e cigarro como a maioria dos homens que se envolviam na pirataria; seu beijo tinha um gosto adocicado e uma sensação gelada que permanecia em sua boca mesmo após o beijo se encerrar.

Ren havia beijado pessoas o suficiente para saber que apenas com Andrea era assim.

O som da porta da cabine batendo ao fechar com força, fez o beijo se encerrar e Renriel virar-se para fitar um Beerin nitidamente irritado.

“Estou atrapalhando?” Ele perguntou com um tom claramente hostil, mas o sorriso no rosto de Andrea deixava claro que aquela havia sido praticamente a sua intenção.

“Na verdade...” o capitão começou, mas antes que conseguisse terminar, Ren bateu com a garrafa de rum em seu rosto o forçando a se calar.

“Não. Andrea já estava indo embora” diz endireitando sua postura e puxando Andrea para que levantasse de sua poltrona.

“Estava?” Ele pergunta entre risos.

“Sírius” Ren convoca e antes que o capitão pudesse falar algo, um buraco n***o o suga do piso do navio e apenas o seu grito é escutado ao fundo enquanto o buraco se fecha.

Os olhos de Renriel se fixam em Beerin e ela esboça um sorriso de canto, esperando pela reação do príncipe que desde que havia desperto, passava mais tempo com Mark na biblioteca do que com ela. Mas Beerin apenas a fitava com os braços cruzados sobre o peito.

“Você fica encantador com essa expressão irritada” Renriel disse se aproximando do príncipe e erguendo os braços para envolve-los em volta do seu pescoço, mas Beerin desviou a fitando ainda com a mesma expressão.

“Isso é sério?” Ela o questionou com uma sobrancelha erguida.

“Me pergunto a mesma coisa” Beerin resmungou.

“Está bravo porque Andrea me beijou?”

“Não! Quer dizer... sim! Eu não sei!” O príncipe ocilou, jogando o peso do corpo de um pé para o outro e a capitã que o observava cuidadosamente, envolveu um dos braços em torno de seu quadril o puxando para perto.

“Princesa... você está com ciúmes?” A intenção de Riel não era necessariamente provoca-lo, mas de alguma forma foi assim que aconteceu e Beerin a fitou com o rosto corado pela raiva.

“E se estiver?”

A capitã suspirou “então precisa deixar claro para mim o que quer, príncipe Beerin” ela disse afastando-se dele e sentando-se ao sofá.

“Eu não sei...” Beerin murmurou, os olhos vagueando pelo lugar.

Seria exagero se ele dissesse que amava Eilidh, afinal tudo que havia sentido era a esperança de ter com a rainha de Fiesty algo como um final feliz. Uma vida onde não seria preso, abusado ou usado para diversão e chacota. Eilidh o havia tratado como um humano, com respeito e ele até mesmo arriscaria dizer que com certo cuidado e zelo, então era natural para ele sentir o mesmo. Beerin não queria que a rainha fosse machucada ou que fosse prejudicada por sua causa, mas ama-la? Ele não sabia se a amava ou se um dia amaria; ainda assim, quando olhava para Ren e pensava em não voltar para Asaph, seu coração pesava ao lembrar que isso significava jamais ouvir Eilidh tocar piano outra vez.

“Não sei o que quero...” ele continuou e pode ver de canto a capitã arquear o corpo no sofá como se o estofado a espetasse – aquela não era a resposta que ela queria, mas era a melhor que ele podia lhe dar “mas... eu sei que odeio quando ele te beija tanto quanto odeio a ideia de não acordar mais ao seu lado”

Riel sorriu, um sorriso que não alcançou seus olhos de céu estrelado.

“Mas não odeia o suficiente para escolher acordar ao meu lado todos os dias”.

Beerin não conseguiu responder. Sua boca abriu e ele queria negar, queria dizer que ela estava enganada, mas as palavras faltavam, porque no fim, talvez ela não estivesse tão enganada.

Ele odiava. Mas ainda assim não havia escolhido. Não sabia o que queria.

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.•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•.

Asaph: reino localizado no continente n***o do sul. Governado por Abellio – Rei regente.

Fiesty: reino localizado no continente gélido ao norte. Governado por Eilidh. Em Fiesty é de conhecimento geral que apenas mulheres podem reinar.

Eilidh: Rainha de Fiesty, coroada a 3 anos e noiva do príncipe Beerin.