.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 27 ♪¸¸.•*¨*•.

1943 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde Andrea não é amaldiçoado ♪¸¸.•*¨*•. A contra gosto, Beerin sentou-se na poltrona maior com Renriel sentada ao seu lado e viu Mark e Lex servirem um chá para Andrea, Cameron e outros dois seres que ele ainda tentava decifrar se se tratava de dois homens ou duas mulheres, ou talvez, um homem e uma mulher. Cameron zombava de algo que Andrea e Renriel haviam feito quando crianças e Beerin sentia vontade de mandar o assassino calar-se sempre que ele abria a boca, mas conteve-se vendo a capitã sorrir para ambos se recordando de momentos que para ela pareciam tão bons. “Eu não faço parte dessas memórias”, ele se lembrou e a voz que costumava murmurar em sua mente, suspirou repentindo não seja tão egoísta. Sim, pela primeira vez ele teve que admitir, ele era egoísta quando se tratava de Renriel. Era egoísta e desejava manter tantas e tantas coisas apenas para si – mas jamais ele a pediria para desistir de algo. Beerin suspirou e Andrea enfim pigarreou tirando a atenção de Cameron para si. “Bom, o passado é de certo divertido, mas agora que estamos realmente indo para Agreste a todo vapor, tem algo mais importante para se falar” o capitão disse com seu tom usual e sedutor que Beerin decidiu que era irritante e forçado. “O item” Renriel disse pegando uma torradinha e a comendo enquanto olhava de canto para Beerin, como se conferisse se ele queria um pedaço. “A harpa” Andrea a corrigiu, tomando para si toda a atenção da capitã. “Harpa?” “Não uma harpa qualquer” Andrea sorriu “A harpa esquecida, A primeira harpa” “A harpa de Apollo” Cameron disse baixinho quase como se cantarolasse para todos, cantarolando como uma criança distraída procurando um brinquedo qualquer. “Isso não existe” Lex foi o primeiro a dizer o que todos estavam pensando, mas Andrea interviu. “Sim, existe. Eu vi” “Então porque não pegou?” Ames questionou se mostrando enfim, a jovem estava tão quieta que Beerin até mesmo havia esquecido sobre a sua existência no lugar. “Porque havia ali os dragões de Imeril” Andrea resmungou a contra gosto. “E eles já não estarão de guarda em Agreste?” A capitã o questionou com uma sobrancelha erguida enquanto sua postura se endireitava rapidamente, se tornando praticamente impecável. “Estarão, mas apenas três deles” Andrea disse se jogando para trás na poltrona em que estava e um dos tripulantes que o seguia – aparentemente seu imediato –, logo se prontificou para explicar. “Quando encontramos a exportação da harpa, haviam dez dragões dourados e quinze dragões vermelhos acompanhando a entrega em Agreste” ele olhou para a capitã como se a conhecesse tão bem quanto Mark e pelo rosto do ser e a forma como falava, Beerin suspeitava que fosse tão velho quanto o imediato que conhecia. “Mas agora serão apenas três, três seres para derrubar e três é o número daqueles que foram treinados por Lucine” A capitã suspirou levando uma das mãos ao rosto e massageando as têmporas como se buscasse por ajuda divina. “Acho arriscado” Mark foi o primeiro a dizer a Beerin que estava ali apenas por insistência de Renriel assentiu tentando manter-se calado. “Sempre é arriscado” Andrea comentou colocando os pés sobre a mesinha enquanto jogava a cabeça para trás “mas estamos falando de trazer ele de volta” A capitã assentiu e Beerin pode sentir o olhar dela pesar com uma melancolia que ele só havia visto em seus olhos durante a noite em que se esgueirou pelo convés e a observou cantar enquanto jogava sua coroa – aquela destinada a ele em seu casamento –, no mar. Ela parecia triste naquele dia, chorava como se acabasse de ser esfaqueada ou espancada. Beerin se recordava bem da sensação, do peso que pensou sentir por um segundo e agora, quando a viu outra vez daquela foram, sentiu seu peito outra vez pesar. “Capitã” ele a chamou baixinho e quando os olhos de Renriel encontraram os dele, ele murmurou para que só ela pudesse ouvi-lo “vai ficar tudo bem...” Renriel piscou demoradamente como se dissesse “obrigada” e somente para ele – sorriu gentilmente enquanto uma das mãos tocava em suas costas. Beerin sentiu naquele momento que apenas a poltrona antiga entalhada por elfos e estofada de um lindo veludo vermelho – existia naquele cômodo. Como se Sírius houvesse realizado outra de suas façanhas e excluído todos os existentes ali, tornando a cabine de madeira escura ainda maior e agora, completamente vazia. Permitindo que apenas eles dois estivessem ali, que apenas ele pudesse ver Renriel sorrir e que apenas ela pudesse toca-lo de forma tão gentil. Mas para a tristeza do príncipe, Andrea continuou. “Precisamos infelizmente de bem mais que apenas boa vontade, não podemos negar que Mark tem razão sobre seus medos e sobre sermos todos... um tanto quanto parecidos com Lucien” ele dizia tentando amenizar os fatos, mas Lex que estava naquele navio antes mesmo de qualquer uma daquelas crianças nascer se apressou em corrigi-lo. “Quis dizer que são imaturos, idiotas, imprevisíveis e impulsivos? Se foi isso que quis dizer com parecidos com o Lucien, então tenho que admitir, são praticamente filhos dele nesse quesito. Filhos legítimos” sibilou como uma cobra de língua afiada, como aquele que nem mesmo Mark – que era seu amigo desde a infância – desejava ter. “Éh...” Andrea assentiu sem jeito “algo assim, Lex. Vejo que isso em você nunca irá mudar”. “Sou velho demais para que algo mude, criança tola” Lex murmurou com os braços cruzados enquanto se endireitava e recostava-se contra a parede. “E qual a sua ideia de plano?” Mark o questionou enquanto tentava acreditar ao menos um pouco no potencial das crianças que o homem que tanto amou havia treinado. “Bom...” Andrea olhou para Cameron e assim como quando ambos eram crianças, Mark soube que tudo estava fadado ao caos. “Não gosto desse olhar” Ames disse como se lesse a mente do imediato. “Eu gosto” Renriel disse ao mesmo tempo enquanto sorria para Mark. “Vocês não mudam” Mark resmungou. “Crianças continuam sendo apenas crianças” Lex disse por fim virando o rosto na direção dos tripulantes que acompanhavam Andrea “e eu pensando que vocês finalmente o haviam feito tomar algum jeito” “Bom, ao menos ele não dorme mais com bruxas do mar” o da esquerda disse dando de ombros enquanto se recostava na poltrona de Andrea. “Não somos amaldiçoados a mais ou menos três luas” o da direita acrescentou como se aquilo fosse um feito de tanto “e nem mesmo uma única prostituta de águas serenas foi enganada dentro de sete luas e meia” Mark balançou a cabeça negativamente e Beerin pode jurar que viu um leve rubor subir pelo rosto do capitão irritante e esnobe que estava sentado à sua frente. “Então quer dizer que nosso querido Andrea Frésia finalmente tomou jeito” Cameron disse olhando para Beerin e depois para Andrea com um sorriso presunçoso “olha, Riel... agora vocês podem se casar” Andrea bufou junto a capitã, em uma sincronia que fez todos rirem – menos Beerin que sentia uma clara vontade de arrancar fora a língua do assassino de olhos de esmeralda. “Leve isso a sério, Cameron” Mark disse tentando conter o riso. “No dia que essa criança fizer algo a sério, o mundo estará realmente em pleno momento final” Lex o repreendeu como se repreendesse uma criança que não acredita em Deus. “Certo, certo...” o assassino suspirou “que seja então... o que me sugere? Se somos nós dois que iremos planejar tudo, preciso que me diga tudo o que sabe” Andrea bufou “até parece que você não sabe de todas elas, deve saber inclusive até mais que eu.” Cameron sorriu. “Fico feliz que ainda se lembre como as coisas funcionam nesse relacionamento” “Até eles têm um relacionamento e você não” Lex murmurou alfinetando Ames que estava recostada a porta das armas. “Cala a boca, idoso” Ames resmungou revirando os olhos. “Pelo amor dos 9 mares, parem com isso” Mark resmungou e Andrea que agora ria, olhou para Cameron em busca de cumplicidade. “O que acha que podemos fazer?” Cameron deu de ombros deitando-se no sofá como uma criança despreocupada, as botas pretas e grosas sujando o estofado sem a menor dó. “Acho que temos três crias de Lucien e três dragões. Até onde me lembro, Riel matou seu primeiro dragão aos 12 e você já havia matado um dragão de gelo aos 7 quando decidiu pegar um ovo de dragão em um ninho para ter um bichinho de estimação” ele sorriu “não entendo qual a preocupação existente aqui, apenas precisamos brincar como brincávamos com Lucien antigamente” “A dupla de novo não” Ames resmungou. “A dupla...” Mark grunhiu. “Riel e Andrea seguem para a harpa e lidam com os dragões que a guardam, eu cuido da retaguarda e me certifico de que tudo ocorra bem e Ames limpa a área próxima aonde Sírius irá ficar. Já vocês, idosos... bom, não precisam se cansar” ele disse de forma maldosa enquanto olhava para Andrea em busca de aprovação, uma coisa que Beerin não havia visto Cameron pedir nem mesmo a sua capitã. “Certo. Mark, você e os dragões gêmeos podem ficar responsáveis pelos sacerdotes? Tem muitos em torno de onde iremos invadir” o capitão pediu. “Acho que damos conta” Mark disse dando de ombros. “Certamente que sim” o dragão da direita disse sem pensar duas vezes e o outro apenas sorriu. ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário ♪¸¸.•*¨*•. Frésia: Família nobre situada no pais central do continente de Fiesty. A família Frésia é a primeira linhagem da família real, uma linhagem que é ensinada a ser fria como o inverno e exaltar a sua matriarca acima de qualquer coisa. Em Fiesty os descendentes da família real é ensinado a jogar para vencer independente de como iram vencer, o que importa são os resultados. No fim, eles são ensinados a criar e utilizar venenos e magias que possam destruir os seus oponentes. Sírius: Um navio pirata lendário – criado pela bruxa, que possuí o céu estrelado em suas velas. Atualmente seu capitão é: Renriel Callan Agreste: Um reino localizado no continente mais ao oeste. A harpa de Apollo: Conhecida por muitos como a primeira harpa ou a harpa de Apollo - foi um presente dado a ele por Dionisyous. Uma harpa feita pelo próprio feérico e dada ao rei Apollo como pedidos de desculpas por suas travessuras. O rei que tanto amava a música quanto a arte acima de qualquer outra coisa, tomou para si aquele instrumento e a tocava com tanta suavidade e carinho que pouco de sua essência fundiu-se ao instrumento a tornando capaz de - assim como seu primeiro portador -, trazer almas de volta a vida, curar ferimentos mortais e encantar qualquer ser que seu portador desejar.
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