.•*¨*•.¸¸♪ Capítulo 51 ♪¸¸.•*¨*•.

1777 Words
.•*¨*•.¸¸♪ Aquele onde Beerin pode amar por medo ♪¸¸.•*¨*•. Existiam verdades as quais Lucien não gostaria de se recordar. Haviam muitas delas, mas no fim ele sabia que Mark não o deixaria esquecer nenhuma delas. Markel nunca havia deixado. Quando Mark deixou Lucien no convés, após limpar suas lágrimas e confortá-lo, o antigo capitão de Sírius se viu quase obrigado a ter aquela conversa com Beerin. Então, quando o príncipe parou para descansar, recostado em uns barris, ele se aproximou e entregou ao garoto um cantil com água. “Você está bem melhor que antes, acho que podemos começar ainda essa semana com os treinos de postura com as espadas” disse enquanto sorria para Beerin. “Ótimo” ele disse com um sorriso gentil, o sorriso que sempre parecia manter. Não era difícil de notar que Beerin parecia à vontade perto dele, assim como parecia confortável com Markel. “Diga-me, príncipe. Não tem medo do imediato?” Beerin ergueu uma sobrancelha “Mark?” Questionou como se aquilo não fizesse sentido algum. “Sim” Lucien sorriu “todos costumam... teme-lo.” O príncipe sorriu “bom, me admiraria não terem, Mark parece um imediato bravo, ele sempre grita” disse tentando conter o riso e Lucien sabia que era verdade. Markel sempre gritava com os marujos e os chamava de incompetentes e de ratos de esgoto quando não faziam algo da forma correta. Mesmo que seu lindo Mark fosse dócil e meigo, cheio de amor para dar, também era extremamente exigente e rancoroso. Lucien – dentre todas as pessoas –, sabia bem como era o rancor de Mark. Havia sentido ele na pele. “Bom” limpou a garganta “ainda assim não sente medo dele? Ou... de mim?” Beerin sorriu “medo? Não. Você é... como a capitã, porém mais amigável e Mark...” ele olhou para o céu “Mark foi o primeiro aqui que tentou ser amigável e gentil comigo. Ele me deixou... confortável” Lucien se viu sorrindo. Aquela era uma proeza que apenas Markel conseguia. O grande mestre do ar não era apenas um título, Markel sempre havia sido gracioso, possuído em si uma grande habilidade social. O que eram reis perto do povo com quem Mark lidava constantemente? Lucien sempre havia tido orgulho de Mark, de como ele era, de quem ele era e de suas habilidades naturais. Mark era a verdadeira estrela – mesmo que fosse Lucien aquele que recebia esse título. “Então o que sente?” Lucien questionou. “Sobre... vocês?” Beerin parecia confuso e o ex capitão de Sírius sorriu. “Sim, príncipe. O que sente sobre nós e sobre... Renriel?” O rosto de Beerin se tornou sério. “Acho que...” ele parou, seus lábios permaneceram abertos, mas Beerin parecia procurar as palavras em sua mente “não posso dizer que me sinto seguro com todos no navio, mas se falasse que tenho o mesmo medo que me atingia quando estava preso lá embaixo, seria mentira” assumiu “Mark e você, são legais e você até mesmo me ensina coisas como o uso da espada. Sei que não é seu trabalho e que está fazendo isso por querer, assim como me ajudar com Cameron...” “Cameron ainda te incomoda muito?” Lucien se viu questionando, mesmo sabendo que Cameron continuaria a importunar Beerin independente do que tentasse, afinal, era Cameron. “Não me incomoda. Cameron não pode me machucar” disse segurando o riso. “Por causa de Riel?” Questionou o ruivo. “E porque ele não quer” Beerin disse olhando para Lucien com um sorriso “Se Cameron quisesse, eu estava morto. Ele não quer” Lucien riu, não pensava que Beerin seria tão esperto a esse ponto, ao ponto de entender como o assassino mais temido de toda Lótus, funcionava. “Então não teme Cameron, nem a mim e nem a Markel? E Renriel? O que sente por ela?” Suas palavras foram tão nítidas e calmas que Beerin se viu tranquilo para responder. Uma tranquilidade que Andrea e Cam jamais haviam passado e talvez, se o príncipe fosse mais atento, tivesse notado que aquela calmaria fluía pelas palavras de Lucien quase como um encantamento. “Não tenho porque temer vocês...” ele sussurrou “muito menos a capitã. A pouco... não sabia o que sentia por ela, mas odeio quando Andrea a beija, tanto quanto odeio a ideia de não estar ao lado dela. Não sei se posso chamar de amor...” ele olhou para frente, para Mark e depois para Lucien “não sei se olho para ela como você olha para Mark..., mas sei que odiaria perde-la como Mark te perdeu” Lucien olhou para o príncipe com a mesma intensidade que a muitos anos havia olhado para Allure; olhou com os olhos que olharam os olhos de rubi se fecharem uma última vez. “Então... acha que a ama?” “Acho...” sussurrou “acho que posso ama-la, porque certamente... não amo Eilidh” Lucien queria acreditar, mas por alguma razão, seu peito apertou. “Príncipe Beerin...” ele chamou “tem certeza de que ama Renriel?” O príncipe o fitou sem entender. Por acaso suas palavras não haviam alcançado os ouvidos de Lucien? Ele finalmente havia dado a resposta que Andrea ficará esperando por quase dois meses. Lucien não o havia escutado ou não o havia entendido? Beerin agora sabia que não sentia por Eilidh o que sentia por Renriel, então... o que Lucien queria dizer? Notando sua confusão, o ruivo suspirou. “Não me entenda errado, Riel te ama. Posso ver isso no quanto ela amadureceu, no modo como deixou a criança que cuidei de lado para ser a mulher que Mark sempre viu desde o berço” Lucien disse apoiando-se no barril “mas... as vezes, confundimos medo com amor” Medo e amor? Beerin se viu ainda mais confuso. Como poderiam confundir dois sentimentos de tal forma? Lucien sorriu “bom... sei que pode parecer loucura, mas as vezes, quando nos vemos tão perdidos quanto somos” disse olhando para Mark “nos desejamos por algo que nunca tivemos. Um amor como o que eu sinto por Mark e pensei que jamais poderia ser capaz de sentir. Mas... as vezes, por desejar tanto algo, nos acabamos nos enganando” “Acha que estou me enganando?” “Acho que pode estar colocando sua segurança acima da sua realidade” “O que quer dizer?” Beerin o questionou, os olhos fixados no ruivo. “Quero dizer que pode ter desenvolvido por Ren-ren sentimentos românticos como forma de se proteger de uma possível violência. Você foi sequestrado e viu nela uma forma de se manter seguro, de estar bem, mas isso...” Lucien parou e então, limpou a garganta “isso não é amor” Os olhos do príncipe se perderam entre as nuvens e o mar. Era isso o que ele vinha fazendo desde então? Então o que seus sentimentos significavam? O que tudo aquilo havia significado? Era seu medo outra vez? Ele estava enganando Renriel e enganando a si mesmo? Era Eilidh aquela por quem ele realmente sentia algo? Como poderia saber? Lucien o fitou “não estou dizendo que não a ama” sussurrou “mas...” ele tocou gentilmente o ombro do príncipe “Riel disse que seria você quem escolheria o final da sua própria história. Ela me disse que se desejar voltar, se desejar ficar, se desejar qualquer coisa, ela aceitará. Se foi por medo que resolveu a amar, então saiba que está seguro, que está a salvo e que ninguém irá fazer qualquer m*l a você. Não precisa disso, príncipe Beerin, não precisa de ninguém para protege-lo” suas palavras atingiram Beerin como um tapa, era quente, mas ao mesmo tempo era direto. Havia alguém ali. Finalmente havia. Ele estava seguro. “Mas se amar Riel de forma verdadeira” Lucien continuou antes que Beerin tivesse tempo para chorar “se a amar, então ficarei feliz em estar ao lado de ambos e lutar contra quem for necessário lutar”. "Estará?" O príncipe sussurrou "e se..." "Se não a amar?" "Sim..." "Então estarei aqui e farei com que Riel cumpra com o que disse, que aceite o que escolher e que você possa se defender" Lucien afirmou e por alguma razão - mesmo após crescer entendendo que confiar era perdir para ser traído, Beerin soube que podia confiar nos olhos verdes de Lucien. Ele podia confiar que aquele homem ruivo com um sorriso de canto cumpriria com o que dizia. "Como posso saber?" Se viu questionando com os olhos vazios "como saber se... não a amo?" Ele não queria que fosse verdade. Não queria que seus sentimentos por Renriel fossem apenas fruto do seu medo; mas naquele momento, achava doloroso a dúvida que pesava em seu peito. "Pense..." Lucien disse "se a encontrasse em outro momento, em outra vida, com outras memórias. Ainda assim se apaixonaria por ela? Se você não fosse o príncipe cativo de uma capitã pirata, ainda se apaixonaria pela mulher com quem dorme todos os dias?" Beerin o fitou, seus olhos bicolores fixos no semblante calmo de Lucien. "Talvez..." "Posso te ajudar a saber" Kendra murmurou e Beerin que ainda fitava Lucien, virou-se rapidamente em direção a voz da fênix. "Se desejar, posso te ajudar a descobrir se a ama de verdade" "Como?" Se viu questionando em voz alta. "Deixe-me apagar sua mente, posso livra-lo de suas memórias e então dar a você a chance de se apaixonar outra vez" ✶✶✶ .•*¨*•.¸¸♪ Sumário♪¸¸.•*¨*•. Asaph: reino localizado no continente n***o do sul. Governado por Abellio – Rei regente. Sírius: Um navio pirata lendário – criado pela bruxa, que possuí o céu estrelado em suas velas. Atualmente seu capitão é: Renriel Callan e seus desejos e sentimentos alteram a forma como Sírius age. Ele reage como uma extensão de seu coração, sendo capaz de proteger e atacar aqueles que ela considera como aliados e inimigos. Kendra: Nome antigo vindo do Élfico Antigo. Significa nascida do fogo e era dado a elementais do fogo com a força de uma divindade. Em toda a história do mundo, esse nome foi usado por apenas 3 elementais em toda a existência e um deles é Kendra Angelov, a fênix que possuí a alma ligada a de Beerin Amarilis Angelov.
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