Grego narrando
Fiquei dali só pegando a visão de tudo, na minha e de olhos nela. Eu sou certo mas não sou cego, e agora nem certo mais eu sou, porque nesse mundo não vale a pena não, e ninguém merece uma p***a dessa não, a gente resolve agir no certo e n**o vem tirar nós pra otario. Então agora vai ter o pior de mim.
O engraçado é que a Isabela nem apareceu na festa. Estranhei. Mandei mensagem, e ela respondeu dizendo que tava bem, em casa. Que a mãe tinha viajado. A filha da p**a teve coragem mesmo. Teve coragem de me deixar em casa depois da briga daquelas e ainda sair da cidade com as amigas. Ah, beleza.
Então eu decidi. Se ela queria p*****a, ela ia ter.
Ela queria liberdade? Eu ia mostrar o que era um homem livre.
Quando a preta rara se despediu, fui atrás com os olhos. Vi ela recolher as coisas, dar tchau pros moleques, abraçar o pai e descer a viela. Ela mesmo com cara de cansada não negava sorriso pra ninguém, e ainda exalava beleza, tá maluco…
É f**a porque eu sempre vejo ela lá em casa, mas dessa vez foi a primeira que eu reparei ela com outros olhos e foi automático, ela fez algo queimar no meu peito que eu não sei nem explicar…
Depois que ela saiu da resenha eu me despedi de geral, e todo mundo ficou super agradecido com a minha presença, os menor parecia até criança, todos empolgados só por eu ter ido lá. Eu meti o pé, subi na minha moto e vazei pra boca
Mente tava a milhão ainda, meu sub volta pela manhã, ele tá numa missão aí pra mim, eu mandei ele voltar justamente pelo o que tinha organizado o passeio em família, e isso só me faz ficar com mais ódio, só de lembrar da v***a da Michele, p***a eu tô muito revoltado com a cara dela, namoral. Como ela tem coragem de fazer isso po ? Não tem como não, é pra tirar o cara do sossego po
Assim que eu cheguei na boca já tinha as p**a do plantão né, porque p**a tem em todo canto, e namoral, hoje eu não ia ser o grego de todo dia não, aquele grego que honrava a mulher morreu a partir de hoje. Assim que eu cheguei elas tudo me encararam na maldade de todo dia, mas hoje era diferente. Todas no mesmo padrão, vestido curto, salto alto, perfume forte. Coisa que sempre me deu nojo. Nunca precisei disso. Nunca fui de pagar por sexo. Mas aquela noite… aquela noite era diferente. Aquela noite, eu não queria prazer. Eu queria vingança. Eu queria destruir a imagem da Michele dentro de mim.
E consegui.
Escolhi a primeira que cruzou meu caminho. Nem perguntei nome. Só mandei ela subir. Tranquei a sala e arranquei a roupa dela com raiva. Fodi com força, sem carinho, sem compaixão. Eu só queria sexo por sexo, mais nada.
Queria sair de mim, gozar, pelo o que em casa eu não estava recebendo, não estava sendo valorizado, então agora era p*****a e fodase a p***a toda.
— ahhhhhh grego — a v***a gritava enquanto eu socava forte na b****a larga dela
E ali, com aquela mulher que gemia alto demais, que fingia prazer demais, que suava e me arranhava tentando me agradar… eu só pensava nela.
Na preta rara.
No sorriso que ela soltou pro pai.
Na maneira como ela se esquivava dos olhares sujos.
No jeito que ela dançava com o copo na mão e fazia o mundo parar por alguns segundos.
E foi nesse pensamento que eu gozei. Não por t***o. Mas por ódio.
Por desespero. Por perder o controle da p***a toda.
— chama a tua amiga lá, vou comer as duas — eu falo pra v***a que estava ali toda largada na mesa
— mas eu ainda nem gozei, deixa essa noite ser só minha, eu dou conta — ela fala e eu tiro a camisinha g****a é jogo fora
— faz o que eu mandei ou tu sai e eu chamo outras — eu grito com ela bolado
Ela chama a amiga e eu já me sento no sofá todo largado com meu p*u duro ainda porque mesmo já tendo gozado ainda não tinha aliviado nada
— fica pelada também, ajoelha as duas e me chupa — eu falo sério acendendo um baseado e boto as duas pra mamar
Fudi a noite toda com elas, comi o cu, a b****a e não ficava suave ainda por nada, tava com o peito quente ainda de ódio.
Saí da boca com o corpo moído e a mente fervendo. O sol já tava rachando o asfalto quando deixei umas notas na mão das duas vadias e meti o pé. Parei na padaria, peguei pão, umas besteiras pro café e subi de moto pra casa como se nada tivesse acontecido. Por fora eu tava calmo. Por dentro, ainda em guerra. Entrei em casa, deixei os pães na bancada da cozinha e segui pro quintal, que tava todo aberto, luz entrando, aquele calor típico de favela depois da madrugada agitada.
Mas nada, absolutamente nada, me preparou pro que eu vi quando cheguei lá fora.
Ela tava ali.
Deitada na espreguiçadeira, bronzeando aquele corpo que parecia ter sido desenhado pra me f***r mentalmente. A preta rara.
Aquela mulher que desde ontem não saiu da minha cabeça. Aquela visão que eu tentei esquecer transando com outra. E que mesmo depois de todo o sexo bruto, suado, sem nome… ainda queimava dentro de mim.
O biquíni que ela usava era minúsculo. A parte de cima m*l segurava os p****s grandes e firmes que se destacavam sob a luz do sol. A pele brilhava, a barriga reta, as coxas marcadas, a boca levemente úmida. Aquela mulher parecia uma provocação viva. Um pecado escancarado.
Me aproximei devagar, ficando na frente do sol, só pra ela sentir a minha presença. Ela levantou os óculos com os dedos e me encarou com aquele olhar calmo, inocente. Fingindo que não sabia o que tava fazendo comigo.
— Oi, tio… tudo bem?
“Tio.”
Quando ela soltou essa p***a, meu sangue ferveu.
A vontade era de pegar ela pelo pescoço, colar contra a parede da casa e mostrar pra ela que tipo de “tio” eu tava me tornando. Mostrar que aquele “tio” tava pronto pra enterrar nela tudo o que eu vinha segurando desde a noite anterior.
Mas eu respirei fundo.
— Cadê a Isa? — perguntei, tentando disfarçar o olhar que já passeava pelo corpo dela sem o menor pudor.
Ela apontou com a cabeça pro andar de cima e ajeitou o biquíni na parte de cima, como se não tivesse acabado de acender o inferno dentro de mim. Meus olhos desceram devagar, inevitáveis, parando entre suas pernas, parando na sua b****a. O tecido marcando tudo o que eu queria verdadeiramente ter tido ontem à noite, e durante toda a madrugada… e o que eu queria ainda mais agora.
Ela se remexeu na cadeira, fingindo distração.
Mas eu vi. Eu senti. Ela sabia.
Sabia que eu tava olhando. Sabia que meu desejo não era mais segredo.
Nesse momento, a Isa apareceu. Desceu com aquele jeito todo moleca dela, sempre leve, sempre sorridente. Veio direto até mim.
— Oi, tio. Tudo bem? — me deu um beijo no rosto.
Isa me chama de tio desde sempre. Desde que a Michele me apresentou como amigo, quando ela ainda era criança. Eu nunca forcei outra coisa. Nunca quis que ela me chamasse de pai. Ela cresceu me chamando assim, e é assim que fica confortável. E mesmo eu fazendo o papel de pai em tudo — protegendo, dando tudo, bancando, educando — a forma como ela se sente confortável e assim, e pra mim tá ótimo.
Ela me respeita como figura paterna, como chefe da casa. Nunca me deu trabalho, nunca me desrespeitou. Às vezes eu cobro mais dela, queria que ela estudasse, corresse atrás de algo. Mas ela é tranquila. Acomodada? Sim. Mas também nunca me deu dor de cabeça. Tá sempre comigo. Me escuta. Me abraça. É carinhosa. A Isabela é coração puro.
— Pô, minha mãe só vacila, né, tio? — ela solta, com aquele tom de desabafo.
Eu respiro fundo. A merda ainda tá entalada na garganta.
— Isabela… não quero falar disso contigo não — falo firme, mas com respeito — O meu papo com a tua mãe é eu e ela. Não quero que você interfira. E o que acontecer entre mim e a tua mãe não muda em nada a forma como eu vou estar aqui pra você. A minha proteção e o meu apoio você sempre vai ter, independente de qualquer coisa. Agora… sobre eu e a Michele… eu já não garanto mais nada, tá? Eu nem sei se consigo olhar pra cara dela mais.
Ela abaixa a cabeça, visivelmente triste, mas entende. E eu vejo nos olhos dela o incômodo de me ver naquela situação. Mais de dez anos juntos… ela cresceu comigo. E ver essa estrutura ruindo, por mais que ela finja força, mexe com ela.
— Mas olha só — continuo, com a voz mais leve — Amanhã a gente vai pra lancha do mesmo jeito, tá? Não vou cancelar o nosso passeio, não. Chama tua amiga aí. Amanhã é dia de esquecer essas merdas.
Ela sorri, mesmo sem graça, e me abraça de lado. Eu beijo o topo da cabeça dela com carinho, apertando forte. Não tem nada mais puro entre nós dois do que esse laço. E não importa o que a mãe dela faça, a Isa é minha cria.
Quando solto ela, meu olhar volta direto pra espreguiçadeira. A preta rara continua ali, fingindo que não ouviu nada, mas com o corpo ainda reluzindo de sol e desejo. E eu sei… amanhã, com ela na lancha, vai ser o meu teste final.
E sinceramente?
Eu não sei se vou passar.
E eu nem quero, eu quero ver essa preta na lancha, perto de mim, e ver qual vai ser a dela, sem essa de “tio”, porque tio dela eu não sou…
Subi pro meu quarto com a cabeça cheia e o corpo ainda carregando o peso da madrugada. Joguei a camisa na poltrona, tirei a arma da cintura e deixei em cima da cômoda. A varanda do meu quarto dá direto pra piscina. Vista privilegiada. E hoje… hoje tava melhor do que nunca.
Acendi um baseado, traguei fundo e deixei a fumaça sair devagar enquanto me encostava no parapeito. Lá embaixo, as duas estavam passando bagulho na pele lá pra ficar loiro, rindo, trocando ideia, curtindo o sol como se o mundo não estivesse derretendo do lado de cá.
A Isa tirava foto, virava de lado, fazia pose. A preta, mais discreta, mais dela, acompanhava no embalo. E mesmo na simplicidade dos movimentos, ela dominava o ambiente. Cada curva daquela mulher parecia feita sob medida pra me deixar louco. Os dedos deslizando nas coxas, o jeito como puxava o elástico do biquíni com a pontinha do polegar, e depois dava aquela esticada leve, só pra ajeitar… p***a. Aquilo ali era um filme só pra mim.
Depois foram pro chuveirão. Água caindo no corpo, pele brilhando, risadas abafadas pela pressão da água batendo forte. Isa recebeu uma ligação, falou qualquer coisa e se afastou, andando pra lateral da casa com o celular no ouvido. E aí foi que ela ficou sozinha.
A preta levantou da espreguiçadeira e ajeitou o biquíni, bem na marquinha que já tava marcada de sol, e mergulhou com uma leveza que me desmontou por dentro. Aquela b***a empinada, aquela pele molhada… ela nadava como se não tivesse ninguém vendo, mas sabia muito bem que eu tava ali.
Ela ia de um lado pro outro, submergia, voltava. A água escorria entre os p****s, pela barriga, até o elástico baixo do biquíni. E eu, dali de cima, tragando o beck devagar, sentia o sangue bater nas têmporas. Não era só t***o. Era uma fome. Uma vontade de pegar, de marcar, de fazer dela minha.
Ela saiu da piscina e ajeitou a lateral do biquíni com um gesto automático, puxando a parte de trás com os dedos, marcando ainda mais o quadril largo, e a b***a redondinha que cabia na minha mão perfeitamente, e eu já imaginava enchendo ela de tapa.
Não olhou pra cima. Não procurou saber se eu ainda tava ali. Mas ela sabia.
Sabia que eu não tirava os olhos dela.
Deitou de bruços, a b***a apontada pra mim, o cabelo jogado pro lado, e a mão apoiada no queixo. As pernas esticadas, cruzadas nas pontas dos pés. A p***a da visão mais perfeita que eu já vi da varanda desse quarto. Uma pintura viva. Um convite pro erro. E o pior — eu sabia que amanhã ela estaria comigo… na lancha.
Com aquele corpo molhado. Com aquele cheiro de protetor e sol. Com aquele olhar que ainda não me encarou de verdade. Mas vai.
— Qual foi, patrão? Tô na área já, hein — a voz do Bin entrou direto no rádio — tem churrasco aí em cima, tô na fome — ele fala daquele jeitão folgado dele
Dei risada baixo, ainda com a fumaça na garganta.
— Churrasco é o c*****o, rapá — falei apertando o botão — Tá achando que essa p***a aqui é casa da mãe Joana? Brota aí.
Desliguei.
Bin é meu fechamento. Tá comigo desde os primeiros corres. Leal, sangue frio, bom de dedo e de cabeça. Não preciso explicar nada pra ele, o cara entende tudo no olhar. É com ele que eu fecho as operações mais importantes. É com ele que eu boto o nome do morro em cima. Se tem um que eu deixo de frente quando eu não tô, é ele.
Lá embaixo, as meninas ainda estavam rindo, quando Isa voltou se jogando em cima da amiga.
— Amiga, tu não sabe… — e já começaram as fofocas, os cochichos, os risos abafados.
Eu saí dali.
Meu coração já tava acelerado demais. A mente num campo de guerra. Amanhã ia ser o dia. E eu não faço ideia do que vou fazer quando aquela mulher estiver ali, do meu lado, no meio do mar. Sem ter pra onde fugir.
Antes que eu mergulhasse de novo nesses pensamentos, os seguranças me chamaram.
— Patrão, o Bin tá lá na frente — avisaram.
Desci sem camisa, descalço, com o rádio ainda no bolso da bermuda.
A cabeça no comando.
Mas o corpo…
O corpo ainda tava na varanda.
E nos olhos daquela mulher.