Capítulo 2

1157 Words
Laena Meu erro é ir sempre nas pilhas da minha irmã. Lê é uma menina muito desobediente e ousada, ela sempre dá um jeito de se meter em confusão e me leva junto. Agora, se papai e mamãe descobrirem sobre a nossa fuga, estamos ferradas ! _ Vocês contaram para os nossos pais? Perguntou minha irmã. _ Não, mas vamos! Disse Diego, curto e grosso como sempre. Ah, Diego, ele tem um sorriso tão lindo. Eu vi ele sorrindo apenas uma vez e faz anos, mas não foi um sorriso direcionado a mim, e sim para a titia Olivia. Ela vem nos visitar várias vezes e algumas vezes ela trás os meninos. Eu ficava virada em dentes pra ele, mas ele nunca retribuiu. Brincávamos juntos porque a tia sempre dizia ‘’eu vou escalpelar vocês se não brincarem como crianças normais’’, aí ele meio que se obrigava a brincar comigo. Já Emanuel sempre sorriu, brincou e cuidou de nós duas, mas dá pra ver os olhares diferentes que ele dá pra minha irmã, só ela não vê. Leana fala de mim, mas ela é super desligada pra romance. Tenho muito medo do que possa acontecer quando nos casarmos. Provavelmente vamos ser separadas e eu não sei o que fazer sem a minha irmã por perto. _ Você é insuportável! O que está fazendo aqui? Sua casa é na Colômbia e não na Russia! Esbravejou a minha irmã. Ela tem a mania de querer confrontar todo mundo, ela é muito brava e as reações que ela tem são instantâneas, já eu sou uma manteiga derretida e choro por tudo. _ Fomos convidados para o aniversário de vocês, estávamos em uma boate aqui perto mas nos surpreendemos com a ousadia de vocês em fugir de casa. Respondeu Emanuel. _ V-vocês estavam em uma boate? Perguntei meio curiosa. _ Sim. Respondeu Diego. _ Mas.. com mulheres? O silêncio reinou no carro. Diego permaneceu quieto e Emanuel fez um breve silêncio, minha irmã me olhou de canto de olho enquanto eu segurava o choro. Bom, eu choro por tudo. _ Sim. Respondeu Emanuel, super tranquilo. As lágrimas começaram a rolar pelos meus olhos, minha irmã me cutucou mas eu não consegui segurar. Sou apaixonada por Diego, ele é simplesmente o amor da minha vida e estava com outras mulheres. Isso quase partiu meu coração, mas sei que os homens da máfia costumam fazer isso, infelizmente. No fundo eu ainda tinha esperanças de que Diego fosse *virgem, que pudéssemos fugir juntos e ser felizes para sempre. Eu sentiria muita saudade do meu papis e da minha mamis mas aposto que Lê viria comigo, ela adora fazer uma loucura. _ Para de chorar! Cochichou minha irmã. Emanuel tirou um lenço do bolso e me entregou. Limpei minhas lágrimas e tentei manter a compostura. _ Nunca vi uma mulher que chora tanto. Resmungou Diego. Voltei a chorar, dessa vez abraçada na minha irmã. _ *p***a, pra que falar isso? Perguntou minha irmã irritada. Ele apenas sacudiu a cabeça em negação. Observei que minhas mãos estavam raladas, mostrei pra minha irmã e ela torceu o nariz. _ Droga.. o papai vai arrancar meu coro! Disse ela. _ Não se preocupem, vamos manter a fuga de vocês em segredo, mas devem entrar pelo mesmo lugar que saíram. Disse Emanuel tentando acalmar a situação. _ Menos mau. Resmungou minha irmã. _ Mas e as minhas mãos? Como vou esconder da mamãe? Perguntei enquanto olhava minhas mãos raladas. Diego freou o carro bruscamente fazendo minha cara colar no banco da frente. Ele virou pra nós e puxou minha mão sem delicadeza nenhuma. _ Ei! Minha irmã chamou a atenção dele, mas ele nem ligou. Diego soltou minha mão e começou a resmungar algo em outra língua e Emanuel respondeu em um tom super sério. _ O que vocês estão falando aí? Perguntou minha irmã. _ Nada que seja da tua conta. Disse Diego. Ele voltou a dirigir e graças aos céus minha irmã ficou quieta. Entramos na propriedade dos meus pais e os meninos nos levaram até a entrada secreta. _ p***a, vocês são ardilosas ! Disse Emanuel com um sorriso no rosto. Minha irmã revirou os olhos. _ Obrigado meninos. Agradeci enquanto entrava na passagem, Emanuel deu um sorriso gentil e Diego não falou nada, apenas bateu a porta. Caminhamos rapidamente para o quarto de hóspedes e quando pisamos nosso pé no corredor tivemos que voltar, nosso pai saiu do quarto pisando pesado. _ Ele tá bravo.. Comentei enquanto observava ele se afastando. _ Sim, provavelmente tava *transando com a mamãe. _ Meu Deus Le, que nojo! _ Deixa de ser boba, você acha que os dois não transam ? Parecem dois coelhos, só você não vê! Disse ela totalmente desavergonhada. Minhas bochechas quase explodiram de vergonha. Minha irmã tem a mania de não filtrar as coisas que fala, que horror ! _ Vem, rápido! Passamos pelo quarto do nosso irmão rápido e entramos no nosso. Tranquei a porta e trocamos nossas roupas por pijamas confortáveis. Lavei minhas mãos e deitei. Minha irmã abriu a porta e deitou ao meu lado. _ O que vamos dizer pra mamãe e pro papai? _ Eu penso em alguma coisa até amanhã, só trate de dormir, você com sono fica ainda mais chorona. Resmungou ela. Me senti super culpada, mas não chorei. Minha irmã é criativa, espero que ela ache alguma desculpa boa sobre meus ralados. Fechei meus olhos e tentei dormir, mas uma movimentação no corredor chamou minha atenção. Minha irmã já estava roncando, mas eu não. Levantei na ponta dos pés e espiei pela fresta da porta. _ É bom que mantenham seus pés dentro do quarto, garotos ! Ameaçou meu pai. _ Pode ficar tranquilo tio, vamos nos comportar. Respondeu Emanuel. O que eles estão fazendo aqui? Corri pra cama e fingi que estava dormindo, papai abriu a porta do quarto mas não entrou, apenas espiou e saiu. Mordi minha bochecha, infelizmente sou muito curiosa. Levantei novamente, na pontinha dos pés, cuidado pra não fazer barulho. Abri a porta, o corredor já estava escuro mas havia uma leve claridade vindo da fresta do quarto onde os meninos estavam. Espiei pra dentro mas não vi ninguém, meio estranho.. por sorte as portas aqui não fazem barulho. Espiei a minha volta novamente e entrei. O cheiro deles estava no quarto, mas não vi ninguém. Caminhei até a porta do banheiro e ouvi um barulho de chuveiro. Meu Deus, será que é o Diego? Será que vou poder ver Diego nu? Misericórdia, que pensamento indecente.. mas.. seria bom.. Coloquei minha cabeça pra dentro do banheiro, havia muito vapor mas a silhueta na neblina me chamou a atenção. O homem é grande, muito grande, mas.. acho que essa *b***a não é a do Diego.. Meu braço foi puxado com brutalidade e uma mão envolveu meu pescoço. O rosto que estavam olhando não parecia nem um pouquinho contente com a minha ação.
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