AURORA:
Faço um gesto, para ele tirar o fone, ele tira sorrindo:
- Não me viu ali? Você passou correndo, e me lavou de areia.
- Na verdade, não! Mas já peço perdão, você de forma alguma é impercetível.
Ele é inteligente, fala bonito e difícil, e é lindo, físico perfeito, alto, sorriso branco, bronzeado, olhos e cabelos castanhos, volumosos, sem tatuagem alguma, tem um ar refinado, educado, calmo.
Relaxo e volto para minha manta, juntando tudo, para colocar na bolsa, e ir embora, estou colando, do sol com areia, ele vem atrás falando.
- Deixa eu me desculpar direito, sou Tristan Cullen.
Ele entra na minha frente e estica a mão, eu olho relutante, e estico a minha, apertando a mão dele.
- Aurora.
- Posso te dar uma carona, fazer algo?
- Não precisa, já esta tudo bem.
Neste instante um senhor com um carrinho de sorvetes, encosta ao nosso lado, para não me perder de vista ele já emenda:
- Um sorvete, deixa eu te pagar um sorvete? A gente senta e conversa um pouco, cinco minutos.
- Não precisa, tá tudo bem!
- Por favor!
- Ta bom! Um sorvete, cinco minutos, não posso demorar.
Ele sorri, o seu sorriso faz qualquer uma, perder a linha, ele sai correndo para pegar os sorvetes, e volta, senta na areia mesmo, me ajeito, de novo na manta, e começamos a conversar.
Conto como cheguei, o que estou fazendo por aqui, menos o porquê vim parar aqui, quando ele ia começar a falar sobre ele, o meu celular não para mais de tocar, Romeo, já esta doido, com minha demora, olho o relógio, dou um pulo, recolhendo as minhas coisas e indo para a bicicleta.
- Meu deus! Perdi a noção da hora, preciso ir.
- Porque tanta pressa, você ainda não me deu o seu telefone.
Dou um sorriso, e antes de sair, literalmente correndo, eu digo:
- Você já sabe bastante, onde estudo, e onde venho toda tarde, até mais Tristan.
Ele acena, e fica, parado, com aquele sorriso perfeito, me olhando ir, foi muito agradável, a tarde, a conversa, a companhia, mas não posso me envolver com ninguém, não tenho dedo bom para homens.
Em casa Romeo, me recebe, desesperado, eu não conto, exatamente o que houve, digo que distrai, mas…. Entendo Romeo, eu também, m*l durmo, com pesadelos, das coisas que passei no último mês.
Antes de eu sumir, da vista dele, de novo, ele entra na minha frente, segura nos meus braços, levemente e fala:
- Amanha tenho treino, antes de voltar as corridas, você vai comigo, sem desculpa, depois vamos ficar bastante tempo longe.
- Tá bom Romeo!
TONY:
Perdi as contas das semanas, não saio do ‘flat’ da ‘boate’, embriagado, e escondido do Mateo, usei algumas coisas, a minha vida virou de cabeça para baixo, tinha tudo sob controle, em meses tudo desandou, tornei-me Don, perdi o meu pai, senti o amor, e perdi, Mateo esta mantendo tudo em ordem, na minha ausência, não consigo entrar na mansão que o meu pai morreu, nem na mansão que dormi com Aurora.
Estou jogado no sofá, não sei quando foi a última vez que tomei um banho, Mateo chega, com alguns homens, já abrindo tudo, trouxe pessoas para a limpeza, me chuta, falando:
- Bom dia chefe! Levanta, se lava, o barbeiro está aqui, para te arrumar…..
Não deixo ele terminar, e respondo:
- Sai Mateo, me deixa.
Ele pega-me no colarinho e fala seriamente na minha cara.
- Tony, você tem que voltar a organização, hoje! Se não, eles vão substituir o Sr., é o legado do seu pai, você não pode deixar isso acontecer, eu não aceito.
Eu sento, e só balanço a cabeça que sim, então lavo-me, faço o cabelo e barba, rapidamente, deixam o ‘flat’ em ordem, respiro fundo e vou, no caminho falo a Mateo.
- Preciso de outra mansão, até a minha cabeça se reorganizar, providencia isso para mim.
- ok chefe!
- E…… você sabe algo dela?
Pergunto para Mateo, sem o olhar nos olhos, sobre Aurora:
- Não chefe, não sabemos nada, mas se quiser…..
- Não Mateo, melhor não.
Chego na mansão da família, a minha ama recebe-me em lágrimas, passo o dia a inteirar-me das situações, e no final do dia, vou até o escritório do meu pai, preciso olhar documentos pessoais, o cofre, roupas, resolvo começar por aqui.
Separo alguns documentos, para entregar ao advogado da família, ele conhece o meu pai desde a infância, ele saberá o que fazer, a noite se estende, estou um pouco exausto, fiquei, semanas embriagado, então preciso dormir sóbrio, já terminei boa parte, preparo-me para ir deitar, o cofre do meu pai é antigo cheio de segredos.
Ele está aparentemente limpo, quando vou fechá-lo, vejo uma a******a na lateral, puxo, então ela cai, vejo uma pasta, com algumas cartas, documentos e fotos, fico intrigado, sento para entender tudo aquilo.
Quando termino de ler, fico extasiado, uma emoção toma conta de mim, choro e sorrio ao mesmo tempo, pelo que entendi MATEO é meu IRMÃO! Irmão de sangue, ele é filho do meu pai.
Tem uma carta da mãe de Mateo, com a sua certidão de nascimento, e mais algumas cartas do meu pai, ela foi embora, pois a minha mãe a expulsou, ela foi o amor do meu pai, ele teve que casar com a minha mãe, ela não suportou, de tanto ciúmes, e se foi, o meu pai, não renunciou a Mateo,
Logo após ela ir, ele expulsou a minha mãe, entendo, o meu pai sempre dizer, sobre o amor ser uma fraqueza, com certeza ele escondeu a mãe de Mateo, como fiz com Aurora e a perdeu.
Pelo que entendi aqui, só falta oficializar a paternidade, não sei o porquê, do meu pai não ter feito isso, esses anos todos, já está tudo em ordem, até o DNA está feito, Mateo é mais velho, temos alguns anos de diferença.
Ele sempre cuidou de mim, e esta me ajudando, nessa fase terrível que enfrento, teria que estar amadurecendo e tornando-me um Don, mas tantas coisas me aconteceram, que se não fosse a lealdade dele, já teria perdido tudo.
Tento acalmar-me, mas, IMPOSSÍVEL…..na primeira noite que teria, uma noite tranquila, não consigo pregar o olho, na minha vida, nada é tranquilo, nem amanhece, já mando buscar o advogado.
O Advogado chega, Mateo, não entende, o porquê desta vez eu deixá-lo de fora, mas preciso confirmar a veracidade de tudo, e depois, contar-lhe, na verdade, eu estou ansioso, para dividir com ele, tudo que temos, nesses anos todos ele me ajudou, a manter, e ele confirma tudo.
- Então é verdade? Somos irmãos?
- Sim, Sr. Tony! O que quer fazer?
- UAL! .... Como o meu pai escondeu isso? O porquê ele não me contou? Ou assumiu ele?
- O Sr. Sabe perfeitamente como é a vida de um Don, por ele ser ilegítimo, se tornaria um alvo para os inimigos, o seu pai, queria que você se casasse, urgente, para reconhecê-lo, assim que você se tornasse o Don, então, ele poderia descansar e assumi-lo, procuramos a mãe de Mateo, mas, ela já faleceu, ha alguns anos, quando o seu pai recebeu a notícia, na noite anterior a sua morte, ele entristeceu-se, e na manha da sua morte, ele estava vindo pegar esses documentos, para me entregar.
- E Mateo…. ja sabe?
- Não sabe, Sr., o seu pai pretendia contar a vocês dois juntos, e ele não tomará o seu lugar, mesmo reconhecido, ele é um bastardo.
- Ele é meu irmão, não usa mais essa palavra, já da entrada nos documentos, em segredo, vou contar, só no dia que você retornar com tudo certo, ok!
- Ok Sr.