AURORA:
Faço uma cara de impaciência, não gosto de segredos, e esconder nada:
- Tony, por que não vamos contar?
Ele levanta-se, agarrando a minha cintura, e olha nos meus olhos dizendo:
- Ei… confia em mim, por favor, só por cuidado, confia?
- Tony... só hoje, amanha eu conto.
Saio, ele recompõe-se, o dia decorre bem, e o médico, no final da tarde, diz que ele pode voltar a sua rotina, mas, sem bebidas e cigarro, ele finge que aceita, conheço as caras dele, e também quando mente, Mateo também, demonstra não ter acreditado.
Tony muda tudo que conversamos, e antes de ir até o seu hotel, ele espera todos saírem, segura o meu rosto, beija-me, percebo que ele está ansioso, e impaciente, e me fala:
- Amor, pensei melhor, arrume só o necessário, vamos hoje, sem falar com ninguém, casamos, e depois contamos a todos, não aguento mais esperar, e pensar, o que acha?
- Sim, tá bom, te espero, na frente do casino.
- Eu te amo Aurora, amanha você será minha, para sempre.
- Eu também amo você.
Ele sai, e quando o vejo entrar no carro, o meu coração aperta, estranhamente, e uma sensação inexplicável me toma, será que agora finalmente teremos paz?
TONY:
Me sinto feliz, pela primeira vez na vida, ela aceitou ser minha esposa, vou casar com a mulher que eu amo, e desejo, e não sei se isso será minha felicidade ou ruína, só sei, que agora, nada mais nos separará.
Vou até o hotel, preciso arrumar tudo, para irmos, conto a Mateo e peço sigilo, ele preocupa-se, e tenta-me convencer do contrário, preciso chegar, e resolver logo com os Rossi, e ele me cobra de contar tudo sobre Laura, ele está certo, já é noite quando chegamos.
Subimos para nossa cobertura, estou muito empolgado, que m*l percebo que no corredor as luzes automáticas não acedem, Mateo, me para, e olha-me, pede silencio, e saca a sua arma, faço o mesmo e seguimos com cuidado.
A porta do meu quarto está fechada, porem, destrancada, abro e ainda não entro, Mateo entra primeiro, eu entro logo atrás, pela luz da janela, vemos uma fumaça de cigarro, e uma silhueta masculina, sentada na poltrona do meu quarto:
Mateo, chega por trás, e coloca a arma na cabeça dele, penso em falar algo, mas, ele fala primeiro, calmamente:
- Don Ricci, estava cansado de esperar, sempre com o seu irmão bastardo, o protegendo.
Tira-me do sério, a forma com que ele fala de Mateo, então, eu coloco a minha arma na testa dele, e falo:
- Mateo não é um bastardo, eu não preciso de p******o, posso resolver os meus problemas sozinho, quer ver?
Puxo o gatilho, ele levanta as mãos cômicamente, com um leve sorriso:
- Relaxa Ricci! senta, vamos beber algo, conversar.
- Só bebo com amigos, e pela forma com que entrou no meu quarto, e falou comigo, e com o meu irmão, não é um amigo.
- Você está certo, mas, infelizmente, pelas leis da máfia, não posso matá-lo da forma que eu quero, então precisamos conversar, mas… deixa eu me apresentar primeiro… sou Don Luigi Rossi, filho do Mário Rossi, o que você matou, lembra?
Quando ele fala o seu nome, tudo muda, faço um sinal para Mateo sair, e abaixo a minha arma, Mateo fica na porta, então eu sento e pego a bebida, não era para eu beber, mas bebo.
Ele tira um envelope e entrega-me, enquanto, calmamente continua fumando, eu olho e não abro, ele insiste:
- Abre Tony, você vai adorar o conteúdo
Quando abro, fico transtornado de ódio, mas mantenho a aparência, demonstrando, somente um leve incomodo, dentro do envelope, tem muitas fotos de Aurora, em todos os lugares, no casino, no apartamento de Romeo, na rua, comigo, ele, a segue, e faz tempo, sabem tudo sobre ela, olho e permaneço calado, jogo as fotos na mesa, e falo:
- O que você quer, Sr. Rossi?
- Agora vamos negociar? Chega de formalidade, chame-me de, Luigi, e Tony... ela é belíssima não é? Uma delícia, a vi de perto, no casino, eu quase não resisti.
- Vamos resolver a nossa diferença, sem colocar ela no meio, faremos o nosso julgamento…
Ele corta-me, agora, alteradamente:
- O meu pai morreu! Ele havia comprado ela, mas você… a queria para você, mesmo sendo casado, com a filha do capo do seu pai, você passou por cima de todas as leis, para resgatar essa p**a, ela deve valer muito a pena.
Agora eu respondo alteradmente:
- Ela não é uma p**a! Como o seu pai comprou uma estudante, sem ligação nenhuma com a máfia? Me explica? O seu pai e a vaca da Laura que passaram por cima das leis primeiro, eu o mataria de novo.
- Agora vai ser como eu quero, me escuta bem, te espero, nas próximas semanas, para a reunião e julgamento, você vai assumir todo o seu erro, e a morte do meu pai…
Neste momento estamos nos encarando, cara a cara, enfurecidos, eu o interrompo:
- Não vou assumir p***a nenhuma, eu tenho todas as provas, para me inocentar.
- Ai que entra, a parte interessante…
Ele, fala apontando o dedo no meu peito e o batendo:
- Tenho você na minha mão, neste momento tenho alguém só esperando eu autorizar, para pegá-la e m***r todos que estiverem ao redor dela, e aí, eu a faço, minha p**a, e faço você assistir.
Ele tira o celular e mostra-me um vídeo, atual, dela no quarto, se arrumando, eu pego-o pelo colarinho, não consigo mais me controlar, ele sorri, mostrando o celular, me ameaçando, eu solto-o.
Ele arruma o seu terno, guarda o celular, e fala:
- Pelo seu autocontrole, percebo que realmente, ela não é só uma p**a, o que me deixa mais satisfeito, você vai voltar, sem ela, vai deixá-la aqui, e sem explicações, tenho o celular dela grampeado, sem despedidas, entendeu?
Fico imóvel, e muito decepcionado, ele ajeita o meu colarinho, e eu o olho mortalmente, mas nada o abala, ele sorri e fala:
- Espero ansiosamente, você na nossa reunião, e se chegar perto dela, ou avisar, vou retaliar, primeiro o julgamento.
Continuo imóvel, e sem palavras, ele caminha, em direção à porta, para e fala:
- Que bom que nos entendemos, ate mais, Don Ricci.
Ele sai, pego a garrafa de whisky viro uma golada, de perder o fôlego, e depois a jogo na parede, o copo, a cadeira, viro a mesa, sento no chão, mas, não consigo chorar, não consigo pensar, nem respirar, abro o meu colarinho, e tiro a camisa, sinto-me sufocar, Mateo, escuta quando quebro tudo, espera eu parar, então, entra, e senta na beira da cama, ele ouviu tudo, e fala-me:
- Vamos voltar, resolver, ela vai entender Tony, você sabia que tínhamos que resolver isso primeiro, não sei porque, se precipitou com ela assim.
- Será porque eu queria tentar ser feliz? Uma vez na vida? Mas tudo que eu toco desmorona, mais uma vez, coloquei ela em perigo, vou ter que ir, e deixá-la para trás, e nem posso-me explicar, tudo culpa daquela vaca da Laura.
- A nossa vida é assim irmão, vamos resolver, vou deixar um dos nossos no casino…
- Não dá, vamos ter que confiar, que ela estará segura com Dante, se mexemos uma peça, ele a pega.
Não aguento, levanto, e volto a quebrar coisas a minha frente, Mateo, precisa-me segurar, ainda continuo fraco, tudo me aconteceu rápido esses dias.
Arrumamos as coisas, e vamos, antes, insisto para, passarmos na rua próximo ao casino, e a vejo, com uma pequena bolsa, me esperando, começa a chuviscar, mesmo molhada ela permanece lá.
Eu tento segurar, mas as lágrimas, que dessa vez caem, ensaio sair do carro, Mateo, trava a porta do carro, e fala:
- Tony, seja forte, você não quer que ela sofra mais uma vez, vamos resolver, você volta e se explica.
- Você tá certo, vou m***r, esse filha da p**a, do Luigi Rossi.