AURORA
Ele fica mudo, eu cruzo os braços e falo:
- Você não vai-me responder?
- Aurora, não foi bem assim, escuta…
Percebo que não é mentira, ele teve algo com ela, transou com Beatrice, o deixo desconcertado, tenta explicar-me, mas eu falo mais alto que ele:
- Não escuto nada, estamos separados, na verdade, nunca fomos nada um do outro, você sempre teve uma louca ao seu lado, e sempre trepou com quem quis, nunca jantamos juntos, você nunca me deu flores, nunca me levou para passear, nunca fomos um casal….
Deixo ele furioso, ele levanta, e vem gritando, na minha direção, e faz-me uma revelação sobre o meu dia, que não esperava.
TONY:
Estava tentando ao máximo, ser delicado e gentil, mas, ela me tira do sério.
Depois de te-la novamente nos meus braços, sentir o seu cheiro, ter o seu corpo nu, colado ao meu, eu tive a certeza que ela é minha, e tem que ser minha de verdade, já tinha resolvido, conversar com ela, explicar o que ainda preciso fazer, e depois voltaria para buscá-la, tenho que eliminar qualquer vestígio de vingança da família de Don Rossi.
Mas ela conseguiu mexer no meu ciúme, falando dele, e de momentos que viveu com ele, quando vejo estou gritando, ela deitada na cama e eu com os braços a prendendo no meio:
- Eu pedi você em casamento, antes de Laura entrar na minha vida, eu corri atrás de você, fiz o que nenhum Don, faz por mulher alguma, eu podia ter pegado você, contra a sua vontade, eu mando naquela p***a de cidade… eu nunca fiz nada disso que esse bosta fez, mas eu matei… OUVIU… EU MATEI POR VOCÊ, E QUASE MORRI, EU MORRERIA POR VOCÊ… E ELE?
Ela fica calada, espantada, vejo cair lágrimas dos seus olhos, mas, continua firma, eu levanto-me, visto as minhas roupas úmidas, pego a minha arma, ela olha com medo, senta na cama, e tenta falar algo, eu não deixo, e falo fortemente, com a arma na mão:
- Cala a boca… não quero ouvir mais nada, e nem me explicar, hoje, fiquei novamente a um fio, de m***r por você… pode ficar tranquila, durmo em outro lugar…
Saio, mas não vou embora, mesmo estando irritado e chateado, eu vou fazer a segurança dela, eu também fiz m***a, não devia ter feito nada com Beatrice, ela tem razão, eu não aprendi a segurar o meu m****o dentro das calças, e ficar sóbrio, e fiz muitas merdas.
Beatrice por sua vez, é tão ardilosa quando Laura, contou a Aurora sobre nós, a drogou, se eu pudesse, se estivesse na minha providência, me vingaria dela, com crueldade.
Vejo outra sala, deve ser uma privada, tem um bar, e um sofá, bebo umas quatro doses, seguidas, abro as janelas e o vento frio da noite entra, deito no sofá e adormeço.
Sinto, o meu corpo estranho, ha tempos não me sinto doente, tomei chuva ontem, hoje sol no iate, e agora, dormi com essas roupas encharcas, tomando vento, sinto-me febril.
AURORA:
Tony explodiu, eu o provoquei, fiquei assustada, mesmo ele não me tocando, ele me assusta, quando perde a paciência, deixou-me sozinha, com essa informação, que quase matou, novamente por mim.
Ele sai, espero uns minutos, e vou atrás de Anne, olho o relógio, já é madrugada, a acordo desesperadamente, a deixando preocupada comigo:
- Anne, acorda…. Acorda…. Por favor…
- Meu Deus Aurora, você esta bem? Ta sentindo algo?
- To bem, mas preciso saber de algo, me ajuda…
- Claro…
- Anne, não me lembro de nada, que aconteceu hoje, me conta o que houve?
- Porque Aurora, você esta bem, se você não se lembra, melhor assim.
Eu começo a chorar e falo firmemente:
- NÃO, Anne, não me esconde nada, me conta.
Estou tremendo, ela senta-me na cama, busca uma água e traz para mim, eu n**o.
- Não quero nada, quero saber Anne, me fala, novamente, tentaram…..
- Sim Aurora, tentaram-te estuprar, te drogaram, e Tony, chegou na hora, e te salvou, você esta bem agora.
Começo chorar compulsivamente, com as mãos no rosto, ela abraça-me, eu m*l consigo respirar, ela levanta o meu rosto, limpando, as minhas lágrimas, que não parar de cair, eu balanço a cabeça, em negação, ela tenta me acalmar, eu falo soluçando.
- Não, não, não é possível, Anne, eu não aguento mais, ser agredida, drogada, humilhada.
- Aurora, olha para mim, tenta ter calma, você esta bem, eu sei que você ta cansada, mas olha, como você é forte, tentaram, e ninguém conseguiu, vai passar.
Ela fica abraçada comigo por um tempo, até eu me acalmar, então eu conto o que houve, entre mim e Tony, nessa noite, ela escuta-me atentamente, e fala:
- Vocês são duas pessoas feridas, e magoadas pela vida, normal se desentender… olha eu não vi ninguém sair, pelo meu sistema de segurança, ele tá por aqui ainda, fala com ele, quem sabe vocês não se resolvem.
- Você esta certa, vou procurar…
Ela corta-me, falando, enquanto olha o celular:
- Achei! Ele tá numa sala privada, na outra parte do casino.
- Obrigada Anne, vou la
A abraço novamente sorrindo, e ela fala:
- Espera, eu vou com você, até a porta, te acompanho.
O casino, é enorme, estamos dois andares acima, ele está no térreo, então vamos juntas, entramos delicadamente, peço que ela me espere, vejo ele dormindo, aproximo-me, e quando o toco, ele está pelando de febre, o chamo, e ele não acorda, só delira.
Procuro Anne, que já foi, eu corro e a grito no corredor, ela volta correndo, e ve que ele esta muito febril, ele é enorme, jamais conseguiríamos carregá-lo até o elevador, e depois ate o meu quarto, lembro de Mateo.
Pego o celular de Tony, e desbloqueio com a sua digital e ligo para Mateo, explico, ele diz que vem, Anne chamou Dante e o Médico.
Mateo, chega primeiro, Dante traz uma cadeira de rodas e eles o carregam, até o meu quarto, ele sussurra o meu nome, e tenta acordar o tempo todo, tiramos as suas roupas molhadas, e tento aquecê-lo, Mateo trouxe mais roupas, o Médico chega, e o medica, então ele dorme, profundamente, Mateo me fala:
- Esses meses, todas as vezes que ele bebia, ou se drogava pela senhorita, ele ficava assim, te chamando, mas doente, é a primeira vez.
- Drogas Mateo?
- Sim, teve as coisas com Laura, a morte do nosso pai, pensei que íamos perdê-lo.
- Não sei o que houve com Laura, depois que vim embora.
- Ela foi exilada, outra hora ele te conta, mas foram muitas situações de difíceis.
Nessa hora, sinto-me culpada, o médico diz que amanha volta, porque vai precisar falar com ele acordado, deixa remédios, caso precise, Mateo, fica por aqui também, e durmo ao lado dele.
Fico o olhando, vejo cicatrizes, nos seus ombros, marcas de tiros, tem cicatrizes nas mãos, de lâminas, meu coração dói, porque fui tão dura e injusta, com ele, eu o amo tanto.
Amanhã vou falar com Tristan, vou contar tudo a ele, sobre Tony, e terminar, sei la o que a gente tem.
Acordo, antes de Tony, pedimos café de uma padaria próxima, todos tomam juntos, eu levo para ele, no quarto, quando entro, ele está despertando, a sua boca está bem seca, com olheiras, e ainda segue febril, ele tenta falar, eu vou até ele, o ajudo a sentar, dou um pouco de água, e não o deixo falar:
- Não se esforce, você está fraco, tem café.
- Quero o meu cigarro, e uma bebida forte, estou bem.
Ele tenta levantar, eu não deixo:
- Fica quieto, você não está bem, e só sai daqui, depois que o médico chegar.
Ele olha-me e pergunta:
- Como vim parar aqui, eu lembro-me de sair.
- Te achei, e te trouxe, eu também te resgato, viu?