Só lembrando que o livro está sujeito a modificações e correções futuras!
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Diabo acordou sentindo todo o seu corpo doer. Ele estava com um pano úmido na testa por causa da sua elevada temperatura.
Um cheiro extremamente delicioso invadiu suas narinas e mesmo com o físico esgotado, ele se levantou e seguiu aquele odor.
No momento de descer as escadas, ele usou o resto de magia que lhe sobrava e flutuou até o chão.
A cozinha estava perto e ele conseguiu chegar até lá, mas caiu na porta.
Ele ouviu passos e sentiu uma mão fria tocar em seu ombro e lhe virar o corpo.
Diabo deu de cara com a criatura mais linda existente em todo o universo.
Era um garoto pálido, com cabelos lisos e pretos que caíam despojados sobre seus olhos, que eram de um preto intenso que lembravam uma noite escura com várias estrelas no céu.
Não existia criatura mais linda, mais cheirosa e mais fofa nas lembranças do demônio. Ele se viu perdidamente apaixonado pelo garoto emo em sua frente.
-Você ainda está doente. Porque se levantou? _a voz baixa, suave e ao mesmo tempo rouca do garoto, fizeram o coração do d***o acelerar e seu rosto ficar corado.
-E-Eu... eu... estou com fome. _falou sentindo a garganta seca.
O garoto ajudou d***o a levantar e o colocou sentado à mesa enquanto terminava de cozinhar algo.
-Meu nome é Lucas. Encontrei você jogado no chão da minha sala e como você estava doente, eu te ajudei. _explicou-se.
-Obrigado. Eu não costumo ficar doente, mas acho que por estar em um ambiente diferente e ainda por cima sem comida, meu organismo deve ter ficado fraco. _falou enquanto suspirava pesado.
-Você poderia me mostrar seus documentos? Eu percebi que a polícia estava atrás de você, mas parece que você não é daqui. _Lucas pediu desligando o fogo.
-Ah, claro. _d***o tateou os bolsos e tirou deles a sua identidade entregando-a para Lucas.
-d***o?! Isso é um nome exótico. _zombou. _Quem te deu esse nome? _questionou sentando-se à mesa.
-Foi meu pai Satan quem me nomeou. _explicou vendo o humano rir.
-Satan? Haha. E qual o nome da sua mãe? Astaroth? "Kkkkk" _ironizou enquanto ria da resposta do garoto.
-Sim. Minha mãe se chama Amaymon Astaroth.
-O quê?! Sério isso? _Lucas perguntou surpreso ao ver a sinceridade nas palavras de d***o.
-É sério. Olha aí nos meus documentos. _apontou para a mão do humano.
Lucas surpreendeu-se ao ver que aquilo tudo era verdade. A família do garoto era composta por pessoas cujos nomes eram referentes aos três demônios principais da mitologia.
-Porque a sua família tem esses nomes tão exóticos?
-Não são exóticos. Pelo menos não para nós. No nosso reino esses nomes são bastante comuns. Meu primo se chama Abyzou, talvez você já tenha ouvido esse nome. _explicou.
-Abyzou? Sério? Nem seu primo escapa dos nomes relacionados aos demônios? _questionou
Diabo apenas queria rir. É claro que os nomes de demônios na qual Lucas falava, era justamente os nomes de seus familiares que já vieram na Terra.
-Sim. Aliás, o nome do meu pai é Satan Belzebu mas aqui as pessoas usam esses dois nomes para nomear demônios diferentes -apesar de serem o mesmo. _comentou a última parte em um sussurro, impedindo que Lucas ouvisse.
-Nossa. E como era o nome do seu avô? _questionou curioso.
-Eu não conheci meu avô por parte de mãe, mas o pai do meu pai se chamava Azrael. _explicou com os olhos brilhando ao ver uma tigela de sopa diate de si.
-Azrael? Você quer dizer o anjo da morte? _questionou
-Eu não sei a qual ser mitológico vocês dão esse nome, mas meu avô se chama Azrael Amy. _explicou enquanto levava a tigela até a boca e sugava a sopa, fazendo diversos barulhos desagradáveis.
-Onde estão os seus modos? _Lucas perguntou irado, enquanto estendia uma colher para o convidado.
-Ah, desculpe. Devo ter deixado eles no inferno. _ironizou voltando a comer da maneira mais selvagem possível.
-De onde você é? _mesmo incomodado com as ações do d***o, Lucas perguntou pois estava curioso para saber mais do garoto diante de si.
-Eu venho das terras vermelhas. Minha mãe é a rainha, então consequentemente, eu sou o príncipe. _comentou mostrando o certificado que indicava que ele fazia parte da família real.
-Príncipe? Sério? Isso é bem legal. Mas, porque você está aqui?
-Minha mãe me mandou vir para cá estudar em uma escola particular para aprender o modo de vida de uma sociedade mais... digamos... avançada. _explicou. _Falando nisso, você poderia me ensinar a magia para invocar dinheiro desse cartão? _perguntou mostrando o cartão de crédito.
-Magia? "Kkkk" Você não sabe usar um cartão de crédito? Como pensa que vai sobreviver nesse mundo? _questionou divertido.
-Eu não vou apenas viver nesse mundo; eu vou dominá-lo. _falou logo após começando uma crise de tosse.
-Isso não irá acontecer se você morrer por causa desse resfriado. Vem, você precisa de um banho quente e de uma boa noite de sono. _Lucas falou puxando o garoto alto consigo e discretamente admirando a sua beleza.
Diabo era alto, forte -não com músculos exagerados, mas ainda sim musculoso. Tinha lindos olhos cor de âmbar que combinavam perfeitamente com seus cabelos negros avermelhados que eram bagunçados e rebeldes dando um ar sexy de delinquente.
Além disso, ele tinha uma boca perfeitamente desenhada e rosada que se destacava em sua pele clara, principalmente quando ele abria um sorriso que na visão de Lucas, levava a alma de qualquer garota inocente para o céu.
Ele tinha a tatuagem de um dragão n***o em sua mão direita e usava alguns brincos na orelha e um piercing na sobrancelha esquerda. Seus caninos eram um pouco maiores dos das outras pessoas, deixando-o com uma aparência selvagem, juntamente com as unhas da mão pintadas de preto.
Mesmo sem querer admitir, Lucas se via um pouco perdido perante tamanha beleza e isso de certa forma machucava o seu coração, pois ele podia imaginar o que fosse, mas sabia que d***o nunca iria reparar em alguém tão sem vida como ele.
-Aonde estão as minhas malas? _Lucas foi interrompido de seus devaneios ao ouvir a voz sexy do d***o. Assim que ele virou o rosto para olhá-lo, deu de cara com ele fazendo sua respiração falhar.
O príncipe do inferno percebeu o rosto de Lucas ficar corado pela proximidade, mas ele não conseguia se afastar. Ver o garoto de uma forma tão fofa, tão pura e tão pervertida ao mesmo tempo, prendeu-o aquele momento impossibilitando-o de recuar.
Mas a partir do momento em que Lucas quebrou o contato visual, d***o afastou-se e tentou subir as escadas por conta própria, pois sabia que o humano estava confuso com o que tinha acontecido e talvez, ele não conseguiria se controlar ao estar tão perto do pequeno e vendo-o tão submisso ao seu olhar.
Mas sua ideia falhou miseravelmente, pois depois de subir três degraus, suas pernas fraquejaram e ele caiu de joelhos segurando-se no corrimão.
Lucas apressou-se ao seu encontro e o ajudou a levantar e a chegar no quarto. Por mais que ele desconhecesse o d***o, ele sentiu uma grande afinidade por ele e sabia que o mesmo era um garoto de confiança e que nunca faria m*l a ele fisicamente.
Sendo assim, não se importava em ajudá-lo até ele melhorar da doença e até conseguir se adaptar ao mundo.
-Pode tomar banho primeiro. _Lucas falou apontando para o banheiro dentro de seu quarto e colocando a mala do d***o em cima da cama para que ele pudesse escolher uma muda de roupa.
-Desculpe. Eu estou sendo um completo inútil por ficar dependendo de você para coisas tão triviais como essas. _d***o falou enquanto tossia um pouco de sangue em sua mão, mas mantendo-se neutro para não alarmar o pequeno garoto que se mostrara tão prestativo consigo.
-Não tem problema. É dever dos "saudáveis" cuidarem dos doentes. _falou abrindo a mala para o maior e ajudando-lhe a escolher uma roupa.
-Eu me sinto constrangido em pedir isso, mas você pode tirar minha camisa? Não tenho forças nos braços para fazer isso....
-Sem problemas. Não precisa ficar com vergonha de pedir. Mesmo você aparentando ser totalmente independente, receber ajuda externa em momentos de necessidade, demonstra o quão humilde você é. _Lucas explicou com um sorriso pequeno ao falar do d***o.
-Obrigado.
Lucas mesmo hesitante, aproximou-se do maior e tirou-lhe a blusa, ficando alguns segundos a mais observando o corpo dele.
Diabo era extremamente sexy e Lucas se via a beira de um sangramento nasal pelo simples fato de ver aquele abdômen definido reluzir sem esforço nenhum.
O maior tinha uma tatuagem em formato de um sol em seu peito do lado direito, o que deixou Lucas curioso a respeito dela, mas ele não iria perguntar, não naquele momento. Se ele abrisse a boca, o quarto ficaria inundado do tanto que ele babava pelo corpo do maior que ao perceber, deu um breve sorrisinho e tentou ir ao banheiro, mas novamente falhou.
-Que droga está acontecendo com minhas pernas?! _d***o perguntou irritado, mas logo acalmou-se ao sentir a fria mão de Lucas tocar-lhe o ombro nu.
-Tudo bem, eu te ajudo. _o humano falou extremadamente corado, deixando-o fofo e atraente.
-Porque você faz isso comigo? _d***o perguntou sem ao menos perceber que estava expressando seus pensamentos em voz alta.
-O quê?... Não sei. Eu sinto a necessidade de te ajudar. Acho que pelo fato de eu querer que os outros fizessem isso comigo também... _Lucas respondeu pensativo.
-Não. Não é sobre isso que estou falando. _d***o ponderou até que ponto poderia se externar para o garoto. _Eu estou perguntando porque você me faz sentir coisas diferentes em meu corpo pelo simples fato de te ver corado.
Lucas corou ainda mais por ouvir aquilo. Coisas estranhas? Como assim? E porque d***o estava fitando-o tão profundamente quando disse isso?
-E-Eu.... eu não s-sei do que v-você está fa-falando.... _gaguejou sentindo-se derrotado e humilhado por não conseguir controlar o próprio corpo.
-Eu estou perguntando se você cora de propósito só para me deixar com t***o, porque c*ralho, eu amo ver você assim! _expressou-se, mas se arrependeu ao levar um tapa na cara por parte de Lucas.
-Não ouse insinuar que eu faço coisas pervertidas só para fazer seu corpo reagir. Isso... isso é repugnante! Você é repugnante! _Lucas falou deixando d***o sozinho no banheiro.
O demônio suspirou cansado. Sua mãe lhe chamara de repugnante também, quando ele resolveu confessar que preferia homens a mulheres.
Ele não tinha uma boa relação com a mãe, e ouvir aquilo da boca de Lucas, relembrou-lhe dos seus dias acorrentado e sendo forçado por ela a t*****r com mulheres, para que ele aprendesse e limpasse aquele pensamento impuro de sua mente e alma e parasse de gostar de homens, mas nada adiantou.
E toda vez que essa lembrança voltava, seu peito doía e mesmo querendo impedir, lágrimas rolavam de seus lindos olhos dourados.
-Eu sou tão i****a por pensar que alguém fora meu pai fosse me aceitar como sou..... _comentou sozinho e desolado.
Uma nova crise de tosse começou, seguida por um desmaio que pelo barulho que fez, chamou atenção de Lucas que estava no andar térreo.
O mesmo correu para lá e encontrou d***o íno chão com sangue em mãos e saindo de sua boca. Ele desesperou-se e sentiu uma onda de culpa se apoderar de sua mente.
Já d***o, estava submerso em um mundo diferente, em um transe profundo feito por si mesmo para tentar fugir da realidade dolorosa na qual vivia.
OBRIGADA POR LER! ^3^~