A Recepção

1059 Words
Fábio subiu as escadas e foi direto tomar um banho, encontrou a irmã no corredor que estava descendo para jantar. - Boa noite mano, chegou na hora certa, a Ju estava fazenda o jantar. Na cozinha Júlia já havia deixado a mesa posta. - Fabi tenho que ir, ainda tenho que fazer algumas coisas para a faculdade, peça desculpas ao seu irmão por não esperar ele descer. Ela estava indo até a porta e falou de longe: - Fabi, me manda a receita que quer, para amanhã eu trazer tudo que for necessário. Fábio estava descendo as escadas, pensou ter reconhecido aquela voz, apressou o passo, mas ela já estava dentro do carro passando pelo portão. Ele voltou e foi até a cozinha, encontrou uma mesa cuidadosamente posta e uma refeição fresca. - A sua tutora acabou de sair, certo? - Sim, ela precisava fazer algumas coisas da faculdade, não tinha como ficar. Ele ficou cismado, era a mesma voz da moça petulante, mas seria muita coincidência. Na semana seguinte haveria uma pequena recepção para comemorar o aniversário da editora, não era nada muito requintado, todos os funcionários estavam convidados. - Bom dia senhor Diniz. - Bom dia Gustavo. Como sempre Gustavo pegou o café do chefe e levou até a sala dele. Ficou parado, escolhendo as palavras. - Peça rapaz, o que quer? - Na sexta-feira teremos o aniversário da empresa, gostaria de saber se posso trazer alguém. - Sabe que sim, tem direito a uma acompanhante. - Sei disso senhor, a questão é que a acompanhante seria minha irmã, entende o empasse? - Sim, se estarei aqui ela não poderá vir... Ele pensou um pouco antes de responder, achou que seria interessante esse encontro e tiraria a dúvida. - Pois bem, ela busca a Fabíola na escola e a deixa em minha casa, vou pedir para uma das empregadas ficar com ela. - Agradeço senhor, ela ficará muito feliz em saber. Na sexta-feira fizeram como combinado, Júlia pegou a menina na escola e levou pra casa, teve tempo ainda de deixar a refeição pronta e ajudar no dever de casa, saiu e foi se preparar para noite. Ela estava linda, não tinha um estilo muito chamativo, usava um vestido preto até o joelho, brincos dourados pequenos e o cabelo solto. O local era animado, as pessoas estavam dançando e haviam mesas para quem quisesse sentar e beber. - Gu, que lugar legal, vou dançar... - Calma, deixa eu te apresentar ao pessoal, ainda quero encontrar o idiot@ do elevador. Júlia cumprimentou a todos, ninguém fez nenhum comentário ou teve uma reação em desacordo ao primeiro encontro. - É Ju, acho que deve ser alguém de outra empresa, ninguém te conhecia. - Tudo bem, vou ao banheiro, você poderia pegar algo no bar pra mim. Gustavo estava pedindo quando encontrou o chefe. - Boa noite Gustavo. - Boa noite senhor Diniz, não o vi aí. - Veio com sua irmã? - Sim, estamos naquela mesa ali. Gustavo apontou para mesa que estava com três moças, nenhuma se parecia com a petulante do elevador. Ele esqueceu de mencionar que Júlia não estava na mesa no momento. - Ok... - Fábio disse, deu um último gole na bebida e saiu dali. Foi em direção a saída e encontrou uma moça de costas, os cabelos e a altura lembravam muito a moça de dias atrás. - Tomando um ar senhorita? Júlia reconheceu aquela voz no mesmo instante, sorriu e se virou. - O que temos aqui... Senhor arrogante, não pensei que o encontraria. - Boa noite senhorita Petulante, eu que estou surpreso, trabalha na editora? - Não, vim acompanhar uma pessoa... E sim estou tomando um ar. - Sabe que posso te ajudar com isso. Júlia riu e pretendia passar por ele para entrar. Mas ele a deteve. - Onde vai? Me diga seu nome! - Já tem um nome pra mim, não preciso dizer nada. Eu não fico questionando o seu. - Se quiser eu digo. - Vou entrar... - Ela disse sorrindo. - Você me desafia e eu gosto disso. Fábio a envolveu em seus braços e a beijou, alguns funcionários que estavam mais próximos da porta viram, não sabiam a identidade da moça, mas tinham certeza que aquele era o presidente da empresa. Júlia se perdeu por um instante naquele beijo, a deixava quase sem ar. - Entre comigo, seja minha acompanhante hoje? - Fábio pediu. - Não, tenho uma pessoa me esperando. - É comprometida então? - Claro que não, se fosse não deixaria que chegasse perto de mim. - Me sinto aliviado por isso. Ela entrou, pretendia ir até onde o irmão estava, mas uma pessoa lhe parou. - Júlia, quanto tempo? O coração de Júlia disparou somente por ouvir a voz, se sentia fraca naquele momento, a pessoa segurava seu braço. - Não sabia que trabalhava no grupo Diniz. - Me solte! - Só estamos conversando, não precisa ter medo. - Quero que me solte! Fábio não demorou muito para entrar, viu a cena e interviu. - O senhor é surdo? A moça disse pra solta-la. Nesse momento ele o fez e Júlia passou para as costas de Fábio. - Boa noite senhor Diniz, quanto tempo... - Boa noite. Não sei realmente seu nome. - Sou Otávio Martins, um dos associados, estava apenas conversando com a moça, não sabia que estava acompanhada, ela e eu somos velhos conhecidos. Júlia saiu e Fábio foi atrás, não antes de deixar uma ameaça. - Não acabamos aqui senhor Martins. Júlia já estava do lado de fora, quando ele a alcançou. - Ei, calma! O que vai fazer? - Vou pra casa, pego um táxi e vou pra casa. - Nada disso, eu te levo. Afinal agora sabe meu nome. - Sei seu sobrenome... senhor Diniz. - Que seja, mas insisto, posso te levar? Júlia concordou que sim, ele a levou até a casa simples do bairro de classe média. - Obrigada senhor Diniz, me ajudou muito hoje. Ela pretendia sair imediatamente, mas ele segurou seu braço. - Espere! Seu nome... Ainda não sei seu nome. - Sou a... senhorita Petulante. - Ela estava rindo, quando ele se inclinou e a beijou, foi um beijo mais intenso, Júlia se achava louca de beijar um homem que m@l conhece, mas não recuou. - Boa noite, pelo menos sei onde mora.
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