Receita Para o Amor

Apresentações

O coração de Júlia falhou uma batida, ele não precisava fazer apresentações, sabia bem de quem era aquela voz, ela não se virou, não encontrava forças pra isso. Pensava que poderia estar sonhando ou o destino estava lhe pregando uma peça.

Ele se aproximou sem fazer muito barulho. Colocou a mão na cintura dela e falou perto de seu ouvido.

- Quem diria que nos encontraríamos aqui, na minha casa.

Nessa hora Júlia se virou, ficou de frente com Fábio, ele estava realmente perto, fez o mesmo do elevador, colocou as mãos uma de cada lado a impedindo de fugir, aproximou o nariz de seu pescoço e sentiu seu perfume.

- Agora não tem como fugir... - Fábio falou no meio de um suspiro.

Júlia fechou os olhos e ele deu um passo para trás. Ela ficou sem entender o que aconteceu ali. Fabíola apareceu na porta.

- O jantar estar pronto? Boa noite mano, agora já conhece a Ju.

Júlia colocou a mesa para duas pessoas, enquanto Fabíola tagarelava a sobre o colégio, os olhos de Fábio acompanhavam cada movimento de Júlia.

- Bom apetite, espero que gostem.

- Você não vai comer conosco? - Perguntou Fábio.

- Acho que não é correto... - Disse Júlia.

- Ah! Para com isso Ju, a gente sempre janta juntas. Você se incomoda Mano? - Disse Fabíola.

- Nem um pouco... - Fábio respondeu com um sorriso malicioso.

Júlia pegou um prato e colocou na mesa, serviu os dois e a ela mesma. Estava envergonhada lembrando da briga e dos beijos em várias situações. Estavam terminando a refeição.

- Bom, vou deixar isso pra amanhã, tenho que ir.

- Mas Ju, você disse que dormiria aqui, por causa do horário e a gente nem comeu a sobremesa. Eu ajudei a fazer, levo jeito pra ser uma Masterchef. - Essa última parte Fabíola disse olhando para o irmão.

- Então acho que podemos provar a sobremesa e Júlia você fica, está tarde para ir sozinha, sei que mora longe, afinal mora com seu irmão, certo?

- Sim senhor Diniz...

Júlia serviu a sobremesa, Fabio comeu um pouco da sobremesa, a irmã amou...

- Fabi, é hora de dormir, suba, troque de roupa e escove os dentes, já vou dar boa noite. - Disse Júlia.

A menina se levantou e abraçou o irmão e foi dormir. Fábio pegou a colher e continuou comendo a sobremesa.

- Posso tirar a mesa senhor Diniz?

- Eu ainda estou comendo, não é correto.

Júlia sentou-se novamente.

- Me desculpe... - Ela disse envergonhada.

- Pelo que? - Perguntou ele.

- Por tudo... Pela indelicadeza de agora, pela discussão no estacionamento e pelo apelido de arrogante.

- Está com medo Júlia?

- De perder o emprego? Sim...

Ele se levantou e começou a tirar a mesa, ela foi o ajudar.

- Seu trabalho aqui é cuidar da minha irmã, tenho empregadas para a faxina.

Ela se afastou um pouco, ele deixou o que estava fazendo e foi atrás dela.

- Nem disse boa noite... Bom, venha comigo a biblioteca, quero falar sobre minha irmã.

Júlia foi temerosa, não esperava esse encontro, Fábio sentou em uma poltrona e apontou a outra pra que Júlia se sentasse.

- Senhorita Petulante, ou melhor senhorita Júlia, me chamo Fábio Diniz.

- Prazer senhor Diniz.

- Pode me tratar por Fábio. É irmã do Gustavo, certo? Ele sabe que já nos conhecemos?

- Eu não fazia ideia de quem era, mas contei que discuti com alguém e que essa pessoa me beijou no elevador. Ele disse que tentaria descobrir quem era. Ele sabe de cada encontro nosso, e tudo que aconteceu.

- Parece que eu estarei em m@us lençóis com seu irmão.

Júlia estava desconfortável, tinha sim gostado dos beijos e dos encontros repentinos, mas nem em sonho imaginou conhecer o CEO da grande Editora Diniz.

Fábio tocou a mão dela e deu um sorriso malicioso.

- Levante-se e sente aqui no meu colo.

Júlia sempre foi independente e de personalidade forte.

- Eu estava com medo de ser demitida, mas não é pra tanto, não vou me sujeitar a isso.

- Seu trabalho aqui é excelente, se dá bem com minha irmã e ainda cozinha pra ela todos os dias, não acharei alguém mais qualificada. O que vamos fazer aqui ou não, em nada vai interferir no meu julgamento profissional, sei bem separar as coisas.

- Tudo bem, agradeço a explicação, agora posso recusar novamente sem ter medo de ser demitida. - Júlia sorriu, tinha um olhar sedutor enquanto falava.

Júlia se virou para porta, pretendia sair, mas Fábio segurou sua cintura por trás, chegou bem perto de seu ouvido.

- Eu não sou um homem paciente, não tenho tempo pra joguinhos... E você já brincou demais comigo, saber seu nome foi divertido, mas agora as coisas serão diferente.

Fábio a segurava firme, colocou o nariz no pescoço dela, aquele perfume era a perdição de Fábio. Ele deslisou a mão para os sei0s de Júlia, deu um leve aperto, ela se assustou e se soltou. Fábio puxou seu braço e a segurou de frente.

- Está mesmo tentando fugir ou só quer me deixar ainda mais excit@do com a caça?

- Meu Deus, não estou lhe provocando.

Fábio a encostou em uma estante e pressionou o corpo dela contra o dele.

- Percebeu que não pediu para eu lhe soltar? Então sei o que quer.

Fábio tomou os lábios de Júlia em um beijo quente, ele se perdia no perfume dela e isso, fazia seus beijos ficarem ainda mais quentes. Júlia começou lutando, mas não demorou muito pra ela corresponder, era um beijo bom, intenso.

- Venha para o meu quarto! - Disse Fábio.

- Nem pensar acabei de te conhecer.

- Sabe que não é verdade, nos conhecemos faz alguns dias.

Júlia riu e abriu a porta, iria para o quarto destinado aos empregados.

- Boa noite senhor Diniz. - Ela disse sorrindo.

Ele a puxou pelo braço e a beijou novamente. A soltou e disse. - Boa noite senhorita petulante.

Júlia subiu e foi ao quarto de Fabíola, cobriu a menina adequadamente, deu-lhe um beijo na testa e saiu. Se jogou na cama e tocou os lábios com as pontas dos dedos. Pensava que estava ficando louca, beijar o patrão dela assim, o patrão do irmão... Seriam dois desempregados por ela não saber dizer não. Mas não podia negar o quão bom eram aqueles beijos, pensou que não havia nada melhor que eles.

Fábio em seu quarto tomava uma ducha fria, lembrava do perfume de Júlia e dos sei0s dela, queria ter feito mais que apenas aperta-los, mas não era o momento, ele iria se apresentar e se aproximar adequadamente até conseguir o que queria.