Lavandas&Bebês

853 Words
Chen Ren suspirou arrumando o chapéu sobre a cabeça enquanto andava pela estrada em direção ao porto, pois segundo a Ji-hye havia um porto que levaria para Misora ou chegaria bem próximo devido ao nível do rio e era o jeito mais rápido de chegar, já que andando pela estrada além de perigoso levaria cerca de cinco dias, diferente do barco que com três pausas levaria três dias. Entretanto tinha que estar tão quente? Cadê o vento? A cada passo ele sentia que as roupas que usava eram muito pesadas, se fosse o tecido produzido nos céus seriam tão leves e frescas que quase se esqueceria de que usava alguma coisa. Cruzando as costas havia uma bolsa com comida e remédios para possíveis machucados pequenos. -Se eu soubesse que estaria tão calor teria trazido um guarda-chuva – Resmungou Chen Ren quando notou uma sombra repentina sobre sua cabeça e então ele se vira surpreso com o que encontra. -Ou eu sou muito bonito ou você está surpreso – Brincou Jae assustando o outro, que levou a mão ao coração em choque, enquanto ele segurava um guarda-chuva na mão direita. -Estou realmente surpreso– Falou Chen Ren acalmando seu coração acelerado, mas mesmo depois do susto seu coração continuou a bater forte. -Então eu sou bonito – Incentivou Jae andando ao lado do outro que voltou a andar. -Você já deve saber disso e com toda certeza ouve muito isso – Retrucou Chen Ren olhando em volta agradecido pela sombra, parecia que o calor havia cessado repentinamente mesmo que tivesse aquela cobertura a brisa havia se tornado fresco – não precisa ouvir de novo. -Já ouvi muitas coisas de diversas pessoas, mas quero ouvir de você – Rebateu Jae com tranquilidade sem olhar o outro que corou. -Então... – Sussurrou Chen Ren parando e fazendo o outro o encarar – você é bonito, está satisfeito? -Mais ou menos – Murmurou Jae semicerrando os olhos e passando a língua nos lábios – queria mais emoção. -Acha que eu sou um artista? – Perguntou Chen Ren voltando a andar e então avistou na beira da estrada uma flor conhecida já a pegando – uma alfazema! Um belo ramo de lavanda para a sua alegria. Cheirou as flores minúsculas na ponta e sentiu se relaxar, esse era o efeito da flor. Era como cheirar a limpeza em sua pureza, sua personificação natural na natureza. -Parece que gosta de Lavandas –Falou Jae ao seu lado. -Amo, são cheirosas e fofas, me lembram bebês – Concordou Chen Ren prendendo o ramo na roupa e continuando a andar ao lado de Yanar Jae tendo seu pássaro desaparecido, mas ele não parecia preocupado então o outro também não se preocupou – gosta de crianças? -Nada contra, apenas acho que elas não gostam de mim – Respondeu Jae em tom sério chutando uma pedrinha no caminho. Chen Ren concordou, algumas pessoas não são boas com crianças desconhecidas, mas com aquelas próximas como irmãos ou sobrinhos são gentis e o oposto. Crianças e alfazemas eram parecidas, ambas fofas e bonitas, difíceis e cuidar e precisam de muita paciência, mas ambas valem a pena o esforço. -Gostaria de ter filhos? – Perguntou Jae um pouco baixo demais. -Claro, meu maior sonho é ser pai – Brincou Chen Ren – mas sem brincadeiras, eu gostaria, mas duvido que vá conseguir. -Por quê? – Disse Jae franzindo o cenho, mas ainda encarando a frente. -Não acho que seria um bom pai – Murmurou Chen Ren apertando a corda que passava por seu peito – é uma outra vida. -Toda vida é preciosa – Falou Jae descendo a pequena encosta de pedra e se virando para ajudar o outro que paralisou. Ele havia dito o que? Devia ser coisa de sua cabeça, era um conhecimento natural das pessoas, murmurou Chen Ren para si mesmo ao dar um passo em falso e cair de cara deixando sua dignidade de pé vendo o cair para frente. Porém o que a dignidade talvez não tenha esperado é que Yanar Jae o seguraria antes dele ter o orgulho ferido. Mãos seguraram sua cintura antes dos braços alheios a circularem o trazendo para o seu peito. Chen Ren bateu o nariz no ombro de Jae e colocou as mãos nos ombros largos revestidos pelo tecido macio na cor escura. Por ter estado tão perto o cheiro da pele do outro pode ser sentida, suave, mas marcante. Lírio do vale. Cheiro de segurança com periculosidade, podia um cheiro puro carregar um alerta? Ele afastou seu rosto do ombro e passou seu rosto rente ao outro para se afastara, mas Jae também pareceu ter a mesma ideia já que virou o rosto e por muito pouco os lábios não se juntaram. -Obrigado – Exclamou Chen Ren empurrando o outro em pânico e saindo andando – é por aqui, não é? Acalma coração, implorou Chen Ren andando mais rápido e tentando miseravelmente fingir que as batidas eram por causa da corrida e não pelo cheiro e toque sem sentindo que havia recebido e que se coração dançava enquanto cantava sobre o motivo das batidas.
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