O herdeiro do morro da Rocinha, [26/06/2023 21:30]
tCapítulo 87
Silvia narrando
Os dois me encaram e eu encaro o Mateus, principalmente ele.
— Silvia – Mateus fala se aproximando de mim. – você tem certeza do que você está se lembrando?
— Eu tenho – eu falo encarando ele – mas, não tem nada haver com ninguém aqui.
— Tem certeza? – lorenzo pergunta
— Tenho – eu respondo – a filha de Samanta morreu queimada junto com uma mulher que cuidava da gente.
— Você viu isso? – Mateus pergunta
— Vi – eu respondo – meus pais também estão mortos a muito tempo.
— Como você sabe disso? – Lorenzo pergunta
— Eu sempre soube quem era eles – eu respondo mentindo para eles – meus pais era um policial Kaique e a esposa dele. Ela foi encontrada morta e ele morreu logo depois.
— Kaique? – Mateus pergunta me encarando – você sempre soube?
— Minhas memorias sempre foram bagunçadas, e na verdade eu nunca quis lembrar de nada, só que com a gravidez, com tudo mexido, voltou tudo, eu comecei a sonhar com tudo, a lembrar de tudo – ela fala – eu sei que todo mundo odeia todo mundo, não conte para ninguém, e acho que você também não quer que Samanta reviva a filha morta, esse assunto morre aqui. Eu apenas tive um surto com todas as minhas lembranças.
— Era ele que abusava de você? – Lorenzo pergunta
— Vamos deixar isso para lá – eu falo – vamos focar no nascimento dessa criança, eu não poss ficar nervosa e nem mesmo me extressar.
Os dois se encaram e eu me sento no sofá, encarando Mateus e ele me encara, eu fico o encarando e olhando para ele, as lembranças começam vir na minha cabeça como se eu tivesse vivendo tudo nesse momento.
— Pode não ter apenas haver com a sua vida – Lorenzo fala me encarando – Silvia, você precisa saber do seu passado até mesmo para aceitar essa criança.
— Eu não vou aceitar essa criança nunca – eu respondo para ele – me deixe em paz por favor, eu nunca pedi para ninguém mexer no meu passado, eu te pedi Mateus alguma vez para você mexer no meu passado procurar a minha família e você Lorenzo eu pedi?
Eu falo me dando conta de tudo, de tudo, as lembranças vieram com tudo na minha cabeça e eu fui encaixando todas as peças
— Você tem certeza do que me disse, que você é filha do kaique com a esposa? – ele me pergunta
— Eu tenho – eu falo mentindo – aquela mulher ia me visitar naquela casa.
— E era Kaique que abusava? – Mateus pergunta – Fala Silvia.
— Chega! – eu grito – chega! – eu grito
— Foi você que veio até aqui Silvia – Mateus fala
— A única coisa que eu quero é que essa criança nasça, que eu pegue as minhas coisas e vá embora, estou cansada, cansada de tudo isso, eu estou cnasada. Eu juro que se alguém reviver essa história de novo, se vierem querer questionar sobre o passado, eu não vou aguentar e eu me mato.
— Silvia – Lorenzo fala
— Estou cansada, desde que eu cheguei aqui, eu apenas obedeço e faço as coisas como tem que ser, mas nunca ninguém pensou em mim. Eu tive que pensar na criança, eu tive que pensar que os queriam a criança e eu? Vocês acha que eu me sinto como gerando essa criança? Lembrando de tudo que eu passei? Chega – eu falo – eu nunca mais quero que ninguém me pergunte ou fale sobre os meus pais, eu não quero!
— Tudo bem – Mateus fala me encarando – essa história acaba aqui.
— Obrigada, até porque ninguém tem o direito de reviver ela – eu falo para eles.
Eu respiro fundo e paro na janela da casa do Mateus, eu me lembrei de muita coisa, era como se tivesse aberto uma passagem para todas as lembranças.
O herdeiro do morro da Rocinha, [26/06/2023 21:30]
Eu tinha três anos de idade quando fui parar em uma casa, onde chegou duas crianças pequenas, Vitoria e Liz que hoje me dou conta qe eram as.filhas de Carioca e Perpetua, nessa casa tinha uma senhora que cuidava de nós, um homem alto que vivia com farda da policia vinha nos visitar e ele se chamava Kaique, Vitoria dizia que ele era meu pai mas ele não era, depois de uns dias eu fui levada por outro homem para outra casa, onde tinha duas mulheres, uma que me odiava e a outra que me tratava bem, os seus rostos eram estranhos na minha cabeça e não conseguia decifrar direito ou lembrar os nomes, fiquei ali por mais 2 anos, sendo abusada por esse homem loiro e alto que levava bonecas e chocolate, porém nessa casa eu vi Mateus logo que cjeguei nela, eu tinha uns 3 anos e meio de idade com um homem alto e velho e uma mulher ruiva a mesma mulher que cuidava de mim, mas eu sei que Mateus não era do m*l, depois disso eu fui parar na casa com a filha da Samanta, onde fiquei até um incêndio começar e Tea que era a faxineira da casa me tirar de lá , conseguir me salvar, mas a outra menina e a mulher que nos cuidava não conseguiu, então eu fui parar no orfanato.
Agora tudo faz sentido, todas as peças se encaixaram e eu sei de quem eu sou filha.
Mateus me encara e eu encaro ele.
— É melhor a gente respeitar a vontade da Silvia – Lorenzo fala
— Sim – Mateus concorda – não vamos falar para ninguém do que aconteceu aqui hoje.
— Obrigada por poder confiar em você Mateus – eu respondo para ele e ele me encara, os meus olhos se enche de lágrimas.