Capítulo Dois-2

1168 Words
"Se houver um jeito, tenho certeza de que é caro.", Alexis deu de ombros. "Estou bem do jeito que estou". Toda a conversa foi falada em um tom objetivo. Alexis já havia se conformado com a perda de sua visão há muito tempo. Isso não quer dizer que não havia coisas que ela sentia falta, como o rosto de sua mãe ou de seus irmãos. Ela ainda conseguia imaginá-los claramente da última vez que os viu, mas aquela visão era como uma cápsula do tempo. Alexis nunca os veria amadurecer ou envelhecer, exceto em sua imaginação. “Desculpe pela espera, senhores. Oh, Lexi, você está aqui para uma consulta?”, perguntou o diretor do hospital. "Sim, estou aqui para minha revisão de três mil milhas", ela respondeu e sorriu na direção do diretor do hospital. "Como está sua mãe?" "Ela está bem. Ela está conversando com a Doutora Ericka". "Bom. Bom." Sua voz assumiu um tom displicente. "Se você precisar de algo, avise as enfermeiras". "Entendi.". Alexis saudou fingindo interesse. O diretor era como a maioria das pessoas, presumindo que sua mãe era uma v*******a promíscua e isso era tudo que ele tinha interesse por ela. Alexis o ouviu investir em sua mãe uma vez, apesar de ele ser casado. Sua mãe rapidamente encerrou a conversa e afastou Alexis. Desde então, ela sempre estava na guarda com ele e não via motivo para ser excessivamente amigável. Desde que ele fosse educado, ela o tratava da mesma forma. Se ele passasse dos limites, sua esposa logo descobriria seus casos extraconjugais. "Vamos, senhores?" "Tchau, moça.", disse o homem que estava conversando com ela. "Até mais, velho.", Alexis respondeu. *  *  * "Senhor Prescott?" o diretor Weston perguntou enquanto o outro hesitava. Abanando a cabeça, Silas deixou sua resposta de lado e seguiu seu anfitrião. Ao seu lado, Thomas, seu braço direito e melhor amigo, riu. "O quê?", Silas o encarou, mas Thomas não se intimidou.          "Nunca pensei que veria o dia em que o Sr. Grande Executivo Malvado seria intimidado por uma criança." Silas resmungou, embora não pudesse negar isso. A atitude da garota o pegou de surpresa, não que ele tivesse muita experiência com crianças. Mesmo assim, ele não achava normal alguém ser tão descarado. "Espero que a Lexi não tenha te incomodado.", disse o Diretor Weston. "Ela é uma boa criança. Todos eles são?" "Eles?" "Ela e seus irmãos.", respondeu Weston. "Trigêmeos. Eles nasceram aqui, na verdade, em nossa ala de maternidade." "Interessante.", disse Thomas. "Não deve ser fácil criar três crianças sozinha, mas a mãe delas parece dar conta, mesmo com as necessidades médicas da Lexi." "E o pai delas?" "Ele nunca fez parte da equação.", Weston balançou a cabeça. "Você acha que ele abandonou sua família?", perguntou Thomas enquanto chegavam ao elevador. Ele era um ávido leitor de mistérios e todos os enigmas o intrigavam. "Não posso dizer, e não é meu lugar especular sobre a vida de nossos pacientes.", disse Weston. O elevador chegou e o trio entrou. Silas permaneceu em silêncio enquanto Thomas conversava com seu anfitrião. Ainda havia algo que o incomodava em relação àquela jovem criança que era o centro de sua conversa. Sua atitude não era a de alguém envergonhado de sua condição de vida, apesar do fato de ela vir de uma casa pobre. Ele sentia alguma resignação em relação à sua cegueira, mas não era nada deprimente. Tudo isso era crédito para ela, na opinião de Silas. Ele não suportava pessoas que achavam que o mundo lhes devia algo porque tiveram uma má sorte. No entanto, havia algo de estranho. Havia algo quase familiar na garota que ele não conseguia identificar. Seus olhos verdes quase imploravam para ele lembrar de algo importante. Enquanto ele pensava nisso, ele observou o Diretor interagir com a garota. Ela o tratava com o mesmo sarcasmo, o que confortava Silas. Por algum motivo, ele não gostava da ideia da garota ser amiga de outra pessoa, o que era ridículo. Mas algo na atitude do Diretor em relação à garota o irritava. Havia algo quase lascivo em sua voz que o deixava desconfortável. O Diretor poderia estar interessado em sua mãe? Silas tinha certeza de que o Diretor era casado, e a ideia de que ele poderia ter tido um relacionamento com a mãe de uma paciente o perturbava. O Diretor poderia ser o pai da garota? Não. Silas descartou a ideia assim que ela se formou em sua mente. Ele não sabia por que se importava, mas por algum motivo ele odiava a ideia de o Diretor estar de alguma forma envolvido com a garota. Por essa razão, ele permaneceu em silêncio enquanto Thomas e o anfitrião conversavam. Ao entrar no elevador, sua mente ainda tentava desesperadamente agarrar uma memória perdida para ele. Enquanto seu olhar vagava para fora, ele viu a criança se levantar quando outra figura chegou. A nova figura era uma mulher pequena usando um casaco largo sobre seu uniforme de garçonete. Enquanto a garota tinha cabelos lisos, sua mãe tinha cabelos naturalmente ondulados que estavam presos em um meio-r**o. Ao alcançar sua filha, a mulher a abraçou, curvando a cabeça. Por que ele de repente sentiu vontade de correr para o lado delas? O par permaneceu assim enquanto os elevadores se fechavam. Somente quando elas sumiram de vista, Silas afastou o estranho anseio em seu peito. Por que ele estava reagindo assim? Elas não tinham nada a ver com ele. * * * "Você está bem, mãe?", Alexis perguntou ainda envolta nos braços de sua mãe. Lynn não respondeu imediatamente, tentando controlar suas lágrimas. Ela não tinha percebido o quanto se apegava à esperança de que a visão de sua filha fosse salva até agora. O médico deixara a prognóstico de Alexis muito claro. "Está tudo bem, mãe. Eu estou bem.", disse Alexis apertando-a com força. "Veja pelo lado bom." "Qual é?" "Agora eu não preciso ver as caras estúpidas dos meus irmãos nunca mais." Lynn riu. Seus filhos nunca deixavam de surpreendê-la. As lágrimas que ameaçavam cair secaram, e ela conseguiu soltar um suspiro cansado antes de soltar Alexis de seu abraço. Beijando o topo de sua cabeça, Lynn disse: "Vamos lá, vamos comemorar." "Comemorar o quê?" "Comemorar o fato de que você não terá que assistir seus irmãos enrascarem quando trouxermos McDonald's para eles." Alexis deu risada. "Isso parece bom, mãe." Com o braço em volta do ombro dela, Lynn direcionou sua filha em direção à saída. Eles estavam longe de estar bem. Alexis sabia que sua mãe colocaria uma máscara de bravura na frente deles, guardando suas lágrimas para um momento privado, mas eventualmente sua mãe aceitaria a verdade. Alexis e seus irmãos observariam sua mãe por um tempo e teriam cuidado para não aborrecê-la até então... o que significava que era uma coisa boa que sua mãe não conhecia os planos de fim de semana deles. Traduza este texto do inglês para o português, preservando as quebras de linha do texto original. Não escreva explicações.
Free reading for new users
Scan code to download app
Facebookexpand_more
  • author-avatar
    Writer
  • chap_listContents
  • likeADD