CAPÍTULO 76 ARTHUR NARRANDO Ela sentou na minha frente com aquele ar de quem tentava parecer profissional, mas eu conhecia aquele tipo de tensão no olhar. Beatriz era um livro aberto tentando ser trancado à força. E, por algum motivo que eu ainda fingia não entender, eu queria cada página. Cruzei os dedos sobre a mesa e respirei fundo. Era hora de colocar as cartas na mesa. Literalmente. — Nosso contrato. — falei, direto. — Eu mandei ele pro seu e-mail ontem à noite. Chegou a ler com calma? Ela hesitou um segundo antes de responder, ajeitando os ombros como quem se preparava pra se explicar. — Pra ser sincera… não tive tempo. Quis aproveitar o domingo pra descansar um pouco. Mas eu vou ler hoje. Prometo. Dei um leve sorriso, mas sem humor. Peguei a pasta preta ao meu lado e abri dev

