Capítulo 72 BEATRIZ NARRANDO O cheiro da carne na brasa começou a tomar conta do jardim, anunciando que o almoço tava perto. O pai do Arthur, com o avental do Corinthians e uma latinha de cerveja na mão, comandava a churrasqueira como se fosse um ritual sagrado. Em volta, os tios, primos e amigos, todos rindo alto, contando piada, fazendo aquele típico som de família feliz que preenche qualquer silêncio. Arthur tava lá também, rindo de algo que o tio dele contou, com o copo de caipirinha na mão e o olhar sempre voltando pra mim de tempos em tempos. Era um olhar rápido, mas firme. Do tipo que diz , eu tô de olho, tô aqui, fica tranquila. Eu tava sentada num banquinho mais pro lado, debaixo de uma árvore, junto com duas primas dele, essas sim, queridas. A Júlia e a Roberta. Diferentes da

