Capítulo 73 BEATRIZ NARRANDO O jatinho pousou em São Paulo no fim da tarde, com o céu já meio acinzentado e a cidade mostrando sua pressa de sempre. Arthur se levantou primeiro, pegou as bagagens de mão com aquela calma típica dele e me estendeu a mão. — Vem, minha noiva. Aceitei, mesmo sem precisar, porque o jeito que ele me chamava assim, me desmontava. Descemos pela escadinha e lá estava o carro dele esperando na pista, um sedã preto com os vidros escuros e motorista parado do lado, pronto pra abrir a porta. Entramos no banco de trás e o silêncio entre nós dessa vez não era pesado. Era confortável. Ele relaxou no banco, soltou o cinto do relógio, e ficou só observando a cidade passar pela janela. De vez em quando, me olhava de canto. — Vai trabalhar amanhã? — perguntei, só pra que

