CAPITULO 118 BEATRIZ NARRANDO Ele tava ali, na minha frente, todo largado na cadeira com aquele sorriso de canto que me desmontava toda vez. O sol batia de lado, destacando ainda mais aquele olhar escuro, intenso, que parecia me devorar em silêncio. E o pior? Eu gostava. Ou melhor… eu amava. A gente conversava sobre tudo e sobre nada. Ria de coisas bobas, relembrava momentos, fazia planos que talvez a gente nem vá cumprir, mas que era gostoso só de imaginar. E por mais que o mundo fosse pesado, naquele momento… era leve. Porque ele fazia tudo ficar leve. — Tu sempre teve esse jeito todo certinho assim, ou aprendeu com o tempo? — perguntei, provocando, mexendo no canudo do suco com a ponta do dedo. Ele riu, me encarando com aquele ar de deboche que eu já conhecia bem. — Que jeito? —

