CAPÍTULO 67
ARTHUR NARRANDO
A Beatriz tava ali, do meu lado, mas ao mesmo tempo… parecia longe. O sorriso tava no rosto, mas o olhar ainda trazia resquício de guerra. Eu sabia. Conheço mulher calejada de longe. Ela podia tá inteira por fora, mas por dentro... tinha ferida cicatrizando ainda.
Quando ela deu aquele gole na taça, com calma, com o pescoço alongado e a boca tocando o vidro com leveza, eu senti. Ela precisava de presença. De firmeza. De alguém que não fosse mais uma dúvida na vida dela.
E eu ia ser isso.
— Cê tá linda demais hoje, sabia? — murmurei, com os olhos fixos nos dela.
Ela sorriu, aquele sorriso de canto que me desmontava sem esforço.
— Sabia. Mas obrigada por confirmar.
Ri baixinho. Não era só beleza, não. Era presença. Era força. Era o jeito que ela enfrentou
