CAPÍTULO 134 MATTEO CONTI NARRANDO: O whisky queimava na garganta, como uma lembrança do que eu era. Ali estava eu. Sentado num dos cantos mais reservados da Venus Club, com uma dose de Glenfiddich nas mãos e um charuto cubano entre os dedos. A fumaça dançava preguiçosa, flutuando no ar como se não tivesse pressa pra morrer. Nada ali dentro tinha pressa. Tudo girava num tempo próprio: o tempo da luxúria, da tentação, do pecado disfarçado de entretenimento. Meus olhos estavam presos nela. No palco, a loira de corpo escultural se movia como se dançasse apenas pra mim. Usava uma máscara preta cobrindo os olhos, o que só aumentava a tensão no ar. Não precisava ver o rosto todo. Bastava o corpo, a presença, os movimentos. Ela tinha algo no quadril que desafiava qualquer lógica. Cada rebola

