Capítulo 52 ARTHUR NARRANDO A noite já tinha caído quando cheguei em casa. Estacionei na vaga de sempre, desliguei o carro e fiquei alguns segundos ali dentro, respirando fundo, tentando esvaziar a mente. Mas não dava. A Val ainda ecoava nos meus ouvidos, como um zumbido irritante que não quer calar. Ela apareceu de novo. Como sempre faz. Primeiro tentou invadir a empresa, como se ainda tivesse espaço na minha vida. Depois ficou me esperando do lado de fora, achando que a insistência dela ia me comover. Mas a verdade é: eu tô de saco cheio. — Val, já falei que não tem mais nada entre a gente. Nunca teve, na verdade. Era só o que era — eu disse, olhando firme, já cansado da repetição. Mas ela insistiu. Subiu no meu carro, tentou jogar charme, depois apelo. E, por fim, desceu o nível.

