Bebemos um pouco mais, voltamos na pista de dança algumas vezes, e eu acho que não aguento mais nenhuma gota de alcoól, apesar de querer, sei que vai me fazer m*l.
Thiago sumia algumas vezes, não consegui entender o que tanto ele ia fazer, mas preferi nem perguntar.
— Será que você pode... me levar em casa? — eu disse observando a boate que já não estava tão cheia, em comparação a quando chegamos.
— Ah, sério que já quer ir embora? Agora que começa a melhor parte. — ele disse balançando o copo, e apontou em direção a uma mesa, onde tinha uma menina quase sem roupa dançando.
Fiquei completamente decepcionada, ele só quer ficar na festa para ver as baixarias, nem deve estar se importando se estou ou não do lado dele. Já que ele não quer me levar, vou sozinha mesmo.
Olhei para Thiago, com reprovação, olhei ao redor, não conheço ninguém para pedir uma carona, vou andando, quem sabe encontro um táxi.
Fui caminhando entre as pessoas, até que uma garota segurou meu braço.
— Vi que você está com o Thiago, não sei bem quem você é, mas só quero te alertar mesmo, ele vem aqui todo dia, e cada dia com uma diferente, ele já mostrou fotos intimas de algumas aqui, não sei se ele as tirou com consentimento, mas fica de olho aberto, e mais uma coisa, eu vi ele ficando com a Jaqueline, filha do dono dessa boate faz poucos minutos, então, eu se fosse você,não daria muita confiança pra ele.
Ouvir aquilo fez meu estômago embrulhar, eu nem soube o que responder.
— Moça você está bem? — a garota perguntou me segurando. — senta aqui vai.
Me sentei em cima de uma caixa.
— Obrigada por me ajudar.
—Não tem que agradecer, a propósito, meu nome é Fernanda. — ela disse estendendo a mão.
— Oi Fernanda, meu nome é Melissa.
— É um prazer conhecer você. Precisa de ajuda para ir embora? Posso pedir um táxi pra você, meu irmão é taxista.
Eu olhei para trás, buscando Thiago perto do bar, e vi uma loira perto dele.
— Vou querer ajuda sim, obrigada.
— Ela ligou para o irmão, ele disse que não iria demorar.
— Bom Melissa, tudo que eu falei sobre o Thiago, foi somente para te alertar. Inclusive, olha ali. - ela apontou em direção a uma mesa.
A tal loira rebolava em cima da mesa, enquanto Thiago ficava olhando ela, junto com outros caras, quando ela foi descer, se segurou nele.
— Aquela com ele, é a Jaqueline que eu te falei, vejo ele sempre com ela, mesmo quando ele vem aqui com outras meninas.
Segurei o choro, é muita humilhação, vir aqui com ele, e ele ficar com outra na frente de todo mundo.
O celular da Fernanda apitou.
— Meu irmão já está te esperando, tá em frente ao portão principal.
—Muito obrigada. — eu disse me levantando, e quase tropecei.
— Acho melhor eu te acompanhar. — ela deu um sorriso.
Fernanda me acompanhou até o táxi do irmão dela, salvei o número dela, ela foi muito simpática comigo.
— Boa noite, e novamente obrigada, estava doida para ir embora.
— Não tem que agradecer, quando chegar em casa, me manda mensagem, que eu salvo seu número.
— Tá bom, beijo.
Ela me deu um abraço e eu entrei no táxi, assim que fechei a porta, olhei para fora e vi Thiago saindo pelo portão.
Falei o endereço para o taxista, e assim que ele começou a acelerar, Thiago me viu no carro, olhou com raiva para mim, cruzou os braços. Mas se ele pensa que vou voltar para lá, ele está muito enganado.
Assim que cheguei em casa, agradeci, pois sei que poucos taxistas aceitam corrida a essa hora, paguei e sai correndo do táxi, pois estava muito enjoada.
Mal entrei em casa e corri para o banheiro, eu não deveria ter bebido tanto assim, muito menos aquelas bebidas fortes que não estou acostumada.
Subi para o meu quarto, separei um short e uma blusa mais leves, e tomei um banho bem gelado.
Assim que terminei de me trocar, meu celular começou a tocar.
— Quem você pensa que é, para me deixar sozinho, sem sequer me dar satisfação? —Thiago disse irritado.
— Você estava tão bem acompanhado, que só deu falta de mim agora? — perguntei ironicamente.
— QUÊ? Como assim, eu só estava perto dos meus amigos, nada te dava o direito de ir embora sem mim, afinal, você saiu comigo. Abre a porta aqui, precisamos conversar.
Olhei pela janela, não acredito que ele veio até minha casa pra tirar satisfação.
— Abrir que porta? Não estou em casa, vim para a casa da minha prima.
—Certo, se você quer jogar esse jogo, por mim tudo bem, posso ficar aqui na porta a noite toda.
— Vai ficar mofando então, vou dormir na minha prima hoje.
Preciso me manter firme, estou nervosa demais para conversar, e outra, não devo satisfação para ele, ele me faz de i****a, e depois eu que sou errada por vir embora?
— Maldita hora que chamei você para sair. — ele disse e desligou em seguida.
Foi embora cantando pneu.
Mas foi até melhor.
Não estou em condições de conversar.
Mandei mensagem para a Fernanda, agradecendo a ajuda, e também por ter falado sobre o Thiago. Talvez o Henrique nem estivesse
assim tão errado sobre ele.
Fiquei pensando sobre essa noite, o quanto eu desejei o Thiago, e quase cedi aos desejos do meu corpo, o quanto essa noite foi quente, eu imaginei que uma hora dessa estaria com ele na minha cama, mas ele foi lá e estragou tudo.
Não posso cobrar nada dele né? Mas foi ridículo saber que ele me levou onde leva todas, e foi mais ridículo ainda saber que ele ficou com a tal Jaqueline, praticamente na minha frente.
Ele ser galinha é uma coisa, agora me fazer de i****a? E a maneira que ele falou comigo pela ligação? Nem parecia aquele Thiago fofo, que estava comigo mais cedo, que me tratou bem.
Será que fui tão ingênua assim, em pensar que ele iria querer algo de verdade comigo? O que aquela Jaqueline tem que eu não tenho ?
Não acredito, ele me tratou da pior maneira possível e eu estou aqui pensando nele ainda, que ódio.