Capítulo 3 Henrique

1212 Words
HENRIQUE  Eu preciso falar logo para a Melissa, o que eu sinto, mas não sei como falar, não sei por onde começar, não sei o que ela vai pensar, meu maior medo é perder a amizade dela, nem Deus deixa, que ela saia da minha vida. Espero de verdade que quando chegar o momento ela compreenda, que a gente não manda no coração, eu não escolhi amar ela, simplesmente aconteceu, a sua doçura me cativou, e por mais que eu tenha lutado contra isso, é impossível. Ligo meu carro e vou até a casa dela, com raiva, mas vou. — Obrigada por vir. — ela diz sorrindo. — Ah, tá suave, pra isso servem os amigos, né ? Que ódio, por quê ela está tão empolgada para sair com esse cara? Queria ter essa sorte, de sair com ela, em um encontro, não só como amigos, queria que esse sorriso fosse para mim. Fomos para o quarto dela, ela jogou várias roupas em cima da cama, e na verdade não sei para quê ela precisa de mim, sendo que fica bem com qualquer roupa. Enquanto ela trocava as peças, fiquei olhando nossa foto na parede. Tantas lembranças invadiram a minha mente. Bem nesse dia, fomos ao parque, eu um homem desse tamanho, com medo de ir na roda gigante, e ela fazendo chantagem emocional, para me incentivar a ir com ela, tenho trauma de altura, mas por ela, eu acabei indo, e foi um dos melhores dias da minha vida, nós divertimos, rimos, ficamos o dia todo fora de casa, comemos muita besteira, eu doido para ir embora, e ela querendo ir em outros lugares. É impressionante o quão decidida ela é, ficava insistindo comigo, até eu ceder, até ela ficar satisfeita, e eu claro, cedia. — O que acha, ficou bom assim? — Mel disse ficando na minha frente. — Claro. Ela é maravilhosa, tudo fica bem nela, e ela se arrumando empolgada, para sair com esse b****a. — Amigo, você tá bem ? — Por quê não estaria ? Que vontade de dar um murro nesse Thiago, só de imaginar os dois juntos. — Ei, calma aí, não tenho culpa se você não gosta do Thiago. — Eu só queria que você não tivesse aceitado sair com ele, você sabe muito bem da fama dele, você o conhece muito bem, não sei por que ainda quer se envolver com esse tipo. Eu preferi sair do quarto, não quero que ela me veja bravo. Eu ia embora, mas resolvi me sentar no sofá. A campainha tocar, sinto meu sangue ferver. Quando abri a porta, Thiago me encarou. — Não ouse fazer com ela, o que você faz com as outras, se não , você vai ter que resolver comigo, fica esperto. Eu não consegui me segurar, olhando para essa cara de debochado dele. — Bem que todo mundo fala que você é afim dela. — sério isso ? Quem ele pensa que é. — Todo mundo fala que vocês se pegam, na verdade, mas isso eu duvido, porque aquele mulherão não sairia com um fracote como você. — ele começou a falar alto, e eu só queria quebrar a cara dele. — Se a gente tivesse algo, com certeza não seria da sua conta. E sobre gostar dela, lógico que eu gosto, ela é minha amiga. — Não se faça de i****a, você sabe muito bem do que eu estou falando, mas nem vou discutir com você, só vou perder tempo, só vim buscar a Melissa. Eu amo a Melissa, até o b****a do Thiago sabe, menos ela, as vezes eu até me questiono, se ela não percebeu mesmo, ou se percebeu, mas preferiu deixar para lá. Porque todo mundo sabe. — Esse i****a aqui está doido pra te quebrar na p*****a. Esse cara está me tirando do sério. — Oi Thiago. Melissa disse radiante, o que me deixou com mais raiva ainda. — Oi Melissa, você está deslumbrante. Será que podemos ir logo? Não estou com paciência para aturar seu amiguinho. Ele fala e me encara. Melissa fica sem jeito, mas o responde. — Vamos... Vamos sim. Ela caminha em minha direção, e quando foi me dar um beijo, eu desviei, não queria esse beijo de amizade, ainda mais com esse i****a nos observando, se eu ficar mais um segundo aqui, vou perder o pouco de controle que me resta. — Divirtam-se. É melhor ir embora logo. Entrei no meu carro, me segurando para não voltar lá e arrebentar aquele cara. Acelerei, comprei umas bebidas no caminho, e fui para a casa do meu primo. Chegando lá ele me encarou. — Que cara é essa Henrique, você não fez nada de errado né ? Ou fez? — Só tive vontade, mas fica de boa, não fiz nada. Conversamos um pouco e fomos beber, a cada gole eu ficava ainda mais chateado. Como ela pode preferir aquele infeliz, ao invés de mim, que sempre estou do lado dela? O que ele tem, que eu não tenho? Ele é melhor que eu ? Eu queria tanto saber o que ela vê nesse cara, queria de verdade. — Henrique, você já bebeu demais, chega cara. — Felipe disse tirando a garrafa da minha mão. — Bebi demais? Você não viu foi nada. Eu ri,e peguei o celular, vou ligar para ela. Meu primo tira o celular de mim. — Nem ouse, ou vai falar algo que possa se arrepender depois, eu te apoio em tudo, mas tudo que fizer em sã consciência, coisa que você perdeu faz tempo. — ele disse olhando para a mesa. Devo concordar com ele, posso falar demais nesse momento, e eu realmente ia. Algum tempo depois, o celular toca, eu ia me levantar, mas Felipe desligou. — Caso não saiba, o celular é meu. — Eu sei sim, e para o seu bem, vai ficar longe de você, por hoje. Vou mandar mensagem para ela, falando que você vai para a casa da sua mãe, porque sei que do jeito que você tá, se ela falar do Thiago com você, não vai dar coisa boa. — Faz o que quiser. — eu disse voltando a beber. Ele foi digitando e lendo em voz alta. — Só liguei para falar que não vou trabalhar amanhã, pede carona para o Thiago, ok? Vou para a casa da minha mãe hoje, quero ficar um tempo com ela. Acho que é melhor assim. Ela respondeu e ele leu em voz alta. —Tá certo, preocupa comigo não Rik, manda um beijo pra ela, e diz que estou com saudades. —Pode deixar, bom filme pra vocês. — E ela respondeu. Obrigada. — Pronto, agora vou guardar esse celular, bem longe de você. E vou te acompanhar na bebida. Meu primo saiu com meu celular, e começamos a beber juntos. Eu já perdi as contas de quanto bebi, só sei que quero mais. Me levanto para ir ao banheiro, mas acabo passando direto, vou até o quarto do Felipe e vejo meu celular na cômoda. Sei que tô fazendo m***a, sei que não devia fazer isso, mas se não tenho coragem de falar são, vou falar bêbado mesmo, aparentemente só assim para ter coragem. Pego o celular trêmulo, e então dígito. Te amo.
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