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2213 Words
—Desculpe-me, tive problemas para resolver.-Falou papai e se sentou na mesa. Ficaram todos na mesa por um tempo conversando quando me perguntavam algo eu tentava responder o mínimo possível, aos poucos levantamos e fomos para o salão principal, os servos começavam á tirar a mesa, eu fui a ultima a sair de lá, já ouvindo a suave musica que vinha da sala principal.   Dessa vez havia alguns casais dançando, como seria bom que Eva me acompanhasse nessas comemorações, mais eu nunca conseguia convencê-la.  —My lady?-Olhei em direção a voz vendo o príncipe me indicando sua mão.-Me daria a honra de uma dança,?-Ele estava fazendo isso á contra gosto pela sua cara, percebi que todos nos olhavam eu não poderia dizer não, me curvei e coloquei minha mão na sua. —A honra será minha, vossa alteza.-Eu falei, e fomos em direção ao meio do salão. Dançamos com toda cordialidade, eu queria perguntá-lo o que ele queria, eu tinha certeza que ele não iria querer nada com uma lady, afinal ele será um dia o rei. —Vossa alteza , não quero parecer indelicada, mais porque chamou-me para dançar?-Eu perguntei logo o que queria saber, ele olhou nos meus olhos e sorriu sem humor. —Nossos pais esperam uma união.-Ele falou e eu o encarei em choque, isso significa que...    Chegou à hora da troca de pares e um barrão veio em minha direção com elegância, olhei em volta achando o olhar do príncipe. Como dele diz uma coisa assim e continua calmo? Eu não poderia me casar agora! Eu havia feito planos de voltar para casa de minha tia Mayra, eu ainda estudava, havia muitos professores a minha disposição lá, eu estava começando a viver agora, não havia viajado, o par da música era para ser trocado novamente, venho um duque em minha direção, mais o príncipe foi mais rápido e mais uma vez tudo de novo me incline e começamos a dançar.   Olhei-o com temor, como poderia me casar com um homem que não amo e não conheço? Ele continuava me olhando acho que esperava uma reação, eu ainda não encontrava minha voz, respirei fundo e falei com a voz tão baixa e insegura que nem parecia eu: —Estavas falando sério? Toda essa comemoração era apenas para nos conhecermos? -Eu falei, eu sabia que ele confirmaria meus temores. —Sim.-Ele falou. Eu ainda não acreditava, isso não era o que eu queria, o questionei novamente. —Porque não uma princesa? -Eu perguntei, ele com certeza entendeu. —Sou príncipe do fogo my lady, minha família é muito restrita digamos assim, nós somos muito orgulhosos, e jamais iríamos ter a união minha com uma princesa de outro reino.-Ele disse como se fosse lógico, olhei em seus olhos negros e tremi. Eu não queria um marido como Orion, queria alguém caloroso e amável, que me apoiasse e me protegesse. —Entendo.-Foi tudo o que eu respondi ainda preza em pensamentos, talvez ele nem queira se casar comigo, esse pensamento me acalmou um pouco. —Sei que não imaginaria isso.-Ele falou com a voz fria e com a mesma expressão séria de sempre. —Não imaginaria isso vossa alteza, eu tenho planos de voltar para casa de minha tia.-Eu falei. —Deve ser frustrante não poder seguir os planos.-Ele falou e eu o olhei como se fosse o pior dos homens. —Não está me dizendo que irá se casar comigo, nem nos conhecemos, desculpe-me mais isso não vai acontecer.-Eu falei firme saindo de perto dele, que se dane a dança e a reverência.    Andei as pressas pelo salão, só queria entrar em meu quarto e fazer minhas malas o mais rápido possível, eu iria voltar para casa de minha tia com Eva, não importando o que acontecesse a minha volta, eu não iria me casar com um homem frio e arrogante.Assim que entrei em meu quarto corri para as malas, precisava avisar para minha tia de minha chegada. —My lady? O que está fazendo? -A voz de Eva soou no quarto, me assustei e a encarei. —Vamos embora agora, me ajude.-Eu falei puxando um baú e várias malas, olhei para Eva que me olhava como se eu fosse uma louca. —O que houve? -Ela perguntou séria. —Meus pais me tiraram da casa de minha tia para me casar, eu deveria saber que tinha algo por trás de minha volta á meu lar.-Eu falei tudo rápido. —Se... se casar?-Gaguejou Eva. —Isso mesmo, me ajude rápido preciso que avise á minha tia que iremos para lá. -Ouvi o suspiro de Eva. —Como iremos para lá seus pais não vão deixar, eu tenho certeza.-Ela falou docemente. —Mandarei minha tia vim me buscar então.-Eu falei. —Mais uma viajem de lá até aqui demoraria dias.-Ela falou o lógico, eu me joguei na cama, como fui burra em não pensar nisso antes. —Tem razão Eva, mais o que eu vou fazer não quero me casar com alguém frio e arrogante, eu não o quero como meu marido.-Eu falei. —Quem é ele? Não pode ser tão horrível assim flor de cerejeira.-Falou Eva, bufei quando ouvi o meu apelido, minha tia e meu pai me chamavam assim. —O príncipe do fogo, Orion Daufir.-Eu falei com ódio.-Tenho certeza que ele só quer se casar para ser Rei.-Eu falei com lógica. —E como ele te falou que iriam se casar? -Perguntou Eva. —Estávamos dançando na hora, ele falou que nossos pais esperam á nossa união.-Eu falei lamentando. —Mais não seria o certo ele se casar com uma princesa? -Eu a olhei e bufei lembrando-me da mesma pergunta feita á Orion. —Ele disse que não vai se casar com alguém de outro reino, disse que não queria misturar os reinos, orgulho próprio em outras palavras.-Eu falei gemendo frustrada. —Espera! Você será rainha! -Falou Eva, eu a olhei, não havia visto por esse lado, ser rainha era o que toda garota do reino desejaria. —Seria ótimo ser rainha, mas não com um marido frio como Orion.-Eu falei. —Lembra-se do que a baronesa falou sobre Orion?-Eu a olhei. Será que era verdade?  —É claro que me lembro, mais a frieza e a arrogância dele não chegaria a tanto, ou chegaria?-Eu perguntei, pela primeira vez tive medo. —Será que as histórias são verdadeiras?-Perguntou Eva com a voz tremula.    Pensei bem em tudo que tia Mayra me disse, ela havia me explicado tudo sobre cada nobre do reino, ela me contou sobre o misterioso Orion, mais não havia nenhum quadro dele, ela me contou que talvez Orion tenha matado o irmão mais velho para poder ser o primeiro como sucessor do trono.  —Não podemos julgar, tia Mayra nos ensinou que uma dama nunca julga.-Eu falei.    Nessa hora a porta foi aberta em um estrondo e eu pulei da cama, minha mãe entrou com uma cara nada boa. —O que estas fazendo aqui? Desça agora.-Ela falou firme. Eu a encarei como se fosse um animal de duas cabeças. —Então a senhora finalmente se deu conta de minha ausência, escute bem mãe, eu já sei o motivo de ter me tirado da casa de minha tia, e dessa comemoração, e nada tem haver com saudade ou me dar boas vindas, como a senhora pode ser tão cínica e sonsa.-Eu gritei, senti seu tapa em meu rosto, eu a olhei com tanto ódio, coloquei a mão sobre a minha bochecha direita que queimava intensamente, só percebi que chorava quando senti as lágrimas em minha mão. —Como se atreve falar assim comigo, pensei que tivesse passado 8 anos aprendendo como se comportar, vejo que nem sua tia te ensinou boas maneira.-Ela falou com a voz alterada.-Saia agora do quarto.-Ela falou olhando para Eva, que abaixou a cabeça e ia se retirar. —Não fale assim com Eva!-Eu falei. —Ela é uma camponesa, não sei por que venho para nossa casa!-Minha mãe também gritou, e Eva saiu do quarto. —Ela tem muito mais caráter que a senhora.-Eu falei de dentes trincados e recebi outro tapa no rosto esquerdo, eu cai dessa vez no chão.    A porta se abriu, eu ouvi o ranger, era meu pai, ele olhou para mim e depois para minha mãe. —O que aconteceu aqui Milena?-Ele falou com a voz grossa encarando minha mãe, ele me olhou e quando tirei a mão de meu rosto ele arregalou os olhos.-Você enlouqueceu! Porque bateu nela?-Gritou meu pai vindo para meu lado, eu me afastei dele. —Não toque em mim.-Eu falei ainda dormente de dor, minha boca estava sangrando por dentro eu sentia o gosto terrível de ferro e sal.  —Que isso minha filha, deixe-me te ajudar.-Falou meu pai, ele parecia preocupado, e me ajudou a se levantar. —O senhor...-Eu parei diante da dor, respirei fundo e me preparei para a dor que iria sentir.-  Sabia o motivo dessa comemoração e o porque de minha volta para casa?-Eu perguntei com medo da resposta, eu sempre admirei meu pai. —Sabia querida, desculpe, mas esse casamento será bom no futuro, você será rainha.-Falou meu pai sem interesse, ele não queria isso. —Bom para quem? Eu irei me casar com um homem que não conheço, ele pode ter matado o próprio irmão! Como isso será bom para mim papai?-Eu falei tudo rápido e gemi diante da dor. —Ela não sabe o que quer da vida meu marido, ela será rainha, como não pode ver o quanto isso será bom?-Falou minha mãe dando um suspiro teatralmente cansado. —Papai?-Eu o chamei, o gosto de minha boca estava horrível.-Não quero me casar, tenho medo do que Orion pode ter feito e como me tratará.-Eu falei. —Vanessa, tem muito mais por trás disso do que imagina minha filha.-Falou papai.-Terá que se casar com Orion.-Ele falou eu gemi. —Como podem se importarem mais com um casamento do que comigo?!-Eu falei frustrada. —Vanessa, me desculpe querida, mais você já foi prometida ao futuro rei do país do fogo.-Eu o olhei sem entender. —Como assim?-Eu falei. —Seu irmão iria se casar no seu lugar, se o casal Daufir tivesse uma menina, mas eles não tiveram e também ele faleceu querida.-Falou meu pai suspirando pesadamente, eu ainda sofria com a morte de meu irmão mais velho.-Mais como os reis tiveram dois meninos você se casaria com o mais velho, os Daufir não querem laços de casamentos com outros reinos, eles querem que a futura rainha seja daqui, e como somos uma das famílias mais ricas do reino você foi a escolhida, desde criança sabíamos seu destino, mais Oscar foi morto em uma guerra, então você terá que se casar com Orion.-Eu pisquei umas três vezes diante de tudo aquilo, eu sempre tive meu destino traçado pela minha família, como eles puderam fazer isso comigo? Eu sempre fiz de tudo para conseguir ser aceita por eles e tentar substituir a dor que houve com a morte de meu irmão.  —Não me casarei!-Eu falei.   Sai ás pressas de meu quarto e indo para o de Eva, que ficava no andar de baixo, nunca corri tanto na minha vida abri sua porta já sem fôlego, Eva se virou para mim, ela olhava á paisagem pela janela, ela arregalou os olhos e colocou a mão na boca. —Meu Deus! Vanessa o que houve?-Ela falou me puxando para a sua cama. —Minha mãe me deu dois tapas.-Eu falei e Eva fez uma cara assustada. —Venha para o banheiro, sua boca esta só sangue.-Ela falou abrindo a porta do minúsculo banheiro. Me senti ainda pior quando vi o banheiro, Eva não queria ficar em um dos quartos de hospede, ela não estava muito bem aqui no andar de baixo, me abaixei na pia e fiz um bocejo rápido, minha bochecha ardeu fortemente, eu cuspi na pia, a água saiu extremamente vermelha. —Me de alguma toalha Eva.-Eu falei e ela voltou com uma, sequei com todo cuidado minha boca e minhas mãos.    Voltei para o quarto e olhei para o espelho, meu rosto mostrava as marcas dos tapas de minha mãe, estava vermelho e roxo, minha pele ficava marcada com qualquer coisa. —Conte o que aconteceu para sua mãe agir assim Vanessa.-Falou Eva me sentando na sua cama.   Suspirei fundo e contei a ela tudo que aconteceu, Eva abria e fechava a boca incapaz de falar algo, eu me sentia cansada. —Meu Deus, Vanessa.-Foi tudo o que ela falou quando terminei. —Preciso falar com minha tia, ela vai arranjar um jeito de me tirar daqui, eu tenho certeza.-Eu falei. —Fique aqui, a festa ainda deve estar acontecendo, quando todos saírem você manda uma carta para á baronesa.-Ela falou, eu bufei. —Precisamos de um pássaro!-Eu falei. —Conheci Inacio hoje de manhã, ele cuida das mensagens que são enviadas, ele poderá nos ajudar, eu tenho certeza. -Falou Eva, eu sorri para ela e fiz uma careta pela dor.-Precisa descansar, vou subir e pegar algo para você vestir e dormir, eu sei que não quer voltar para seu quarto. -Ela falou, Eva me conhecia melhor do que ninguém. —Obrigada Eva.-Eu falei. —De nada Vanessa.-Ela falou e saiu do quarto.
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