A primeira manhã no hotel começou antes mesmo do sol nascer. Não que eu tivesse dormido. As horas se arrastaram durante a madrugada, e a cada vez que fechava os olhos, via a mesma cena repetida: Lorenzo gritando, quebrando objetos pela sala, jogando sobre mim toda a culpa de sua ruína. Depois, o silêncio absoluto da mansão quando bati a porta e fui embora. A claridade tímida que entrou pelas cortinas automáticas não trouxe paz. Trouxe realidade. E a realidade veio no som insistente do meu celular, vibrando sobre a mesa de cabeceira. Notificações, dezenas delas. Mensagens da equipe de comunicação, de advogados, de diretores da empresa, de jornalistas que haviam conseguido meu número. Manchetes pipocavam nas telas, todas com variações da mesma catástrofe: "Briga entre pai e filho explode

