O silêncio da noite estava me consumindo. Eu estava sentado na sala, olhando para o nada, remoendo cada detalhe da cena da noite anterior, quando a campainha tocou. O som ecoou pela casa como uma sirene, me arrancando do turbilhão de pensamentos. Levantei devagar, sem pressa, já imaginando quem poderia ser. Quando abri a porta, lá estava ela: Isadora. Os olhos dela estavam vermelhos, o rosto inchado de tanto chorar. Seus ombros tremiam, e as mãos estavam entrelaçadas, como se tentassem segurar a si mesmas para não desmoronar de vez. Assim que nossos olhares se cruzaram, ela desabou, lágrimas caindo sem controle, soluços que cortavam o silêncio. — Enzo… — a voz dela saiu falha, quase engasgada. — Eu… eu não sei o que aconteceu… eu fiz algo horrível… Ela tentou falar mais, mas a garganta

