Cheguei na empresa naquela manhã com o café ainda quente nas mãos, tentando me organizar. A semana já prometia ser intensa, e eu precisava me concentrar em tudo que estava acontecendo na minha vida empresarial — mas, como sempre, a vida pessoal vinha se intrometer de formas inesperadas.
Não tinha dado nem tempo de colocar meus papéis na mesa quando senti a presença dele. Lorenzo. Meu pai. Aquela postura imponente, o cheiro caro do perfume que sempre usava, o olhar fixo, calculista. Ele entrou na sala com passos largos, e eu sabia que não ia ser uma visita amigável.
— Enzo — começou ele, a voz carregada de irritação — você não tem vergonha de roubar a noiva do seu próprio pai?
Eu levantei a cabeça, sentindo o sangue subir ao rosto, mas mantendo a calma. Respirei fundo e disse, firme:
—
