A porta do escritório bateu lá em cima com um estrondo abafado. Eu fiquei parado na sala, olhando para o degrau da escada como se ele fosse um abismo que eu não sabia se devia atravessar. Meu corpo ainda estava quente pela discussão. Não só pelo que Lorenzo tinha dito pra mim — aquilo eu já estava acostumado a ouvir de alguma forma, mesmo que nunca tivesse sido jogado com tanta crueldade — mas pelo jeito como ele tinha falado com ela, já que ele dizia tanto amá-la. Isadora. Não era segredo que eu e ela não nos dávamos bem. Mas também não era mentira que eu nunca tinha visto ela recuar daquele jeito, como se as palavras dele tivessem entrado como navalha. Isso… incomodava. Mais do que eu queria admitir. Suspirei, meti as mãos nos bolsos e subi devagar. No corredor do andar de cima, a lu

