O barulho da confraternização logo voltou a preencher meus ouvidos assim que saímos do elevador. Risos ecoando pelos corredores, copos tilintando, pessoas brindando ao meu “retorno”, como se eu fosse uma peça rara que havia finalmente voltado à prateleira certa. Mas tudo o que eu conseguia sentir era uma mistura de cansaço, raiva e aquele nó desgraçado no peito que meu pai deixou com aquele papo de “te amo, te quero bem”. Não sei exatamente o que me atingiu mais — se foi o fato de ouvir aquilo dele depois de tanto tempo ou o modo como ele tentou justificar toda a história com minha mãe, como se os anos de ausência emocional dele fossem apenas um detalhe superável. Eu ainda estava tentando engolir a seco quando passamos pela porta de vidro e entramos novamente no salão principal. O som ab

