O silêncio que se abateu sobre a mansão depois da porta bater foi ensurdecedor. Um silêncio diferente de todos os outros que já havia experimentado naquele lugar — não era apenas ausência de som, era ausência de vida. O eco das rodas da mala de Isadora ainda reverberava na minha mente, como se pudesse ouvir cada centímetro que ela se afastava, cada passo que a arrancava de mim. Fiquei parado no corredor, a mão ainda apoiada na maçaneta, o peito arfando, tentando acreditar que aquilo tinha mesmo acontecido. Eu tinha deixado. Eu tinha aberto caminho para ela sair. Parte de mim gritava que eu devia ter segurado mais, insistido mais, feito qualquer coisa… mas outra parte sabia que nada disso adiantaria. A decisão dela estava tomada. Quando voltei os olhos para a escada, vi Lorenzo sentado no

