AISHA.
Fazia um calor insuportável em Dubai. Eu estou grávida de quase nove meses e ao que tudo indica meu bebê será forte e grande.
Hassan exige que seja um menino e disse que serei castigada caso seja uma menina.
Alaa oque eu posso fazer... Eu não sei oque será essa criança...
Eu sentia o suor escorrer por baixo da burca molhando minha abaya...
Eu nunca fui muito magra ou alta mas algo em mim fez Hassan que me roubar da casa de meu pai e me tomar como uma esposa ,se bem que me sinto mais uma amante.
Ele tem domínio sobre minha vida e a vida de minha família. Ele é rude e violento um dia o vi espancar um jovem criado até a morte porque ele tropeçou e derrubou um pouco de suco em sua calça branca.
Aqui ele é o senhor de tudo e de nada.
E eu nunca serei livre novamente.
Temos uma boa diferença de idade e ele diz que alguns erros meus ele perdoa pois se orgulha em dizer que sou uma jovem criança em sua cama.
Quando ele me tomou eu chorei tanto que ele me deixou sem comer durante dois dias. Disse que eu devia dar prazer a ele e me alegrar por recebê-lo entre minhas pernas...
Eu me sentia usada e suja todas a vezes que isso acontecia ...
Mas a honra da família vem em primeiro lugar. Agora eu era propriedade dele .
Sua loucura me assusta e desde o instante que eu descobri essa gestação eu teme por minha vida e da criança que espero.
Observo Hassan com sua pose perfeita e imponente conversar com vários homens.
Ele se aproxima e eu sinto ainda mais suor devido ao medo que tenho de sua presença.
_Não parece estar feliz. Hassan disse entre dentes próximo a minha cabeça.
_Desculpe senhor. Me sinto indisposta ... Deixe-me apenas ir me refrescar um pouco.
Apesar de todas as grosseirias e maldades de Hassan ... Apesar de sua natureza r**m a minha é boa . E durante esse tempo que estou a seu lado eu nunca deixei a natureza r**m dele me dominar...
Em alguns momentos tenho a certeza de que quase consigo fazê-lo aliviar a severidade.
_Va ao banheiro e volte depois . Tem alguns minutos. Não me obrigue esquecer que está grávida e ensinar a você obediência. Ele disse eu saí em passos lentos.
Minhas costas doíam e eu sentia uma dor que parecia queimar minhas entranhas.
Cheguei ao banheiro arranquei a burca abri um pouco a abaya e comecei a lavar meu rosto com a água fria da torneira do hotel.
A dor parecia só aumentar... E acabei me ajoelhando em frente a pia .
Não notei que mais alguém estava na banheiro.
Uma jovem alta de cabelos longos loiros magra saiu e veio me amparar. Ela devia ter mais de vinte anos ...
_Você está bem? Ela disse tentando me levantar.
_Esta na hora eu tô sentindo...
_Eu vou chamar ajuda. Ela fez menção em sair mais eu estava apavorada.
_ Não me deixe sozinha por favor... Comecei a chorar e senti uma dor infernal...
_Tudo bem se acalme me diga o que fazer.
_Em minha bolsa pegue uma adaga de meu marido lave-a bem... Ela pegou e a lavou.
Tirei com muita dificuldade minha calcinha larga e grande para me dar mais conforto.
Não demorou muito eu senti fogo e então em minutos um pequeno corpo quase caiu no chão do banheiro de cabeça ... Se não fosse pela jovem que o agarrou antes de cair.
Cai no chão exausta e a enrolou o pequeno bebê em minha burca.
_É um menino... Ela disse colocando ele em meus braços. Mas eu quase o deixei cair ...
Ela o pegou cortou o cordão e o colocou deitado em cima de meu ventre. Uma nova dor me invadiu .
Ela foi a minha frente e olhou assustada.
E eu gruni...
_Tem algo saindo ... Acho que é outro.
A pobre moça se empalideceu e acabou vomitando na pia.
Se ajoelhou novamente a minha frente e eu fiz força.
Parecia que alguma coisa havia acabado de me rasgar ao meio.
_Ela é linda e tem cabelos negros. Ela disse chorando.
A pequena criança em seus braços fez meu coração parar.
_Mate_a anda logo não a deixe viver nesse mundo. Falei entregando a ela a adaga que eu pretendia usar apenas para cortar o cordão ...
_Eata louca olhe para ela ... É um bebê oque ela tem de errado? Ela disse e eu olhei a pequena suja e aflita chorando ela queria meu colo.
Mas eu não posso dar a ela.
_Por favor não a deixe viver aqui... Ela não merece esse destino o menino será cuidado como um rei e será livre mas ela irá sofrer por favor me ajude ...
_Oque quer que eu faça? Não vou m***r ela. A loira agarrou a bebê que pareceu se acalmar.
Ela cortou o cordão da menina e a enrolou tentando colocar ela em.meus braços mais eu recusei.
_Leve ela daqui por favor... Apenas leve ela ...
Nesse instante notei que ela se perdeu em pensamentos.
Lívia.
O que vou fazer agora meu deus...
Eu não sei cuidar de uma criança mas não posso m***r ela.
Não pensei em mais nada assim que a pequena mão suja de sangue tocou meu rosto .
Ela me escolheu ... O destino me escolheu para isso...
Olhei pra a jovem assustada a minha frente chorando em desespero querendo que eu mate a própria filha.
Algo me diz que para ela chegar a esse extremo as coisas aqui são ainda piores do que nas fotos que eu tirei.
AISHA.
_Por favor pegue a criança e leve ela por favor leve...
Lívia .
Ouvimos a porta ser arrombada e um homem furioso entrou.
Ele gritava algo que eu não entendia para a mulher e ela chorava muito.
Então um homem mais jovem veio em minha direção e eu agarrei a pequena criança.
Que dormiu em silêncio em meu colo.
_Então a menina morreu? O homem disse vendo que eu chorava agarrada a criança.
Todos os homens tinham armas em punho e eu estava apavorada.
Olhei para a jovem assustada e ela implorava para que eu confirmasse.
Só Deus sabe o porquê mais eu confirmei com a cabeça.
Eles pegaram a mulher no colo e o bebê menino saíram sem olhar para trás e sem.nem pedir o corpo da criança que permaneceu em meus braços ...
Eram monstros por isso que ela me deu a criança...
Eles não queria a menina mesmo...
Fiquei ali no chão estática sem saber oque fazer até que me levantei e coloquei a criança em minha bolsa com cuidado para ela não acordar.
Eu estava viajando com meu marido fotografo e um casal ambos turcos mais pessoas muito boas...
Cheguei ao quarto e abri a mala coloquei a bebê em cima da cama e liguei para eles.
Assim que eles entraram no quarto eu contei tudo que aconteceu.
_Bom esse é meu mundo... Percebe porque fui embora? Ele disse e vi ela me ajudar a enrolar melhor a bebê que parecia estar com frio e medo.
_Entregue ela para a polícia ... Alguém vai querer. Ou vão dar um fim nela.
Eu agarrei a bebê e senti medo.
_ Não tem outro jeito?
Ele pensou por um momento e então Alonso chegou.
Ele é Argentino mas moramos no Brasil. Bom na verdade ficamos no Brasil algumas vezes já que somos fotógrafos ...
Viajamos o mundo todo.
_Que bebê é esse? Ele disse pálido .
Contei para ele toda a estória e ele pareceu ficar em choque.
_Não me diga para deixá-la aqui por favor...
Comecei a chorar e ele viu que eu já estava apegada a criança.
O casal se olhou e conversou . E então olharam para mim.
_Tem um jeito mas será arriscado.
_Voces deram muita sorte estão viajando a muito tempo... Amanhã vamos no cartório e dizer que a criança nasceu em uma tenda não num hospital como você é estrangeira vão dar documentos provisórios... No consulado do seu país você confirma tudo e pega os ofíciais e por favor nunca mais voltem aqui.
_Tudo bem....
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Anos se passaram...
Tanto na memória de Lívia quanto de Aisha aquele dia ficou marcado para sempre em suas mentes.
Lívia levou a pequena para o Brasil e lá ela e Alonso eram seus pais.
A chamaram de Lilyan e a ensinaram desde cedo valores humanos .
A jovem cresceu esperta e livre e m*l sonha que sua vida está a ponto de mudar radicalmente.
Aisha era mãe do filho homem de Hassan oque deu a ela alguma paz.
Porém seu coração nunca parou de sangrar de saudades da filha que nem se quer pode ter em seus braços.
Durante todos esses anos ela se perguntou como a menina era e se tinha os traços de sua natureza árabe...
Porém ela nunca poderia dizer a Hassan que a filha estava viva ou ele a traria de volta e acabaria matando ela por mentir para ele.
O que Aisha menos espera é oque está por vir...