Quando fechei o portão atrás de mim, a sensação era de que minhas pernas iam falhar a qualquer momento. Subi as escadas da casa com os dois vindo logo atrás, sem dizer uma palavra. Só o barulho das chinelas do Kauê arrastando e o tênis do Nathan batendo forte no chão. Meu coração parecia uma escola de samba no peito. Cada degrau parecia mais alto que o outro. Entrei na sala, larguei a bolsa no canto e fiquei de pé perto do sofá, sem coragem de sentar. Eles pararam logo na porta, como se estivessem decidindo quem ia começar a falar. O clima, meu Deus. O clima parecia tão pesado que dava pra cortar com uma faca. Nathan cruzou os braços no peito, com o maxilar travado. Kauê passou as mãos na cabeça, nervoso, dando aquele sorriso cínico só pra não explodir de uma vez. Tentei quebrar o ge

