Voltei pra casa com a cabeça fervendo. Cada passo parecia mais pesado que o outro, como se eu estivesse indo pra uma forca emocional. Me joguei na cama de barriga pra cima, encarei o teto por uns bons minutos... e quando percebi já tava falando sozinha, em voz alta, feito uma doida. — Tá, vamos lá... — comecei, respirando fundo. — Primeira opção: eu sento com os dois, olho na cara deles e falo... "Então, meninos... Aconteceu um beijo com o Kauê... e o Nathan, bom... você também fica me olhando de um jeito estranho... então eu tô aqui pra gente conversar sobre nossos sentimentos." Parei. Fiquei encarando o ventilador de teto girando devagar. — Credo, que cafona... — falei, levando a mão ao rosto. — Parece diálogo de novela das seis... Rolei pro lado, abracei o travesseiro e tentei uma

